Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 86: Capítulo 86: General!



Cena muda para antes da ligação de Fernanda, em Mineforde.

— Mais pessoas! Esse rei está ficando caduco! — reclamou Takemichi.

— Ainda é seu governante, então demonstre mais respeito nas palavras! — advertiu o chefe da guarda.

— Deve ser melhor do que ter o príncipe no governo. De toda forma, é bom ver Mineforde ganhando mais vida! — comentou Takemichi.

— Isso é verdade, mas, assim como você, eu também gostaria que o reino esperasse mais um pouco antes de mandar civis para cá. — respondeu o chefe da guarda.

Takemichi recebeu uma ligação de Fernanda.

— Algum problema? — perguntou Takemichi.

— Por que você sempre acha que é problema quando eu ligo? — rebateu Fernanda.

— Mas não é sempre? — retrucou Takemichi.

— Dessa vez, não. Só estou informando que tem algo de errado com o mini-ghoul, e estou indo a pedido do instituto para tentar descobrir o que é. — explicou Fernanda.

— Tudo bem, me mantenha informado. — respondeu Takemichi.

— Certo! O grupo do Kay já está indo para a Segunda Divisão. — acrescentou Fernanda.

— Foi mais rápido do que o esperado. Fizeram um bom trabalho. — elogiou Takemichi.

— Não está surpreso? — perguntou Fernanda.

— Eu converso com a Rem todo dia. Estava informado do progresso deles. — respondeu Takemichi.

— Era isso que eu tinha para informar. Vou ligar para o Kay caso seja necessário para ordenar o mini-ghoul. Quer que passe algum recado? — perguntou Fernanda.

— Só diga que estão fazendo um bom trabalho e que continuem progredindo assim. — respondeu Takemichi.

— Vou repassar o recado. Bom trabalho! — disse Fernanda.

— Para você também. Boa sorte! — concluiu Takemichi, encerrando a chamada.

Logo após, uma mulher se aproximou.

— Com licença, capitão. Você se importaria de tirar uma foto com minha filha? — pediu a mulher.

— Tudo bem. — respondeu Takemichi, guardando o celular.

— Obrigada! — disse a mãe da garota.

Takemichi pegou a menina no colo.

— Gosta dos soldados? — perguntou ele.

— Sim! — respondeu a garota, sorrindo.

— Obrigado. Os soldados também gostam de vocês! — disse Takemichi, retribuindo o sorriso.

A garotinha ficou radiante, enquanto a mãe posicionava a câmera para tirar a foto.

— Sorria para a câmera! — pediu Takemichi.

Após a foto, a mãe e a filha agradeceram.

— Eu que agradeço! — disse Takemichi, colocando a garotinha no chão.

Elas se afastaram, voltando para perto dos outros civis.

— Para os guardas ninguém pede! — comentou o chefe da guarda.

— Elas sempre veem vocês no reino, então deixem a gente ter nossos momentos de glória! — respondeu Takemichi.

— Só estava brincando. Também somos populares! — riu o chefe da guarda.

— Você só queria dizer isso, não era? Tanto faz, vamos ver como... — Takemichi foi interrompido pelo repentino escurecimento do céu.

Estrondos ecoaram por toda Mineforde, causando alvoroço.

— O que foi isso? — perguntou o chefe da guarda, alarmado.

— Reúna os civis na cidade e, quando tiverem a chance, fujam! — ordenou Takemichi, enquanto pegava seus dois machados.

— Fugir? Não espere que eles terão essa possibilidade! — disse uma voz grave.

De frente para Takemichi, afastado das casas, um ghoul se revelava.

— Um ghoul que fala? Não achei que fosse mesmo ver um! — disse Takemichi, surpreso, mas com tom desafiador.

O pânico tomou conta da cidade, com civis correndo desesperados.

— Evitou cair em cima das casas e das pessoas... Então é a mim que vocês querem? — perguntou Takemichi.

— Capitão? — chamou Joana, aproximando-se com outros líderes.

— Esses humanos também parecem fortes, mas não vai ter graça enfrentá-los. — disse o ghoul, observando os líderes com desdém.

— O ghoul fala! — comentou Lena, assustada.

— Então, isso quer dizer que vocês só querem enfrentar a mim? Se é isso, vamos para outro lugar e podemos brincar! — disse Takemichi, em tom provocador.

— Não entenda errado. Você é um capitão, certo? Quero testar a força de um de vocês. Se for capaz de me divertir, vamos embora e não mataremos nenhum humano. Caso contrário, eu o devorarei e todos os outros presentes aqui! — declarou o ghoul.

— Está pegando reféns? — perguntou Takemichi, irritado.

Um dos ghouls manifestou um tentáculo, destruindo uma das casas com facilidade.

— Parece que não tenho escolha. Eu aceito seu desafio! — disse Takemichi, encarando o ghoul com determinação.

— Para que não criem falsas esperanças, há mais de nós vindo para cercar essas paredes. Então, nem pensem em fugir e joguem seus dispositivos de comunicação aqui. — disse o ghoul, com um sorriso sombrio.

"Eles sabem até disso?" — pensou Takemichi, estreitando os olhos.

— Mandem todos deixarem aqui, todos os dispositivos de comunicação que estiverem portando! — ordenou Takemichi, enquanto colocava o rádio e o celular no chão.

— Capitão? — perguntou Lena, preocupada.

— Só preciso derrotar esse felhoso, e vocês vão poder ir embora! — disse Takemichi, sem desviar o olhar do ghoul.

— Está me provocando antes da luta, humano? Desculpe, mas tais emoções eu não tenho! — respondeu o ghoul, começando a caminhar.

Takemichi o seguiu, afastando-se da cidade que haviam reconstruído com tanto esforço.

Os ghouls observavam tudo em silêncio, seus olhares vazios mas carregados de ameaça.

— Essa é uma ordem! Todos deixem os rádios e os celulares aqui no meio e aguardem o capitão retornar! — comandou Joana, depositando seus dispositivos no chão.

"Se não fosse pelos civis, talvez desse para atacar esses ghouls aqui!" — pensou Yan, cerrando os punhos com raiva.

— Não! As casas seriam destruídas e muitos de nós iriam morrer. — respondeu Ryuji, firme.

— Esses ghouls não são normais! — disse Lena, visivelmente assustada.

— No momento, vamos apenas fazer o que eles pediram. Organizem as pessoas. Um por um, tragam os dispositivos e garantam que ninguém esconda os celulares! — instruiu Joana, mantendo a compostura.

— Certo! — responderam os líderes, movendo-se rapidamente na direção dos civis, soldados e guardas espalhados pela cidade.

Joana olhou para os ghouls, que continuavam impassíveis.

— Eles vão organizar os humanos. — informou Joana, com uma pontada de nervosismo na voz.

— Eu não me importo, humana. Desde que não usem seus dispositivos para atrapalhar a diversão do general! — respondeu um dos ghouls, com desdém.

"General?" — pensou Joana, confusa e alarmada.

Mais afastados da cidade, ainda dentro de Mineforde, Takemichi e o general pararam em um local desolado.

— Já nos afastamos bastante. — disse o ghoul, virando-se lentamente.

Takemichi lançou um olhar rápido por cima do ombro, verificando a distância da cidade.

— Podemos começar! — disse Takemichi, sua postura demonstrando prontidão.

— Ainda não. Sabemos que há humanos espalhados por essas paredes. Esperem os ghouls reunirem todos. — ordenou o general.

Do céu, mais ghouls desceram em alta velocidade, atingindo partes da muralha e destruindo as armas de defesa instaladas ali. Os estrondos ecoaram, deixando claro que o plano estava cuidadosamente orquestrado.

— Esse era o objetivo? Vejo que estão bem informados. — comentou Takemichi, com um tom afiado.

— Se não querem que a informação vaze, então não deixem sobreviventes! — gritou o general ghoul para seus subordinados.

Takemichi, em um movimento inesperado, sentou-se no chão, cruzando os braços.

— O que pensa que está fazendo?! — exclamou o general, irritado.

— Aguardando os humanos se reunirem. Não foi o que você disse? — respondeu Takemichi, com um sorriso de canto.

— Insolente! — rosnou o ghoul, com a voz carregada de fúria.

— O que foi? Pensei que não tivesse emoções. — provocou Takemichi, erguendo uma sobrancelha.

— Se quer tanto assim morrer... — murmurou o ghoul, com uma aura sinistra começando a emanar de seu corpo. A energia negra se espalhou por toda Mineforde, como um véu de morte.

— Reúnam os humanos todos juntos! Eu já vou começar a me divertir! — bradou o general, sua voz reverberando como um trovão.

"Essa aura... Parece com... Não, não é isso. As deles são diferentes!" — pensou Takemichi, sentindo um calafrio enquanto se levantava lentamente.

A aura sombria do general começou a diminuir gradativamente, permitindo que o ambiente voltasse ao normal. O ar, que antes parecia pesado e sufocante, se aliviou como se uma tempestade houvesse recuado.

— Interessante. Até mesmo os ghouls caem diante de mim quando manifesto minha intenção. — disse o general, com um sorriso frio, seus olhos brilhando com superioridade.

— Bom pra você. Podemos começar agora? — exclamou Takemichi, erguendo um dos machados e apontando-o diretamente para o ghoul, como se traçasse uma linha entre eles.

O general riu, uma risada baixa e carregada de desprezo que ecoou pelo campo.

— Você é bem arrogante, humano. Vamos ver se faz metade do que fala! — retrucou o ghoul, enquanto seus tentáculos começavam a se manifestar, emergindo de suas costas como serpentes vivas e famintas.

Os tentáculos se retorciam no ar, carregados de uma energia ameaçadora, enquanto o chão ao redor tremia levemente com a força emanada pelo monstro.

O general ghoul inclinou o corpo levemente para frente, pronto para atacar.

Um de seus tentáculos avançou em alta velocidade na direção de Takemichi, rasgando o ar com um silvo ensurdecedor.

"Ele é rápido!" — pensou Takemichi, seus olhos arregalados ao perceber o quão veloz era o ataque.

Ele apertou firme o cabo do machado e, com um movimento ágil, desviou para a direita no último instante. Enquanto o tentáculo passava ao seu lado, ele girou o corpo e desferiu um corte preciso. O fio da lâmina do machado brilhou ao arrancar um pedaço do tentáculo, que caiu no chão com um som seco.

O general retraiu o que restava do tentáculo, observando Takemichi com uma expressão que oscilava entre surpresa e satisfação.

— Interessante. Não esperava que fosse capaz de desviar... e ainda por cima cortar! — disse o ghoul, um sorriso surgindo em seu rosto monstruoso.

Takemichi ajustou a postura, segurando o machado com firmeza e encarando o inimigo sem hesitação.

— É só um aquecimento? — exclamou ele, provocando.

O general ghoul não respondeu de imediato. Em vez disso, o tentáculo cortado começou a se regenerar rapidamente, pedaço por pedaço, até estar completamente inteiro novamente. Era como se nunca tivesse sido ferido.

— Regeneração rápida... Isso complica. — pensou Takemichi, franzindo o cenho.

O ghoul avançou novamente, mas desta vez foi diferente. Agora, Os quatro tentáculos avançaram em direções imprevisíveis, ondulando como cobras prestes a atacar. Takemichi sabia que, com um erro, seria esmagado ou empalado.

"Quatro ao mesmo tempo?! Não vai ser fácil..." — Takemichi cerrou os dentes, seus olhos avaliando rapidamente os movimentos.

Com os olhos fixos nos tentáculos, ele desferiu um giro rápido, usando ambos os machados para repelir dois deles. O impacto foi forte, e o som metálico ecoou pelo campo. Enquanto isso, os outros dois tentáculos vinham em sua direção por baixo e pelo lado esquerdo.

Takemichi saltou para trás, rolando no chão para evitar o golpe por baixo, mas um dos tentáculos ainda passou de raspão em sua perna, rasgando o tecido de sua armadura e deixando um corte superficial.

— Nada mal, humano! — exclamou o ghoul, rindo de forma cruel. — Mas você só está adiando o inevitável!

Takemichi se levantou rapidamente, ignorando a dor. Ele girou o machado na mão direita e apontou a lâmina para o general.

— Se acha que isso vai me parar, está muito enganado. Eu ainda nem comecei!

O ghoul gargalhou, suas presas à mostra.

— Então mostre o que sabe fazer, porque agora vou parar de brincar!

De repente, os tentáculos se alongaram, esticando-se como chicotes gigantes. Eles atingiram o chão com tanta força que levantaram uma nuvem de poeira, criando crateras no solo. Takemichi tentou se esquivar, mas a velocidade e a imprevisibilidade dos ataques tornavam cada movimento mais perigoso.

"Ele está forçando minhas reações." — Takemichi apertou o cabo de seus machados e, avançou diretamente contra o general.

Os tentáculos vieram como muralhas vivas para bloquear sua passagem, mas Takemichi saltou por cima de um deles e, no ar, girou os dois machados em um movimento descendente tentando atingir a cabeça do ghoul.

Mas o general ghoul reagiu rápido. Ele cruzou dois tentáculos sobre a cabeça, bloqueando os machados. O impacto gerou uma onda de choque que derrubou pedras e sacudiu as árvores ao redor.

— Nada mal... — disse o ghoul, com os olhos brilhando de prazer. — Mas vai precisar de mais do que isso para me derrubar!

Com um movimento brutal, o ghoul balançou os tentáculos, jogando Takemichi para trás como se fosse um boneco de pano. Takemichi colidiu contra o chão com força, rolando várias vezes antes de se levantar, respirando pesado.

— Tsc... Força bruta e regeneração. Esse cara não é só rápido, ele é resistente! — Takemichi limpou o sangue que escorria de sua boca.

O general ghoul avançou, agora não apenas com os tentáculos, mas usando seu corpo. Ele investiu como uma besta, cada passo tremendo o chão. Takemichi mal teve tempo de reagir antes de ver uma enorme garra vindo em sua direção.

Ele se jogou para o lado, mas não escapou completamente. A garra rasgou o ombro esquerdo de sua armadura, expondo a carne por baixo.

— Vamos, humano! Mostre-me mais! — gritou o ghoul, exalando uma aura densa que tornava o ar ao redor sufocante.

Takemichi se levantou, segurando os machados com firmeza, mesmo enquanto o sangue pingava de seu braço ferido.

— Já que você quer tanto... então é melhor estar preparado para o que vem agora!, Ativar Quebra de Limite!

Um brilho intenso percorreu o traje e logo fumaça começou a sair afastando a poeira e os detritos ao redor.

O ghoul hesitou por um momento, os olhos arregalados.

— Isso é...?!

Takemichi avançou a uma velocidade absurda, desaparecendo por um instante da visão do general. Em seguida, reapareceu à sua frente, desferindo um golpe cruzado com ambos os machados diretamente contra o torso do ghoul.

O impacto foi devastador. Uma onda de energia cortante varreu o campo, arrancando árvores e rachando o solo. O general ghoul foi arremessado para trás, colidindo com uma rocha enorme e destruindo-a no impacto.

Takemichi ofegava, suas mãos tremendo pelo esforço.

— É disso que você gosta, não é? Diversão... — disse ele, com um sorriso desafiador.

No entanto, da nuvem de poeira, o ghoul emergiu novamente, ferido, mas rindo.

— Impressionante! Um humano capaz de me ferir assim! Agora... é a minha vez de levar isso a sério!

O general começou a liberar ainda mais de sua aura, enquanto seus tentáculos se tornavam mais densos e afiados, gotejando uma substância viscosa e mortal.

Takemichi apertou os machados com mais força.

— Vamos ver até onde você aguenta, monstro...

Os líderes observavam de longe, seus punhos cerrados e os rostos tomados pela frustração. Eles não podiam fazer nada, enquanto os soldados e guardas olhavam com expressões de preocupação.

— "Quebra de limite vai te matar, capitão!" — pensavam os soldados, olhando para a luta com tristeza em seus olhos.

Entre os civis, Slayer se agachava ao lado das crianças, tentando confortá-las.

— Não se preocupem. Nosso capitão é forte! — disse ele, sua voz firme, mas com uma tristeza bem escondida atrás da máscara.

— Ajudem ele! Você é forte, não é, tio? — perguntou uma das crianças, segurando a mão da mãe, que também parecia apreensiva.

Slayer colocou a mão sobre a cabeça da criança e respondeu com a voz baixa, quase como um sussurro:

— Se atacarmos esses ghouls, eles também vão atacar... O capitão vai vencer sozinho. Ele é o mais forte daqui!

De repente, três celulares começaram a tocar entre os outros dispositivos jogados no chão. O som interrompeu o silêncio tenso.

Joana, atenta, fixou os olhos nos aparelhos.

— É o celular do capitão! — pensou, sentindo o coração acelerar.

— O meu também está tocando! — pensaram Joana e Thais quase ao mesmo tempo, olhando para os aparelhos com ansiedade.

Os ghouls se mantiveram em alerta, suas presenças intimidantes ampliando o peso da tensão. Poucos segundos depois, os toques cessaram.

— Aquele toque era do Kay! — sussurrou Thais.

— Eles já sabem que estamos com problemas... Mas eles não estão no país agora! — respondeu Kratos, com os olhos fixos nos ghouls.

— Eles devem pedir reforços... O capitão precisa aguentar até lá! — sussurrou Fiona, tentando manter a esperança viva.

Kratos, porém, não estava convencido. Ele respondeu em voz baixa:

— Reforços de quem? Toda nossa divisão está aqui agora. Se helicópteros se aproximarem, não poderemos atirar enquanto estivermos cercados por civis!

O tempo passou. Meia hora se arrastou como uma eternidade.


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