Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 84: Capítulo 84: Se acalma Fernanda!



Kay suspirou e se sentou no chão, cruzando as pernas. Manifestou os tentáculos, fixando-os nas laterais do avião para se manter imóvel.

— Só precisa me dar as mãos. — repetiu ele, ainda sorrindo.

Ravena, após bufar, se sentou à sua frente e estendeu as mãos para ele, relutante.

— Vai demorar um pouco para fazê-lo entender... — comentou Kay, fechando os olhos, agora mais sério.

Ravena corou ligeiramente, surpresa com o tom inesperado.

— Eu preciso meditar também? — perguntou ela, quase sem jeito.

— Não precisa. É melhor que você se mantenha consciente. — respondeu Kay, ainda de olhos fechados.

— Então ande logo! — pressionou Ravena, desconfortável.

Kay respirou fundo, mergulhando na concentração.

— Você está apertando um pouco! — disse Ravena, olhando para as próprias mãos.

Kay não respondeu. Seu silêncio foi logo interrompido por Rem, que se aproximou e cutucou sua bochecha.

— Parece que ele já está concentrado.

— Está apertando muito? — perguntou Mira, preocupada.

— Dá para suportar. — disse Ravena, com a voz trêmula.

— Isso não é engraçado. Só bastou um segundo, e ele ficou totalmente imerso nisso! — observou Rem, fascinada.

— Onde quer chegar? — indagou Sarah, curiosa.

— Ele está cada vez mais dominante sobre os ghouls. Acho que é de tanto treinar os soldados. — respondeu Rem.

— Já foram quatro divisões e mais de quatro mil soldados treinados. Isso pode ter facilitado para ele. — completou Mira.

— Não é interessante? E cada vez mais os treinos estão ficando mais fáceis. Vocês viram que, nessa divisão, nenhum ghoul se manifestou, mas todos obedeceram! — disse Rem, animada.

— É verdade! Consigo imaginar no que está pensando. — comentou Ravena, pensativa.

— Eu ainda não entendi. — admitiu Mira, franzindo o cenho.

— Talvez agora ele consiga ordenar os ghouls vivos, assim como fez com o mini-ghoul. Não é isso que está pensando? — perguntou Ravena, olhando para Rem.

— Exatamente. — confirmou Rem, com um sorriso enigmático.

— Ah, faz sentido! — disse Mira, finalmente entendendo.

De repente, Kay abriu os olhos e olhou para Ravena.

— Toma cuidado, amor. Assim você quebra minha mão!

Ravena piscou, surpresa, e soltou as mãos dele rapidamente.

— Desculpa! Eu não tinha percebido. — respondeu ela, envergonhada.

Logo em seguida, o comunicador de Kay vibrou. Ele atendeu e colocou no viva-voz.

— O ghoul dela parece querer enfrentar o capitão Renji e vai apoiar a Ravena oferecendo mais poder para ela! — Kay disse, imediatamente, como se já soubesse o assunto.

— Como sabia que eu ia falar da Ravena? — exclamou Fernanda, do outro lado da linha.

— Aumentou para quantos a porcentagem dela? — perguntou Kay.

— Noventa e dois por cento. — respondeu Fernanda.

— Noventa?! — Ravena exclamou, surpresa.

— Que grande salto! — brincou Rem, com um sorriso provocativo.

— Mas estava em quanto antes? — perguntou Mira, confusa.

— Sessenta e sete por cento. Foi um aumento anormal de vinte e cinco por cento. Diferente da outra vez que ela manifestou os tentáculos. Todos só receberam um aumento de dez a doze por cento. — explicou Fernanda.

— É a vontade dela e do ghoul de lutar contra um capitão se unindo. Foi isso que causou o efeito. — disse Kay.

— Mas a vontade de um ghoul e de um humano de querer enfrentar alguém mais forte já deve ter acontecido várias vezes antes. Por que nunca resultou em um aumento como esse no traje? — questionou Fernanda.

— Foi obra minha. Ordenei o ghoul a dar mais poder a ela. — respondeu Ravena, orgulhosa.

— Imaginei que ele estava envolvido. Mas não liguei só por isso. Parece que algo aconteceu com o mini-ghoul, deixando todos no instituto eufóricos. Estou indo para lá agora e, depois, ligo para contar o que houve. — disse Fernanda, com urgência.

— Mini-ghoul... Entendo. Depois me informe. Estamos indo para a segunda divisão agora e estaremos de volta à base ainda esta semana. — respondeu Kay.

— Não levaria um mês? — questionou Fernanda, surpresa.

— As coisas estão avançando mais rápido do que imaginei. — explicou Kay.

— Tudo bem. Vou informar isso ao capitão. — despediu-se Fernanda.

— Obrigado. Até mais! — disse Kay.

— Até! — respondeu Fernanda, desligando a chamada.

— O que pode ter acontecido? — perguntou Sarah.

— Vamos descobrir mais tarde. Por enquanto, vamos continuar a missão. — respondeu Kay, segurando novamente as mãos de Ravena.

— Ainda não acabou? — perguntou Ravena, franzindo o cenho.

— Por enquanto, será uma força temporária. Mas acredito que você conseguirá dominar isso em poucos dias. — disse Kay, analisando o traje dela.

— Quer dizer que meu traje agora está no nível de um capitão antes de conseguir os tentáculos? — perguntou Ravena, surpresa.

— Oito por cento de diferença parece pouco, mas ainda é muito. Eu percebi isso nos capitães. Eles não conseguem ultrapassar os cem por cento. Tanto o Takemichi, a Yumi e os outros dois só chegaram a cem por cento. Descobri isso comparando o cheiro dos trajes evoluídos deles. — explicou Kay.

— Quer dizer que o máximo que os soldados podem usar é cem por cento? — perguntou Sarah, intrigada.

— Acho que o capitão da primeira divisão pode ser diferente, já que ele já começou com cem por cento. Mas, como ele não quer participar do treinamento, não tem como testar. — finalizou Kay.

— Quer dizer que, se cada um de nós aqui chegar a cem por cento, estaremos no mesmo nível dos capitães? — exclamou Sarah, com uma expressão de surpresa.

— Eu não diria o mesmo nível, já que o estilo de combate e a experiência contam, mas... eu acredito que, com a mesma porcentagem de traje, os capitães teriam dificuldade em enfrentá-los no mano a mano! — disse Kay, com um sorriso confiante.

— Mas, mesmo se conseguirmos mais poder, ainda estaríamos longe dos 100%. — disse Mira, com um tom de tristeza.

— Mais 25%... Você iria para 69%. — disse Ravena, com um olhar intrigado.

— Como sabe disso? — exclamou Mira, surpresa.

— Eu vi as porcentagens dos soldados com a Fernanda. — explicou Ravena, com naturalidade.

— 69%... Seria muito para mim! — disse Mira, impressionada.

— Seria mais do que a porcentagem que a Ravena tinha há poucos minutos! — comentou Sarah, com uma risada leve.

— É verdade, seria maior que todos do nosso esquadrão! — disse Ravena, com um sorriso orgulhoso.

— Ele foi desperto pela sede de vitória contra o capitão. Quando eu estiver enfrentando a Ravena, vou deixar minha aura sair. Talvez isso desperte a vontade dos ghouls de vocês! — disse Kay, com um olhar determinado.

— Mas estamos sentindo essa aura em todas as divisões e nada acontece. — disse Mira, com ceticismo.

— É diferente. Eu não estou em combate quando vocês sentem, mas talvez algo mude na minha aura quando estou lutando. Mas, se quiser, posso tentar falar com o ghoul igual fiz com a Ravena! — sugeriu Kay, com um sorriso travesso.

— Melhor eu não arriscar agora! — respondeu Mira, visivelmente desconfortável.

Kay olhou para as outras.

— Eu vou tentar depois também! — disse Sarah, com um brilho de determinação nos olhos.

— Não custa nada tentar! — comentou Rem, cutucando a bochecha dele com um sorriso travesso.

Ravena se sentou em seu lugar, e Rem se sentou à frente de Kay. Ele pegou as mãos dela e fechou os olhos.

— Vai com calma, Kay! — brincou Rem, tentando amenizar a tensão no ar.

— Ele já está imerso, então sem brincadeiras! — disse Mira, com um tom mais sério.

Rem ficou visivelmente triste com a resposta de Mira.

— Leva as coisas a sério, mãe! — disse Mira, com um olhar firme.

— Tá bom! — disse Rem, com um suspiro.

— Você não toma jeito! — retrucou Mira, com uma expressão irritada.

Dentro da mente de Kay, os pensamentos começaram a se concentrar.

— E aí! — disse ele, se dirigindo ao ghoul de Rem, com um sorriso desafiador.

O ghoul de Rem estava deitado, mas logo se levantou, parecendo perceber a presença de Kay. O ghoul de Kay estava ao lado dele.

— A humana que está com você há muitos anos precisa de um pouco mais de poder. Que tal ajudar ela? — exclamou Kay, com um tom imponente.

O ghoul de Rem estava observando, imóvel.

— Não deseja enfrentar ghouls mais fortes que você? Ela também quer isso. Que tal ajudar liberando mais poder para ela? — continuou Kay, com uma intensidade crescente.

O ghoul ficou imóvel, mas Kay sentiu o que estava por vir.

— É uma pena... — disse Kay, com uma expressão de desdém.

Os dois ghouls manifestaram os tentáculos, mas o ghoul de Kay segurou os tentáculos do outro, impedindo que crescessem.

O ghoul de Kay derrubou o de Rem no chão.

— Parece que entendeu, ghoul. Eu tentei pedir na educação, mas já que quer partir para a agressão, eu não me importo de deixar vocês dois lutarem para ver quem devora o outro... Mas parece que você vai perder. Pensa direito. Eu estou pedindo para que dê mais poder para a humana, e assim ela pode derrotar ghouls mais fortes. Você terá algo melhor para comer e ambos ficarão mais fortes! — disse Kay, com um olhar sério, observando cada movimento dos ghouls.

O ghoul permaneceu imóvel, como se ponderasse a proposta.

— Então temos um acordo. Prometo que comerá das melhores refeições! Apenas se submeter à sua humana! — Kay concluiu, com um sorriso satisfeito.

Do lado de fora, as garotas estavam visivelmente assustadas com a intensidade da situação.

Kay abriu os olhos, e os dois estavam na mesma posição que os ghouls.

— Vai com calma, Kay. Eu sou tímida! — brincou Rem, virando o rosto, desconfortável.

— Entendo... Parece que vocês dois não estão bem conectados, mas ambos são teimosos! — disse Kay, com uma expressão compreensiva.

O traje dos dois voltaram ao normal ao mesmo tempo. Kay ajudou Rem a se levantar do chão.

— Se machucou? — exclamou Kay, preocupado.

— Eu fiquei surpresa, mas estou bem! — respondeu Rem, sorrindo.

— Quase matou todos nós se destruísse o avião, mas deu certo! — Kay riu, aliviado.

— Isso não tem graça! — disse Ravena, dando um tapa no ombro dele.

— Entendo... Parece mesmo que meu corpo ficou mais leve! — comentou Rem, tocando os ombros.

— Ele quer ghouls mais fortes como pagamento. Então, boa sorte! — disse Kay, com um sorriso enigmático.

— Quanto mais fortes? — exclamou Rem, com uma expressão determinada.

— Acho que não chega ao mesmo nível do mini-ghoul, mas tem que ser forte! — respondeu Kay, com um olhar calculista.

— Pode deixar! — disse Rem, com confiança renovada.

— Eu vou fazer com vocês, mas vamos esperar descer do avião primeiro! — disse Kay, com um sorriso travesso.

— Eu não sei... Ser pressionada assim por alguém é um pouco... — disse Sarah, desconfortável.

— Não se preocupe. É só o ghoul da Rem que é teimoso! — disse Kay, tentando tranquilizá-la.

— Se ele ficar pressionando as garotas assim, eu vou bater nele! Então, não se preocupe! — disse Mira, com um tom de ameaça.

— Tudo bem, eu acho! — respondeu Sarah, hesitante.

— Não faço isso de propósito! — Kay se apressou em explicar.

— Então tenta impedir antes que aconteça! Sorte que dessa vez foi minha mãe... E se fosse outra garota? — exclamou Mira, com um olhar atento.

— Minha filha não me vê como uma ameaça, já não sou mais desejada como antigamente! — disse Rem, fingindo tristeza, mas com um sorriso travesso.

— De toda forma, vamos começar assim que chegarmos no aeroporto! — disse Kay, voltando a se acomodar em seu lugar.

— Tudo bem! — responderam as garotas, prontas para continuar a missão.

Kay fechou os olhos e, em seguida, dormiu.

— Isso cansou ele? — exclamou Sarah, com uma expressão curiosa.

— Parece que sim! — respondeu Mira, observando Kay com atenção.

Mira colocou o cinto em Kay e se sentou em seu lugar.

— Achei que isso tivesse ficado mais fácil para ele... Eu acho que me enganei! — disse Rem, com um sorriso meio frustrado.

— Com certeza ficou mais fácil, mas forçar um ghoul a dar mais poder já é demais! — comentou Ravena, com um olhar crítico.

— Eu tenho alguns joguinhos aqui, vamos jogar? — exclamou Sarah, mexendo em sua mala, tentando aliviar a tensão do ambiente.

Alguns minutos depois, no instituto de pesquisa...


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