Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 92: Capítulo 92: Prova de crime!



A cena muda para o quarto de Emilia.

Emilia abriu as janelas e deixou a porta entreaberta.

— Vou deixar tudo aberto para eles não reclamarem depois. — comentou, casualmente.

— Eles consertaram bem rápido sua parede. — disse Kay, já sem a máscara, sentado na beira da cama.

— Não se preocupe com isso. Meus pais entenderam. — respondeu Emilia, puxando uma cadeira para perto dele.

Kay recostou-se, olhando para o teto.

— Eu sinto muito pelo Takemichi. — disse ela, com gentileza.

Kay balançou a cabeça.

— Estou bem. Eu disse que não gostava muito dele, mas como Capitão ele era bom. O que me preocupa agora é como vai ser quando eu encontrar a Mira e a Rem. — admitiu ele, pensativo.

Emilia sentou-se ao lado dele, colocando uma mão em seu ombro.

— Eu entendo. Diga a elas que envio meus pêsames. — disse ela.

Kay assentiu.

— Direi. E você, o que tem feito ultimamente? — perguntou ele, tentando mudar de assunto.

— O de sempre. Acordo, treino, tomo banho, tomo café, faço aulas. Depois almoço, treino mais se não houver aulas, tomo banho de novo e fico esperando uma mensagem sua... Mas você raramente manda. — disse Emilia, com um leve sorriso.

Kay coçou a nuca, sem graça.

— Desculpa. É tanta coisa acontecendo...

— Eu entendo. Agora as coisas ficarão mais puxadas para você e para nós também. Não se preocupe comigo. — disse Emilia, olhando-o nos olhos.

Kay segurou a mão dela e respondeu:

— Você é importante para mim. É claro que me preocupo.

Emilia sorriu, tocando suavemente o rosto dele.

— As duas entendem você melhor do que ninguém. Apenas seja sincero com elas. Esteja lá quando elas precisarem, e tudo ficará bem. — disse ela, com ternura.

— Obrigado, Emilia! — disse Kay.

Emilia sorriu. Os dois se encararam por um momento, até que Kay tomou coragem e a beijou. Ela arregalou os olhos, surpresa, e, instantes depois, correu para o banheiro, visivelmente enojada.

"Isso ainda está afetando ela?", pensou Kay, preocupado. "E agora, como vou lidar com isso sozinho?", refletiu, lançando um olhar de canto para a porta.

Antes que pudesse processar mais, Aiko entrou correndo no quarto e pulou em direção a ele.

— Tá maluca, garota?! — exclamou Kay, segurando o braço dela no ar.

Uma seringa quase atingiu o pescoço dele.

— Tem um pervertido no quarto da minha prima! — gritou Aiko, mas sua voz foi abafada pela mão de Kay cobrindo sua boca.

Kay a empurrou levemente para a cama, tomando a seringa de sua mão.

— Que líquido é esse que você ia me dar? — perguntou Kay, franzindo o cenho.

— Veneno! — respondeu Aiko sem hesitar.

— Idiota, por que está carregando isso no castelo?! — disse Kay, segurando-a firme enquanto ela se debatia para se soltar.

— Eu não sou um pervertido! Olhe direito! Eu estava na reunião! — afirmou Kay, tentando se justificar.

— Mentira! Eu me lembraria de alguém tão fei... tão pervertido quanto você! — retrucou Aiko.

Kay a soltou, cruzando os braços enquanto ela o encarava, confusa. Ele pegou sua máscara e a mostrou para ela.

— Então... é você! — exclamou Aiko, estreitando os olhos antes de atacar novamente com outra seringa.

Kay desviou habilmente e a agarrou por trás, imobilizando-a.

— Por que me atacou de novo, sua idiota?! — gritou Kay.

— Idiota é você! Baka, baka! — respondeu Aiko, furiosa.

Kay ficou parado, olhando para ela, visivelmente confuso.

— O que foi?! — gritou Aiko.

— O que 'baka' significa? — perguntou Kay, ainda perplexo.

— Pode me soltar?! — disse Aiko, irritada.

— Ah, sim. Desculpa. — Kay a soltou.

Assim que ficou livre, ela girou rapidamente e tentou atacá-lo com outra seringa. Kay segurou sua mão antes que a agulha pudesse atingi-lo.

— Dá para parar com isso?! — exclamou Kay.

Aiko ficou de olhos arregalados. Seu corpo tremeu, e ela deixou a seringa cair. Kay a pegou no ar antes que atingisse o chão.

— Que perigo! — murmurou ele, aliviado.

Quando olhou para Aiko, percebeu que seus olhos estavam fechados e sua respiração estava lenta. Foi então que viu outra seringa cravada na nádega dela.

— Você foi envenenada! — pensou Kay, alarmado.

Passos vindos do banheiro fizeram Kay arregalar os olhos, apavorado.

— Me desculpe, Kay! — disse Emilia, saindo do banheiro.

Kay estava sentado na cama, tentando disfarçar.

— Achei que tinha ouvido outra voz... Estava meio barulhento aqui. O que estava fazendo? — perguntou Emilia, franzindo o cenho.

— Eu... estava me exercitando. Desculpa ter feito isso no seu quarto! — respondeu Kay, desviando o olhar.

"Idiota! Eu só estou paralisada! Não me esconda debaixo do cobertor como se fosse uma prova de crime!", pensou Aiko, irritada.

— Eu não queria ter feito aquilo... — murmurou Emilia, olhando para o chão.

— Eu entendo. Aquele dia ainda está na sua mente. Tudo bem, vamos indo devagar. — disse Kay, tentando acalmá-la.

"Do que eles estão falando? A Emilia conhece esse soldado?", pensou Aiko, confusa.

Emilia se sentou ao lado dele na cama.

— Foi tão de repente... Lavei a boca e escovei os dentes. Talvez agora... eu não fique enjoada. Podemos tentar de novo? — disse Emilia, hesitante.

"Tentar o quê de novo?", pensou Aiko, sem entender.

— Podemos fazer isso outro dia. Não é bom forçar agora. — respondeu Kay.

— Eu quero tentar. Você vai ficar uma semana longe. Por favor! — implorou Emilia.

Kay tocou o rosto dela suavemente.

— Pense só em mim. Olhe apenas para mim. — disse ele, tentando acalma-la.

— Sim... — respondeu Emilia.

— Eu estou com você. Não precisa ter medo. — continuou Kay.

— Kay... — disse Emilia, encarando-o profundamente nos olhos.

Kay aproximou o rosto dela.

— Eu te amo. — disse ele.

Emilia ficou surpresa por um instante, mas logo respondeu:

— Eu também te amo.

"Espera! Que merda está acontecendo aqui?!", pensou Aiko, completamente confusa.

Kay deu um selinho rápido em Emilia e se afastou.

— Como se sente? — perguntou Kay.

Emilia tocou os lábios, ainda um pouco confusa.

— E então? — insistiu Kay, preocupado.

Emilia o empurrou bruscamente na cama e o beijou de forma mais intensa.

"Que merda é essa?!" pensava Aiko, desesperada e com falta de ar.

— Espera, Emilia! — disse Kay, deitando-a na cama e saindo de cima da Aiko em baixo do cobertor.

— Eu estou bem... Me faça esquecer daquele guarda! — pediu Emilia, abrindo os braços.

Kay hesitou, mas acabou se aproximando novamente. Emilia o abraçou, e os dois continuaram se beijando.

— Eu te amo... Eu te amo... — dizia Emilia entre os beijos.

"Por que sinto que estou esquecendo algo importante?", pensava Kay, intrigado.

— Dá para parar com isso?! — gritou Aiko, debaixo do cobertor.

Emilia e Kay se separaram imediatamente, assustados.

"Era dela!", pensou Kay, em pânico.

Emilia olhou para Kay, confusa.

Kay puxou o cobertor, revelando Aiko completamente paralisada.

— O que está fazendo aqui escondida?! — exclamou Emilia, completamente envergonhada.

— Quem está confusa e com vergonha aqui sou eu! Você, beijando um soldado bem ao lado da sua prima! Que falta de vergonha! — retrucou Aiko, visivelmente irritada.

— Nós... nós não estávamos nos beijando! E eu nem sabia que você estava... Espera, por que você está parada assim? — questionou Emilia, olhando para a prima.

— Que estranho. Você ainda estava viva. Poderia ter avisado! — comentou Kay, cruzando os braços como se nada tivesse acontecido.

— Seu imbecil! Aquilo era só um paralisante temporário! — gritou Aiko, furiosa.

— O que está acontecendo, Kay?! — perguntou Emilia, confusa e sem esconder o tom de preocupação.

Kay suspirou, tentando organizar seus pensamentos antes de responder:

— Como posso explicar... Ela se espetou com uma seringa que, a princípio, achei que tinha veneno dentro. E eu pensei: "Pronto, dessa vez a culpa vai cair em mim". Se eu tivesse matado alguém tão importante quanto essa garota, definitivamente seria executado. E, considerando que já estou causando problemas suficientes... bom, achei melhor ocultar as provas por enquanto.

— Você... o quê?! — disse Emilia, incrédula, alternando o olhar entre Kay e Aiko.

— Você é um idiota completo! — disse Aiko, ainda sem conseguir se mexer.

— Talvez... mas pelo menos ninguém foi envenenado, certo? — retrucou Kay, tentando aliviar a tensão com um sorriso desajeitado.

— Kay! — gritaram Emilia e Aiko ao mesmo tempo, deixando-o sem graça.

"Elas são mesmo primas!" — pensou Kay, observando as duas discutirem.

— E você? Aposto que tentou espetar essa seringa nele! — acusou Emilia, cruzando os braços e encarando Aiko.

— Quando cheguei, ele estava sozinho, deitado na sua cama! Achei que era algum pervertido, então fiz isso para te proteger! — explicou Aiko, apontando para Kay.

— E acabou se ferrando com isso! — retrucou Emilia, soltando um suspiro exasperado.

— Eu tenho resistência! — disse Aiko, começando a mexer os dedos devagar.

— Idiota, ele é um soldado. É claro que deve ter resistência a venenos! — respondeu Emilia, revirando os olhos.

"Que tipo de lógica doida é essa?" — pensou Kay, confuso com o comentário de Emilia.

— E você, beijando um soldado tão intensamente no seu quarto... O que seu pai vai pensar disso? — exclamou Aiko, com um tom provocador.

Emilia a encarou com um olhar sério e frio.


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