Chapter 87: Capítulo 87: Sr Capitão Takemichi!
O tempo passou. Meia hora se arrastou como uma eternidade.
Takemichi estava coberto de ferimentos, respirando com dificuldade. Diante dele, o general ghoul permanecia praticamente ileso, sua regeneração o tornando uma força implacável.
— Não adianta, humano. Eu sempre irei me regenerar. Em contrapartida, você ficará cada vez mais ferido! — zombou o general, com um sorriso sádico no rosto.
Takemichi o encarou com desprezo, mesmo com o sangue escorrendo de cortes profundos.
— Fica calado por um minuto. — respondeu ele, ofegante.
O general ghoul soltou uma gargalhada sinistra.
— Ainda é arrogante, mesmo sabendo que não tem mais chance!
Takemichi, ignorando a provocação, fechou os olhos. Ele parecia estar concentrado em algo interno, sua respiração ficando cada vez mais lenta e controlada.
— "Meu corpo... Por que não está sendo afetado pela quebra de limite? É estranho, mas... leve!" — pensou ele, sentindo uma mudança em sua condição.
O general observava com impaciência.
— Está se rendendo, humano? — exclamou, avançando um passo.
Takemichi permaneceu imóvel, os olhos ainda fechados.
— Sem resposta, é? Tudo bem... Vou entrar no seu jogo! — disse o ghoul, cruzando os braços enquanto aguardava.
Dentro da consciência de Takemichi, o cenário era tomado por uma escuridão profunda. Ele viu a figura de seu próprio ghoul, suas asas negras abertas e brilhando com um brilho sombrio.
— E aí... Estamos um pouco ferrados lá fora, não é? Você também está sentindo isso, certo? — disse Takemichi, encarando a criatura diante dele.
O ghoul apenas abriu as asas, e a escuridão ao redor se moveu como uma onda viva. Em um instante, ele desapareceu, deixando Takemichi confuso.
— O que está acontecendo? — pensou, enquanto a escuridão ao redor parecia se dissipar.
De volta à realidade, Takemichi abriu os olhos, sentindo uma energia nova percorrer seu corpo.
— Terminou, humano? — exclamou o general ghoul, ao perceber o movimento de Takemichi.
O capitão sorriu levemente, apertando com força os cabos dos machados.
— Parece que sim.
Ele se posicionou com firmeza. Apesar dos ferimentos, havia algo diferente em sua postura: uma confiança inabalável.
— Meu corpo está ferido, mas parece tão leve...! — pensou Takemichi, ajustando sua respiração.
O general ghoul soltou uma risada baixa, divertida.
— Essa é sua última chance. Você me divertiu, então se alegre, humano! Nenhum dos outros humanos será morto hoje.
Takemichi estreitou os olhos, sua voz carregada de determinação:
— Ainda não perdi. Então, por que está se vangloriando?
— Muito bem, humano. Mostre-me do que você é feito! — rugiu o general
Takemichi girou os machados em suas mãos, sua aura começando a brilhar intensamente.
— Eu vou te mostrar... E quando acabar, não sobrará nada de você!
O general ghoul avançou novamente, seus tentáculos se movendo com velocidade e precisão mortais. Desta vez, no entanto, algo diferente aconteceu.
Takemichi desapareceu da visão do general por um instante, apenas para reaparecer atrás dele.
— Meus olhos acompanharam... Mas meu corpo foi lento demais. Que mudança foi essa, humano? — exclamou o general, surpreso.
Em seguida, os tentáculos e as pernas do general caíram ao chão, cortados pelos machados de Takemichi em um ataque preciso e devastador.
— Parece que nem sua própria raça colabora. Vamos lutar agora, mas desta vez, é para matar um ao outro! — disse Takemichi, sua voz carregada de desdém.
O general ghoul soltou uma risada rouca.
— Interessante! — respondeu ele, começando a regenerar seus membros com rapidez, enquanto uma aura negra envolvia seu corpo.
De repente, entre os celulares jogados no chão, um começou a tocar novamente. Joana, atenta, olhou para ele imediatamente.
— "É o meu!" — pensou, apreensiva.
Ela se abaixou ligeiramente para observar a tela, mas hesitou em tocar no aparelho. Da ligação, a voz de Fernanda ecoou pelo pequeno alto-falante:
— Mini Ghoul chega em meia hora. Alpha Zero, aproximadamente quatro horas. —
Em seguida, o toque parou, e uma voz feminina automatizada informou:
— Você tem um novo recado. Toque para ouvir.
Os líderes trocaram olhares confusos, tentando interpretar o que aquilo significava.
— "Eles vão mesmo enviar o Mini Ghoul?" — pensaram, tentando esconder a excitação e o receio.
Um dos ghouls próximos estreitou os olhos ao ouvir o som do celular.
— Aparelhos humanos são barulhentos! — reclamou, sua voz carregada de desprezo.
Joana se aproximou de seus companheiros, sussurrando:
— O capitão precisa aguentar. Talvez, com o Mini Ghoul, nós possamos revidar!
Yan franziu a testa, sua expressão carregada de preocupação.
— Quatro horas para o outro chegar é muito tempo! — sussurrou ele de volta.
— Mas é o melhor reforço que poderíamos pedir agora. — rebateu Lena, sua voz firme e esperançosa.
Joana respirou fundo, avaliando a situação antes de continuar:
— Se o Mini Ghoul atacar, esses aqui podem reagir contra os civis. Vamos agir assim que ele chegar. Faremos o possível para focar a atenção desses ghouls em nós, e então os afastaremos das pessoas.
Os líderes assentiram em silêncio, concordando com a estratégia, mas suas expressões mostravam a tensão da responsabilidade que carregavam.
Um dos ghouls, com um sorriso cruel no rosto, interrompeu os sussurros:
— Humanos idiotas, nós conseguimos ouvir vocês! É melhor não tentarem nada. Podemos matá-los facilmente!
Joana olhou para os líderes novamente e fez um pequeno aceno. Eles retribuíram o gesto, mantendo o foco.
Enquanto isso, no campo de batalha, Takemichi parecia ter se adaptado aos movimentos do general. Seus olhos agora acompanhavam cada ação do ghoul com precisão.
O combate havia se tornado um intenso duelo de ataques e contra-ataques. Cada golpe do general era aparado ou evitado, e cada investida de Takemichi se tornava mais afiada e certeira.
O som dos machados de Takemichi cortando o ar se misturava com o eco dos tentáculos do ghoul atingindo o solo e as paredes ao redor. A terra tremia sob os passos deles, e o impacto de cada troca fazia a tensão na cidade aumentar ainda mais.
Mesmo com seu corpo ferido, Takemichi estava determinado a continuar.
— "Meu corpo está no limite....!" — pensou ele, avançando com força contra o general ghoul.
O general, por sua vez, parecia mais entretido do que irritado.
— Muito bem, humano! Continue assim! Faça-me lembrar por que vocês são chamados de sobreviventes tão teimosos! — rugiu ele, enquanto seus tentáculos se lançavam como lanças negras em direção a Takemichi.
Com um giro preciso, Takemichi desviou e contra-atacou, suas lâminas cortando um dos tentáculos que avançava com força.
O embate continuava, cada segundo aumentando a tensão entre os humanos que observavam de longe, aguardando a chegada de um reforço que poderia ser a única chance de virada.
O confronto continuava feroz. Takemichi, mesmo ferido, conseguiu reunir todas as forças que lhe restavam e, em um movimento rápido e devastador, cortou o general ghoul em vários pedaços. Os humanos que observavam ao longe sentiram uma onda de esperança e alívio.
— Ele conseguiu! — sussurrou um dos soldados, com os punhos cerrados de emoção.
— O capitão é incrível! — exclamou uma das crianças, com os olhos brilhando de esperança.
Mas, de repente, uma risada sinistra ecoou pelo campo de batalha. Primeiro suave, depois ganhando intensidade, até se transformar em gargalhadas frenéticas e desumanas. Os ghouls que cercavam a área riam alto, debochando descaradamente dos humanos.
O general, ainda regenerando seu corpo rapidamente, levantou-se. Seu olhar frio e zombeteiro se voltou para os humanos, e em um instante, todos ficaram imóveis.
Então, a visão que ninguém queria presenciar se revelou: Takemichi estava perfurado por um dos tentáculos do general. O tentáculo atravessava seu torso, elevando-o no ar como se fosse um troféu. Os machados de Takemichi caíram ao chão, o som metálico ecoando como um sino fúnebre.
— Esse é o fim, humano. — a voz do general soou triunfante e cruel. — Vou cumprir minha parte do acordo e vamos embora.
Os humanos ficaram paralisados, a esperança que sentiam segundos antes agora esmagada por uma realidade brutal.
— Fechem os olhos! — gritou Takemichi, sua voz fraca mas ainda carregada de autoridade.
Slayer correu para a frente das crianças, bloqueando a visão delas com seu corpo.
— Olhem para o tio aqui! — disse ele, sua voz tremendo enquanto tentava esconder o desespero por trás de sua máscara. — Tudo vai ficar bem, olhem para mim!
Os outros membros do quinto esquadrão rapidamente se uniram, formando uma barreira humana para proteger as crianças da cena horrível.
O general ghoul abriu sua boca, cheia de dentes afiados e brilhantes.
— Adeus, humano. Até que foi divertido! — disse ele, sua voz carregada de desprezo e satisfação.
— "Me desculpem, Mira... Rem... E todos que acreditaram em mim. Peço desculpas, mas esse é o meu limite..." — pensou, sua respiração tornando-se cada vez mais fraca.
O ghoul avançou e, com um movimento voraz, devorou a cabeça de Takemichi. O corpo dele caiu no chão, sem vida.
O silêncio tomou conta do ambiente. Os adultos presentes estavam paralisados, suas expressões tomadas por choque e terror. Nenhuma palavra foi dita. Eles apenas observavam, incapazes de reagir ao que acabara de acontecer.
Então, ao longe, o som de hélices de um helicóptero começou a ser ouvido, aumentando a tensão no local.
— "O Mini Ghoul está chegando!" — pensaram os líderes, mas, em vez de esperança, o som trouxe um medo avassalador.
— "Se o Mini Ghoul atacar, ele pode nos colocar todos em perigo... e levar à morte de mais pessoas!" — pensou Joana, seus lábios tremendo enquanto tentava esconder o pânico.
Os ghouls ao redor levantaram suas cabeças, atentos ao som que se aproximava, mas o general apenas sorriu, saboreando cada parte do corpo do capitão.
O barulho do helicoptero cesou ao longe de mineforde. Os ghouls voltaram sua atenção para o general.