Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 89: Capítulo 89: Evolução do traje!



O tempo passou lentamente, até que, uma hora depois, o som de helicópteros e veículos começou a ecoar ao longe.

Kay abriu os olhos, piscando lentamente antes de se levantar.

— Obrigado... — disse ele, com um tom mais leve, embora ainda cansado. — Estou acordado agora.

Thais soltou um suspiro aliviado, mas logo reclamou, com um sorriso brincando em seus lábios:

— Que bom! Mas minha perna está dormente agora!

Kay sorriu de leve, finalmente relaxado por um instante e a pegou no colo a apoiando em seus braços.

— Preciso me distrair... Me chama pra jogar à noite! — disse Kay, tentando aliviar a tensão.

— Eu vou! — respondeu Thais, com um sorriso animador.

Kay ativou as asas do traje, erguendo-se com facilidade, e levou Thais em segurança para perto de sua equipe.

— O que vamos fazer com ele? — exclamou Kratos, apontando para o mini ghoul.

— Então ele não conseguiu comer a parte de cima... Deixa isso para o instituto fazer mais armas. Quanto ao mini ghoul, vamos deixá-lo como parte do exército! — respondeu Kay, analisando a situação.

— Acredito que isso vai ser impossível, depois do que aconteceu com o capitão... — retrucou Kratos, com uma expressão séria.

Kay suspirou e cruzou os braços, pensativo.

— Entendo... Deixá-lo preso em uma gaiola seria um desperdício. Mas, por enquanto, vamos seguir com isso. — respondeu Kay, embora sua voz carregasse um peso evidente.

— E agora? Como vai ser sem o capitão? — perguntou Kratos, quebrando o silêncio que pairava sobre o grupo.

— Tinha civis naquela hora, então logo tudo isso será revelado ao público. Me contem exatamente o que aconteceu antes de eu chegar. — ordenou Kay, ajustando a postura.

Enquanto os membros da equipe começavam a relatar o que haviam presenciado durante o ataque, os operários do instituto recolhiam os corpos dos ghouls. Fernanda se aproximou, interessada no que o grupo discutia.

— Usaram as pessoas como reféns... Esses ghouls eram perigosos. — comentou Kay, sua expressão se fechando em um misto de raiva e reflexão.

— Não podíamos fazer nada... Eles iam matar os... — Slayer hesitou, antes de abaixar a cabeça. — Não! Isso é uma desculpa. Na verdade, nós estávamos com medo e não conseguimos nos mover! — admitiu, com amargura na voz.

— Se nos movêssemos, será que teria sido diferente? — perguntou Dan, tentando encontrar sentido em tudo.

— Talvez... Mas, ao invés do capitão, seriam os civis, os guardas, os soldados... Teríamos muitas mortes. — respondeu San, tentando aliviar o peso na consciência do grupo.

— É frustrante! — exclamou Fiona, cerrando os punhos.

Kay respirou fundo e, após um momento, virou-se para Fernanda.

— Fernanda, o mini ghoul vai ficar em Mineforde durante esta semana. Os reforços das outras divisões protegerão as pessoas no reino. — declarou Kay, com firmeza.

— Não acho que o pessoal do instituto vai aprovar. Eles demoraram para liberar ele pra vir pra cá. — disse Fernanda, franzindo a testa.

— Não é uma opção! — retrucou Kay, o tom de voz mais duro. — Estou dizendo que o mini ghoul permanecerá aqui essa semana. Ou será que eles preferem que Mineforde corra o risco de ficar cheio de ghouls?

Fernanda hesitou por um momento, mas assentiu.

— Vou passar o recado. — disse ela, retirando o rádio de sua cintura.

Kay voltou-se para a equipe, observando os helicópteros e veículos ao longe.

— Nossa equipe deve chegar depois dos reforços. Vamos voltar para a base assim que o instituto recolher todos os corpos. — anunciou Kay.

Thais, que até então permanecia em silêncio, levantou uma sobrancelha e perguntou, com um tom meio brincalhão:

— Então, Kay, quando você vai me colocar no chão?

Kay olhou para ela, confuso.

— Sua perna está normal? — perguntou ele, preocupado.

Thais cruzou os braços, o rosto um pouco vermelho.

— Faz tempo! Eu até te avisei, mas parece que não ouviu. — disse ela, claramente embaraçada.

— Desculpa! — disse Kay rapidamente, ajudando-a a ficar de pé com cuidado.

Thais se ajeitou, sacudindo as pernas para aliviar a dormência. Então, apontou para Kay com um sorriso provocador.

— Tem que prestar mais atenção no momento! — disse ela, com um ar desafiador.

Kay riu levemente, deixando a tensão da batalha se dissipar por um instante e fez cafuné nela.

— Passar aquele tempo com você me fez bem, obrigado! — disse Kay, com um pequeno sorriso.

— Acho que é pra isso que servem os parceiros, né? Pra apoiar um ao outro nesses momentos! — respondeu Thais, vangloriando-se um pouco.

— A cada momento consigo compreender o que a Rem e a Mira queriam para mim. De fato, são tantas emoções... — comentou Kay, ainda sorrindo, mas com um olhar reflexivo.

— Não sei se entendi... Mas é uma coisa boa, né? — perguntou Thais, um pouco confusa.

— É maravilhosa. — Kay olhou diretamente nos olhos dela, a intensidade de sua voz carregando um peso significativo.

Antes que o clima ficasse mais profundo, Fernanda interrompeu bruscamente:

— Já chega de namorico de vocês dois. Qual é a situação do seu traje? — exclamou, cruzando os braços.

— A quebra de limite queimou o circuito das placas internas. Já reparei que o traje está absorvendo alguma coisa dos ghouls... Só preciso trocar os circuitos internos e ele vai estar pronto pra uso. — explicou Kay.

— Vou aproveitar que o pessoal do instituto está aqui e dar prioridade no seu reparo. Então... Vai tirando o traje! — ordenou Fernanda.

Kay pareceu hesitar por um momento, mas logo mudou de assunto:

— Tem uma coisa que quero te perguntar... A parte de cima do general. É possível transformar isso em um traje? — perguntou ele.

— O mini ghoul só comeu a parte de baixo, mas o problema é que você cortou muito. Ainda assim, é possível, sim! — respondeu Fernanda.

— Parece um bom material pra traje. Já que o próprio mini ghoul não conseguiu cortar, deixa isso registrado. Quando criarem o traje, deem ele pra alguém que nunca usou um traje antes, mas que tenha uma porcentagem elevada logo no começo. — disse Kay, com convicção.

— De que nível de porcentagem estamos falando? — perguntou Fernanda.

— Do mesmo do Kratos e da Ravena no começo. Ou, se possível, alguém superior! — afirmou Kay.

— Não é todo mês que aparece gente assim, mas vou deixar o pessoal informado. — respondeu Fernanda.

Kay respirou fundo e então adicionou:

— E, por último, anuncie a morte do Takemichi, a existência dos monarcas e generais, e possivelmente de outros cargos entre os ghouls. Eles passaram de uma ameaça irracional para algo muito mais preocupante. E diante das habilidades deles, informem que podem ter poderes diferentes dos que estamos acostumados!

— Certo! — assentiu Fernanda.

— Marca uma audiência com o rei. Vou passar lá antes de ir pra base. — disse Kay, já se preparando para partir.

— Vai brigar com ele? — perguntou Fernanda, desconfiada.

— Só vou dizer como vai ser durante essa semana. Já não tenho cabeça pra discutir. — respondeu Kay, cansado.

— Então seria melhor você mesmo marcar, já que tem o contato de alguém da família real. — retrucou Fernanda.

— Já entendi! Eu vou voltar na frente. — Kay se virou para sair.

— Eu falei pra você tirar o traje! — insistiu Fernanda.

Kay ignorou o pedido e continuou:

— Os outros já chegaram no reino, mas talvez ainda não tenham informado o que aconteceu aqui. Vou chegar provavelmente quando estiverem explicando no castelo. Vou deixar meu traje com algum cientista do castelo pra ele levar pro instituto.

— Você me dá tanto trabalho, garoto! — reclamou Fernanda.

Kay apenas sorriu antes de se aproximar do mini ghoul, que ainda estava dormindo.

— Parece que está evoluindo. Nunca pensei que diria isso, mas ele vai ser um bom aliado. — comentou Kay.

— Evoluindo tão rápido? — exclamou Fernanda, surpresa.

— Comer ghouls mais fortes tem um efeito melhor nele. De toda forma... — disse Kay, antes de emanar sua aura em direção ao mini ghoul. — Os humanos estão voltando pra casa, então você vai tomar conta deste lugar até eu mandar você retornar. Mate todos os ghouls que se aproximarem e pode comê-los. Fuja apenas se não tiver capacidade para matá-los! Isso é uma ordem! — declarou Kay, com autoridade.

Após passar a ordem, ocultou sua aura e pegou o celular.

— Será que ele entendeu? Ele ainda está dormindo. — perguntou Thais, um pouco desconfiada.

— Ele consegue notar a diferença na minha voz, mesmo por chamada de celular. Então, pessoalmente, ele deve entender minhas ordens mesmo inconsciente. — explicou Kay, enquanto digitava no celular.

— Acho que faz sentido. — disse Thais.

Kay recebeu uma mensagem e verificou rapidamente.

— Entendo. Parece que já estão em audiência com o rei. Exceto pela Lena, todos os líderes estão lá. Vou aproveitar para ir também, dar apoio pra eles. Depois, retornem pra base e aguardem nossa chegada! — ordenou Kay.

— Certo! — respondeu a equipe.

Kay colocou sua máscara e se preparou.

— Boa sorte! — disse Thais.

Manifestando suas asas, Kay respondeu com um sorriso antes de decolar.

— Elas não estão maiores do que antes? — perguntou Dan, surpreso.

— Entendo... Evoluíram. — comentou Kay, mais para si mesmo.

— Quer dizer que você está mais forte! Quando chegar lá, me avisa. — pediu Thais.

— Tudo bem, estou indo. — respondeu Kay.

Um vento forte tomou conta do lugar, fazendo todos se segurarem.

— Tá de brincadeira! — disse Kratos, impressionado.

Fernanda observou com olhos arregalados. "Esse é o poder do general... O que vai acontecer com quem domar esse traje?" — pensou, perplexa.

Enquanto o ar voltava ao normal, o celular de Thais começou a tocar com notificações.

— Esse toque... Não é possível, né? — disse Thais, olhando para o aparelho.

— Eu cheguei. — dizia a mensagem de Kay.

— Quantos segundos foi isso?! — exclamou Thais, incrédula.

— Bem pouco. — respondeu San, ainda processando o ocorrido.

— É uma hora de helicóptero e ele mal saiu e já chegou lá! — disse Thais.

— Esse é o nível de ameaça que os ghouls inteligentes apresentam. Vocês também precisam evoluir! — afirmou Fernanda.

— Tem razão. — disse Fiona, com determinação.

A cena corta para o castelo.


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