Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 91: Capítulo 91: Reunião finalizada, Desfecho!



— Aiko, retorne para o seu lugar. Depois podemos conversar. Deixe-o terminar de falar. — disse Emilia, tentando manter o controle da situação.

— Se você está dizendo... — respondeu Aiko, finalmente se afastando, mas não sem lançar um último olhar desafiador para Kay.

Kay respirou fundo, retomando a explicação:

— Em resumo, esse tal de Monarca é uma ameaça real e que, sob hipótese nenhuma, deve ser ignorado.

O rei assentiu, pensativo.

— Já entendi a situação, mas você não veio aqui somente para informar isso... Estou errado? — perguntou, com um tom de desconfiança.

— Com a ausência do capitão, a filha dele assumirá seu posto. Porém, ela ainda é imatura e inexperiente nessa área, e sua mãe certamente precisará auxiliá-la. Eu confio na capacidade das duas juntas, mas proteger ambos os reinos será um fardo pesado demais para elas sozinhas. Por isso, durante esta semana, o mini-ghoul ficará em Mineforde para protegê-las. E preciso que proíba a saída deste reino para todos os civis. — disse Kay.

O rei franziu o cenho.

— E para onde mais eles iriam? — murmurou, com desdém.

Kay ignorou a provocação e continuou:

— A Sexta Divisão ficará de luto durante esta semana. Para garantir a segurança do reino, tomei a liberdade de solicitar reforços dos outros esquadrões. Cada um enviará um esquadrão de apoio. Pelo menos, é o que espero. Mesmo que alguns se recusem, os outros já serão suficientes. Por isso, peço que ninguém procure os líderes, nem a vice-capitã ou a mãe do capitão Takemichi. Ambas são família dele, e precisam desse tempo para processar a perda.

O príncipe deu um passo à frente, a hostilidade evidente em sua voz:

— Quem você pensa que é para agir sem pedir permissão?

Kay lançou um olhar direto para ele, impassível.

— Guarde sua hostilidade. Assim que a semana passar, voltaremos às nossas atividades normais.

O rei interveio, calmamente:

— Eu entendo. O Takemichi era a peça principal de todo o exército. Vocês, que eram próximos, precisam desse momento. Já que providenciou reforços para proteger o reino, permitirei que tirem esse tempo para vocês.

Kay curvou levemente a cabeça, em sinal de respeito.

— Obrigado. Ah, e pode haver soldados que decidirão deixar o exército. É compreensível, já que perderam sua maior inspiração. Por isso, peço que permita que esses soldados retornem para suas casas levando os trajes e armas brancas.

O rei estreitou os olhos.

— Noxium tornou-se um material raro. Aquela mina foi um verdadeiro achado, mas o recurso é limitado. Ainda assim, você quer deixá-los levar as armas?

— Será benéfico. Soldados espalhados pela muralha podem servir como a primeira resistência, até que o exército chegue para lutar. — argumentou Kay, confiante.

O rei ponderou por alguns segundos antes de falar:

— Permito o uso dos trajes e das armas brancas. Porém, as armas de fogo permanecerão com os soldados ativos do exército. Mas me diga algo... Como garantia: se nem o capitão nem o mini-ghoul eliminaram os ghouls, quem os matou? Foi você?

Kay ergueu a cabeça, encarando o rei diretamente.

— Sim. — respondeu, com convicção.

— Todos os ghouls, inclusive o General? — exclamou o rei, surpreso.

— Sim. — respondeu Kay, sem hesitar.

O rei se inclinou no trono, analisando-o com um olhar perspicaz.

— De todo o exército, acredito que agora você seja o mais forte da Sexta Divisão. Como você avalia essa ameaça? — perguntou, direto.

Kay ponderou por um momento.

— O Capitão e o mini-ghoul já haviam exaurido parte das forças do General, então não testemunhei a velocidade que meu esquadrão relatou. Mas, de fato, o ataque dele foi incrivelmente rápido. — disse ele, pensativo.

Joana se aproximou, a expressão intrigada.

— Espera aí, Kay. Que ataque o General fez? — perguntou ela, franzindo o cenho.

— Acho que vocês não viram por causa da fumaça, mas ele tentou me atingir com seus tentáculos. Foi por isso que os cortei. — explicou Kay.

Ryuji estreitou os olhos, cético.

— Tem certeza que ele tentou te atacar? — perguntou, desconfiado.

— Tentou. — confirmou Kay, com firmeza.

Joana inclinou-se para perto dele e sussurrou, com um tom cauteloso:

— Esse General revelou um poder maior do que quando estava lutando com o Capitão. Foi esse poder que levou o mini-ghoul à derrota.

Kay cerrou os dentes, frustrado.

— "Ninguém me falou nada sobre isso... Agora já era!" — sussurrou de volta.

O chefe dos guardas, que ouvia tudo atentamente, cruzou os braços.

— Se você está dizendo que o General tentou te atacar, mas estava usando seu poder máximo naquele momento, isso significa que nem contra o Takemichi ele usou toda a sua força! — declarou, a voz grave ecoando pela sala.

— "Velho maldito!" — pensou Kay, irritado.

O rei virou-se para os líderes, seu olhar fixo.

— Isso é verdade? — perguntou.

Joana inclinou a cabeça em afirmação.

— Sim, Majestade. Foi uma fala do próprio General quando começou a levar o mini-ghoul a sério.

— Mas naquele momento eu estava com a quebra de limite ativada! — destacou Kay, buscando justificar sua vitória.

O rei manteve o olhar sério, mas ponderativo.

— Os civis viram você matando os ghouls? — perguntou.

— Viram. — confirmou Kay.

O rei se levantou, a decisão tomada.

— Tragam imediatamente alguns repórteres. Vamos fazer o anúncio aqui mesmo! — ordenou.

Kay soltou um murmúrio:

— Droga...

Joana deu um leve sorriso.

— Não reclame. Vai ser melhor assim. — sussurrou.

Em poucos minutos, os repórteres entraram na sala do trono, reverenciando o rei.

— Majestade! — disseram em uníssono.

— Bem-vindos. — cumprimentou o rei com um aceno breve. — Farei um anúncio ao povo. Poderiam transmitir? — perguntou.

— Será uma honra, meu rei! — responderam os repórteres, apressando-se para ajustar suas câmeras.

Kay e os líderes recuaram para o fundo da sala, deixando a área livre para a gravação. Em poucos minutos, os repórteres sinalizaram que tudo estava pronto.

O rei ergueu-se, a voz ressoando pelo salão enquanto começava:

— Caros cidadãos do reino de Valtreon...

O discurso seguiu por longos minutos, detalhando os eventos em Mineforde, a perda do Capitão Takemichi e as ações para proteger o reino. Kay cruzou os braços, sussurrando para Yan:

— Que discurso longo!

Yan respondeu, mantendo o olhar à frente:

— Ele está explicando tudo ao povo. É compreensível que seja tão detalhado.

Finalmente, o rei concluiu, voltando-se para a câmera:

— Após esta semana de luto, o exército retornará com uma nova liderança. A filha do Capitão Takemichi, que já atua como vice-capitã, assumirá o comando. Sei que muitos de vocês podem se sentir inseguros, mas lhes garanto: isso não é o fim. Temos líderes valorosos, e eles estão aqui presentes. Agora, passarão algumas palavras para vocês.

Kay arregalou os olhos, confuso.

— O quê?! — exclamou, quase alto demais.

Ryuji se inclinou para ele, sussurrando:

— O rei não sabe como encerrar e jogou o final para nós.

Joana lançou um olhar de advertência.

— Mostrem confiança. — sussurrou.

Os líderes caminharam para frente. Kay balançou a cabeça, sussurrando:

— Eu não sou bom com discursos. Não me metam nisso.

Yan respondeu, impaciente:

— Isso é impossível!

— Como o rei mencionou, o Capitão não está mais vivo para nos liderar. Mas foi graças a ele que os civis, os guardas e nós saímos vivos de Mineforde. — Joana respirou fundo, a emoção em sua voz. — Embora o Capitão tenha perdido a vida, não tivemos mais nenhuma baixa por causa do sacrifício dele! Entendo que vocês possam estar assustados e preocupados, mas nossa nova capitã é uma pessoa capaz de nos liderar. Eu garanto: ficaremos mais fortes para continuar protegendo vocês! Então, por favor, não percam a fé em nós. E peço que entendam que essa semana de luto é importante, porque nosso Capitão também era nossa fonte de inspiração, assim como ele foi para muitos de vocês! — concluiu Joana, firme.

Ryuji deu um passo à frente, cruzando os braços antes de falar:

— Não tenho muito a dizer, já que o rei e a Joana falaram o que eu queria. Mas garanto que continuaremos lutando para proteger esse reino e avançar na nossa vitória contra os ghouls. Falo isso em nome da Lena também, que ficou na base para apoiar os soldados! — afirmou, com convicção.

Yan respirou fundo antes de falar, seu tom carregado de arrependimento.

— Sei que, para os civis que estavam lá, parecemos patéticos ao mostrar liderança. Mas naquele momento, fizemos a melhor escolha para evitar mais baixas. Ainda assim... — Ele abaixou a cabeça, a voz pesada. — Peço que fiquem de olho em nós e nos permitam redimir esse erro. Prometo que isso não vai mais acontecer! Vamos protegê-los com tudo o que temos, mesmo que custe nossas vidas!

Os líderes então olharam para Kay. Ele hesitou por um instante, mas deu um passo à frente.

— Acredito que muitos de vocês não me conhecem, mas devem ter me visto em alguma foto de Mineforde. Sou o líder do Quinto Esquadrão. Podem me chamar de Alpha Zero. — Ele ajustou a postura, a voz grave e sincera. — Para alguns, minhas palavras podem não ter o mesmo impacto que as dos meus veteranos, mas peço que me escutem. Quando entrei no exército, eu não me dava bem com o Capitão Takemichi. Porém, com o passar do tempo, nas missões e fora delas, comecei a enxergar a luz que muitos viam nele. Aquele sentimento de confiar sua vida a outra pessoa. Com o tempo, passei a admirá-lo. Apesar das discussões ocasionais, ele e meus veteranos confiaram em mim para liderar um novo esquadrão. E agora, prometo novamente: farei jus ao título que me foi dado! — disse Kay, sua voz carregada de emoção.

Ele bateu continência.

— Em honra ao que o Capitão foi para nós e para vocês, peço que entendam: precisamos desse momento de luto em memória dele. Quando voltarmos, seremos mais fortes do que nunca! Tão fortes que serão os ghouls a temerem a nós! — Sua aura começou a emanar, intensa como uma chama viva. — Garanto que eles não sairão impunes! Vamos caçá-los até que não reste mais nenhum deles neste mundo! — concluiu Kay, sério.

Yan deu um tapinha leve nas costas dele, tentando aliviar a tensão.

— Se acalma, cara! — sussurrou.

Kay piscou, percebendo o que havia feito.

— Eu não tinha notado... — murmurou, escondendo a intenção assassina.

Todos os presentes, exceto os líderes de esquadrão, estavam visivelmente abalados, tremendo de medo diante da intensidade de Kay.

Kay respirou fundo e concluiu:

— É isso que eu queria dizer. Por favor, tentem não sair das muralhas. Aqui dentro, garantiremos a proteção de vocês. Encerrando, é um prazer conhecê-los! — Ele bateu continência novamente.

Joana encerrou o discurso com uma nota de confiança:

— Mesmo sem o Capitão, continuaremos lutando para vencer. Confiem em nós!

Os líderes bateram continência e voltaram para suas posições. O rei ergueu a mão, sua voz firme e inspiradora:

— Vamos continuar avançando juntos pelo bem da humanidade! Conto com o apoio de vocês!

Os jornalistas encerraram a transmissão, ainda tremendo levemente após a intensidade do discurso.

— Eu agradeço. — disse o rei, com um sorriso breve.

— Foi um prazer, Majestade! — responderam os jornalistas, antes de se retirarem com as pernas ainda trêmulas.

Kay observou os repórteres saírem e comentou, com um leve sorriso:

— Isso é que é ser profissional!

O rei fez um gesto de encerramento.

— Esta reunião está encerrada. Bom trabalho a todos!

Kay virou-se para os demais.

— Tenho algo para fazer no castelo. Encontro vocês depois. — disse ele, enquanto saía.

Joana o seguiu com o olhar, cruzando os braços.

— Não vá arrumar um jeito de ser executado, entendeu? — disse ela, com um tom levemente provocador.

Kay deu de ombros, já fora da sala.

— Pode deixar!

Emilia também se levantou, dirigindo-se à saída.

— Não vá arrumar um jeito de eu ter que executá-lo! — brincou a rainha.

— Pode deixar! — respondeu Emilia, sorrindo antes de deixar a sala.

A cena muda para o quarto de Emilia.


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