Chapter 93: Capítulo 93: Claro!, Porque eu disse isso?
— E você, beijando um soldado tão intensamente no seu quarto... O que seu pai vai pensar disso? — exclamou Aiko, com um tom provocador.
Emilia a encarou com um olhar sério e frio.
— Eu... eu não vou dizer nada! — disse Aiko, levantando as mãos, claramente intimidada.
Emilia suspirou profundamente.
— Esse é Kay, meu namorado. — declarou Emilia, com firmeza.
Aiko ficou completamente chocada, os olhos arregalados como se tivesse visto algo inacreditável.
— Que reação é essa?! — perguntou Emilia, cheia de desdém.
Lágrimas começaram a escorrer dos olhos de Aiko.
— Você... você finalmente está agindo como adulta! — pensou Aiko, sentindo um orgulho inexplicável enquanto tentava segurar o choro.
Kay e Emilia se entreolharam, confusos com a reação exagerada da garota.
— Não me envergonhe, sua idiota! — disse Emilia, cobrindo a boca de Aiko rapidamente.
Kay começou a rir alto, divertindo-se com a situação.
— Eu também vi esse lado mais infantil dela. Para ser sincero, é a primeira vez que vejo esse lado mais adulto quando ela não está agindo como uma princesa! — comentou Kay, ainda rindo.
— Que vergonha... Não me lembre do meu passado! — murmurou Emilia, desviando o olhar, constrangida.
— Que passado o quê?! Até poucas semanas atrás, você ainda agia assim! — provocou Aiko.
— O que você queria aqui, afinal? — perguntou Emilia, tentando mudar de assunto.
— Eu estava procurando o Alpha Zero! Perguntei aos soldados e eles disseram que ele estaria com você. Então perguntei à sua mãe onde você estava, e ela me disse para olhar no jardim. Como não te encontrei lá, vim até aqui no seu quarto! — explicou Aiko, rapidamente.
— Mãe! — disse Emilia, com um tom irritado.
— Estava me procurando? É pelo traje, não é? Já vou tirar. — disse Kay, levantando-se.
— E-espera! — disse Aiko, envergonhada, gesticulando para que ele parasse.
Kay, sem dar atenção, começou a tirar o traje.
— Onde posso deixar isso? — perguntou Kay, agora com as roupas que ficavam por baixo do uniforme.
— Deixa na cadeira mesmo. Depois ela pega. — respondeu Emilia, apontando para o móvel.
Aiko abriu os olhos e arregalou-se ao perceber que Kay estava apenas com as roupas de baixo.
— Você iria tirar o traje na frente de todo mundo? Por que ficou com vergonha agora? — questionou Kay, sem entender.
— Ela é séria quando está agindo como cientista, mas muda completamente quando está à toa! — comentou Emilia, com um tom irônico.
"Elas são mesmo parecidas!" — pensou Kay, observando as duas.
— Você acabou de nos comparar, não foi?! — disseram as duas em uníssono, encarando-o de forma sincronizada.
Kay sorriu, mas negou rapidamente, tentando disfarçar.
"Eu vou ficar longe dele por muito tempo, então espera lá fora!" — disse Emilia, irritada, enquanto cruzava os braços.
— Mesmo se eu quisesse, meu corpo ainda está paralisado! — rebateu Aiko, com um sorriso travesso.
Emilia lançou um olhar fulminante para ela.
— Não é minha culpa! Você nunca me disse que tinha um namorado, muito menos que ele era o 100% esse tempo todo! — retrucou Aiko.
— Sem a máscara, pode me chamar de Kay. Com a máscara, me chame de Alpha Zero. — disse Kay, em tom sério, tentando colocar ordem na conversa.
— Você não manda em mim! — respondeu Aiko, com teimosia.
— Eu te falei que tinha feito um amigo soldado! — lembrou Emilia, revirando os olhos.
— Faz tempo, mas você nunca disse que esse "amigo" virou seu namorado! — rebateu Aiko, estreitando os olhos.
— Eu devo ter me esquecido... — disse Emilia, tentando encerrar o assunto.
Aiko virou seu olhar para Kay, analisando-o com curiosidade científica.
— Até que ele não é feio... Um 100% capaz de usar todo o potencial dos trajes. O Julius nunca deixa ninguém estudá-lo... Será que esse cara é igual ao Julius? Se eu namorasse com ele, então teria liberdade para tocá-lo também? — pensou Aiko em voz alta, absorta em suas ideias.
— Pensou em voz alta, idiota! — disse Emilia, cheia de desdém.
— D-desculpa! Eu só estava brincando! Não me leve a sério! — disse Aiko, rindo nervosamente.
— Ela é engraçada! — comentou Kay, rindo descontraído.
— De toda forma, não dá para namorar alguém sem amor envolvido. Não é como se eu fosse falar "Você quer namorar comigo?" e ele fosse aceitar! — disse Aiko, tentando justificar sua fala.
Kay parecia perdido em seus pensamentos, quase em transe.
— Eu aceito. — disse Kay, de repente, quebrando o silêncio.
As duas olharam para ele, confusas.
— O que disse?! — exclamaram Emilia e Aiko ao mesmo tempo.
— Tudo bem, eu aceito namorar com você. — repetiu Kay, com tranquilidade.
— Que engraçado! Seu namorado é bem engraçado! — disse Aiko, forçando uma risada, claramente sem entender a situação.
Antes que Aiko pudesse reagir, Kay a beijou rapidamente.
— Estou falando sério. Eu aceito o seu pedido. — declarou Kay, calmamente.
— O-o quê? O que você está dizendo?! — gaguejou Aiko, completamente perdida.
— Do que está falando, Kay? Você nem a conhece direito! — exclamou Emilia, indignada.
Kay, pensativo, encarou Aiko.
— É verdade... Por que me sinto atraído por ela? Será porque Mira pediu para aceitar qualquer uma, ou porque ela me lembra você? — refletiu Kay em voz alta, olhando para Emilia.
— Espera! Hoje é o último dia daquele acordo com a Mira... Eu já tinha até esquecido! — disse Emilia, como se tivesse sido atingida por uma revelação súbita.
— Do que estão falando? Quem é Mira? E por que você não parece irritada por ele ter te traído me beijando?! — gritou Aiko, sentando-se na cama com um olhar incrédulo.
— Mira é a noiva dele. O Kay é meio... sem emoções. Então, a Mira sugeriu que ele tivesse mais esposas, assim ele desenvolveria mais emoções. E está funcionando! Eu já o amava, então me tornei namorada dele também. — explicou Emilia, com uma expressão calma.
— E agora, só porque eu brinquei, virei noiva dele também? Isso não faz o menor sentido! — disse Aiko, claramente abalada.
— Também não entendo... Você me rejeitou, mesmo que indiretamente, no início. Então por que aceitou minha prima tão facilmente? — questionou Emilia, franzindo a testa.
— Não sei... Foi algo natural. Acho que o jeito dela me lembra você, e como eu te amo, acho que posso amá-la também. — respondeu Kay, de forma honesta.
— Eu não fico feliz com essa comparação! — disse Emilia, irritada.
— Você está rindo igual uma idiota! — comentou Aiko, cruzando os braços.
— É que ele aceitaria qualquer pessoa como namorada só porque parece comigo! Isso significa que ele me ama muito, não é? — disse Emilia, sorrindo, corada.
— Eu não entendo vocês, mas me deixem fora dessa relação estranha! E você vai me pagar por ter roubado meu primeiro beijo! — exclamou Aiko, levantando-se e indo até a cadeira onde estava o traje de Kay.
— Espera! Tem certeza? Ele nos aceita como somos e vai te amar do mesmo jeito que me ama! — disse Emilia, tentando convencê-la.
— Eu não posso namorar um cara que já tem outras namoradas, ainda mais uma sendo minha prima! — respondeu Aiko, determinada.
— Tem certeza? Ele já passou dos 100% faz tempo! — provocou Emilia, com um sorriso malicioso.
— Não provoque ela. — alertou Kay, preocupado.
Aiko se aproximou rapidamente de Kay, com os olhos brilhando de curiosidade científica.
— Do que ela está falando? Não tem como ultrapassar os 100%! O traje iria se sobrecarregar e não funcionaria corretamente! — disse Aiko, com uma expressão cética.
— Estou operando em torno de 200% agora. — respondeu Kay, tranquilamente.
— Está de sacanagem! Eu nunca pensei que fosse possível ultrapassar os 100% de forma natural, sem causar nenhum tipo de sobrecarga ou penalidade no sistema! — exclamou Aiko, fascinada, enquanto analisava Kay com mais atenção.
"Os olhos dela estão brilhando... É igual à primeira vez que conversei com a Emilia. Ela também estava empolgada assim." — pensou Kay, sorrindo ao observar Aiko.
— Como?! Quando isso aconteceu? — perguntou Aiko, perplexa.
— Quando é uma pergunta difícil de responder, mas a porcentagem aumenta muito quando se faz um acordo com o Ghoul. — explicou Kay, enigmático.
— Pense nisso depois, Aiko. Logo ele vai ter que ir embora! — disse Emilia, interrompendo e puxando o rosto de Kay para si, beijando-o apaixonadamente.
Aiko os observava em silêncio, seu olhar carregado de dúvidas.
— Eu... não sei se consigo sentir isso. Passei tantos anos focada nas minhas pesquisas que já não sinto... — começou a dizer Aiko, hesitante.
Antes que terminasse, Kay se aproximou e a beijou.
"Eu não sinto nada... Então por que não quero parar de beijá-lo?" — pensou Aiko, confusa, enquanto suas mãos tremiam levemente.
— Eu também não era bom com sentimentos. Mas, convivendo com as pessoas, comecei a sentir. Amando, explorei ainda mais esses sentimentos. Quero que você sinta o mesmo que eu. — disse Kay, encarando-a com intensidade.
— Só... só para de falar! — interrompeu Aiko, puxando-o para outro beijo, sua voz carregada de emoção reprimida.
Alguns minutos depois, a cena se desloca para o pátio do castelo.
— Vou consertar seu traje. Me dê dois dias e o levarei até você. — disse Aiko, séria, mas com um leve rubor no rosto.
— Obrigado. Estou deixando isso em suas mãos. — respondeu Kay, já com sua máscara de Alpha Zero de volta.
— Vamos logo! — disse Joana, impaciente, enquanto observava a interação com uma sobrancelha arqueada.
— Se cuida! E lembre-se do que eu disse para a Mira. — disse Emilia, com um sorriso suave, claramente preocupada.
— Eu me lembro. Até mais. — respondeu Kay, sua voz calma atráves da máscara, mas carregada de confiança.
As duas acenaram em sincronia enquanto Kay começava a partir. Ele parou por um momento, olhou para trás e sorriu por baixo da máscara antes de acenar para elas.
Eles entraram nos carros, e o motorista deu partida, levando-os embora.
— Conseguiu as informações que queria? — perguntou a rainha, com curiosidade no olhar.
— Bem mais do que isso! — respondeu Aiko, sorrindo de forma enigmática.
A rainha franziu o cenho, confusa.
— Eu vou voltar para o instituto. — Aiko despediu-se rapidamente, com um brilho determinado nos olhos.
A cena muda para a base, alguns minutos depois.