Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 83: Capítulo 83: O treino está cada vez mais rapido!



Kay estava sentado, olhando ao redor, claramente confuso com a situação.

— Por que ela está me olhando desse jeito? — perguntou Kay, com um toque de desconforto.

Mira, que estava ao lado dele, suspirou e balançou a cabeça.

— Nem pergunta... — respondeu ela, desconfortavel.

Rem manteve o olhar fixo em Kay, os lábios ainda curvados naquele sorriso malicioso.

Kay desviou o olhar por um instante, tentando ignorar a sensação estranha que aquela troca silenciosa lhe causava, mas era impossível não notar a expressão divertida de Rem, que parecia estar se divertindo com a situação.

"Será que perdi alguma coisa?" pensou ele, tentando decifrar o motivo daquele olhar.

— Qual é o plano? — exclamou Ravena

— Já chega de surpresas. Vamos só terminar essa missão e voltar para casa! — respondeu Kay

— Por que a pressa? A Yumi não vai fugir de lá! — brincou rem

Kay congelou por um breve momento, desviando o olhar como se tivesse sido pego de surpresa. "Já estou entendendo... Mas como a Rem descobriu?" pensou ele, desconfiado. Apesar do constrangimento inicial, ele suspirou e refletiu:

"Sim, de fato estou querendo voltar para ela. Mesmo tendo saído de lá há pouco tempo, percebi que quero cumprir logo essa pena para que eu possa ficar com quem é importante para mim."

Rem, percebendo o desconforto dele, soltou uma risada leve e continuou:

— Os jovens de hoje são tão animados!

— Eu concordo! — retrucou Kay, devolvendo o sorriso provocador

Mira, que estava ao lado, ficou completamente envergonhada. Seus olhos se arregalaram levemente, e ela virou o rosto, tentando conter a reação.

— Idiota! — murmurou ela

Mineforde – Reconstrução em Progresso

Enquanto isso, em Mineforde, o trabalho de reconstrução continua. Takemichi lidera a equipe com eficiência.

— Movam essas vigas para o setor norte! — ordena, apontando para um grupo de soldados.

Os soldados e Guardas ajudam a erguer as estruturas das novas casas, enquanto caminhões descarregam tijolos e materiais. O centro da cidade, antes devastado, agora ganha contornos de um novo começo.

Uma criança observa de longe, segurando a mão da mãe. Seus olhos brilham com esperança enquanto vê os soldados reconstruindo o que havia sido destruído.

— Capitão, temos boas notícias. A energia foi restaurada em mais dois distritos — informa joana.

Takemichi apenas assente, mas um sorriso breve e satisfeito cruza seu rosto.

— Estamos progredindo mais rápido do que imaginei! — disse Takemichi, olhando o movimento ao redor com uma expressão levemente surpresa.

— Mas eu não entendo... O que a família real está pensando para já mandar civis para cá? — indagou Joana, franzindo o cenho.

— Talvez seja para mostrar que as coisas estão voltando ao normal, que a situação está sob controle — respondeu o chefe da guarda, pensativo. — Ou para atrair comerciantes. Quem chegar primeiro terá mais vantagem na compra de propriedades ou terras. Ainda assim, é impressionante ver famílias confiando no exército a ponto de estarem dispostas a vir agora. Isso demonstra que a fé das pessoas em vocês está se renovando.

— Não concordo — replicou Takemichi, cruzando os braços. — É arriscado fazer isso sem uma base sólida nossa aqui.

— Por enquanto, eles só estão visitando as casas. Não vão permanecer. Eles virão e irão embora junto conosco — explicou o chefe da guarda.

— Só para dar mais trabalho... — resmungou Takemichi.

Terceira Divisão – Treinamento de Kay

Na Terceira Divisão, o pátio estava silencioso, os soldados alinhados em formação perfeita. O vento soprava suavemente, mas a tensão no ar era palpável enquanto Kay se posicionava à frente de todos. Ele deu um passo à frente, parou e ergueu a mão.

— Submetam-se aos humanos e vocês viverão! — sua voz ecoou como um trovão, carregada de autoridade e poder.

Imediatamente, uma aura opressora começou a se expandir, pesada como uma onda de choque. A intenção assassina de Kay invadiu o ambiente, pressionando os soldados como uma força invisível e esmagadora. Alguns caíram de joelhos, incapazes de resistir, enquanto outros cerraram os punhos e lutaram contra a pressão, seus rostos marcados pelo esforço.

Kay caminhou lentamente entre as fileiras, seu olhar frio avaliando cada reação.

— Vocês têm potencial — disse ele, a voz baixa, mas carregada de impacto. — Mas isso é só o começo.

Assim que Kay encerrou a demonstração, Renji, capitão da Segunda Divisão, se adiantou, com uma expressão confusa.

— Como assim? Isso foi tudo? — exclamou Renji, cruzando os braços.

— Agora basta manifestar os tentáculos, as asas... ou ambos — explicou Kay, com naturalidade. — É bem simples: ordenem aos ghouls que se manifestem e, depois, tentem meditar.

— Meditar? — Renji franziu o cenho, incrédulo.

— Sim, meditar. Para conversar com os ghouls. Vocês precisam estabelecer um acordo com eles: alimentá-los e mantê-los vivos. Em troca, eles obedecerão vocês.

— Isso é algum tipo de charada? — perguntou Renji, ainda mais confuso.

— Não! É exatamente isso — respondeu Kay, com firmeza.

— Não sei se entendi completamente, mas... vou dar um voto de confiança — disse Renji, relutante, mas intrigado.

Kay respirou fundo e continuou:

— Intenção é a chave. Por exemplo, quando vocês usam os trajes, a velocidade aumenta significativamente porque a mente condiciona o corpo a aceitá-los. Pensem nos tentáculos como braços extras. Quando conseguirem manifestá-los, o próximo passo será meditar.

Renji ainda parecia cético, mas antes que pudesse argumentar, ele foi interrompido.

— Parece que está com pressa para terminar esse treinamento, mas, de toda forma, fiquem para o almoço. Já está quase pronto — disse Renji, tentando aliviar o clima.

Kay hesitou por um instante.

Alguns minutos depois – No refeitório

O grupo estava sentado à mesa do refeitório, onde o cheiro da comida fresca se espalhava pelo ambiente. Ravena quebrou o silêncio com uma pergunta.

— Quer dizer que o capitão vai nos treinar pessoalmente e, em troca, amanhã cedo a Mira vai ter permissão de usar a cozinha para fazer café? É isso? — provocou ela, com um sorriso.

— Não faz parecer que fiz isso por mim — respondeu Mira, um pouco envergonhada.

Kay, no entanto, cortou a conversa com um tom firme:

— O capitão Takemichi não tem capacidade de treinar as pessoas adequadamente. Percebi isso ao observar a divisão. Sempre são os líderes que treinam os soldados. Ele não sabe pegar leve, então a melhor solução é treinar com alguém mais forte e ficar mais forte. Isso vale para todos vocês. Inclusive você, Rem.

— Por nós? — perguntou Ravena, surpresa.

— Exatamente — afirmou Kay. — Ele vai emprestar os líderes para ajudar, então todos vocês irão treinar. O restante do dia será para absorverem o máximo que puderem de informação. Amanhã, faremos o mesmo com o pessoal da Segunda Divisão.

Sarah assentiu, pensativa.

— Entendo. É vantajoso para ambos os lados.

— Vou ficar observando para saber como funciona esse treino. E, se não houver tempo suficiente, faremos esse treino outro dia — disse Kay.

— Certo! — afirmaram os soldados ao mesmo tempo, suas expressões determinadas.

— Estão vendo? Eu me preocupo com meu esquadrão! — disse Kay, com um sorriso satisfeito, enquanto se vangloriava.

— O mais importante aqui deve ser o café, não é? — provocou Sarah, arqueando uma sobrancelha com um sorriso irônico.

— Vocês sempre desconfiam de mim! — brincou Kay, soltando uma risada leve.

— Amor, toma jeito! — repreendeu Mira, cruzando os braços, mas com um leve tom de afeto na voz.

— Tá! — respondeu Kay prontamente

Na manhã seguinte.

O céu estava tingido de laranja e dourado, enquanto o sol se erguia lentamente no horizonte, iluminando o avião que estava rumo a segunda divisão.

— Algum problema, amor? — exclamou Kay, confuso.

— Nenhum! — respondeu Ravena, desviando o olhar.

— Você está um pouco pensativa... — disse Kay, com um tom de preocupação.

— Você memorizou? — perguntou Ravena abruptamente, virando-se para ele.

— Está falando do treino dele? Eu me lembro, sim! — respondeu Kay, tranquilo.

— Não! Estou falando da luta dele contra nós! Você memorizou o estilo dele? — insistiu Ravena, com os olhos brilhando de intensidade.

— Memorizei. — Kay confirmou com um leve aceno.

— Eu quero enfrentá-lo novamente. Lute contra mim, amor? — pediu Ravena, com um misto de expectativa e determinação.

— Aqui tem alguém mais forte que ele. — Kay apontou calmamente para o lado.

— Você? — perguntou Ravena, franzindo o cenho.

Kay sorriu de canto e, com um gesto, apontou para Rem, que estava ao fundo, sorrindo de maneira enigmática.

— Mas ela não deu trabalho para o capitão? — indagou Ravena, surpresa.

— Ela só não queria treinar... e se segurou. — explicou Kay.

— Se segurou contra um capitão?! — Ravena exclamou, incrédula.

— Eu fui rival de um capitão por muito tempo. Sei lidar com eles. — disse Rem, com um tom casual, mas cheio de confiança.

— Se querem treinar, podemos conseguir permissão para vocês. — disse Kay, colocando a mão no ombro de Mira.

— Não me meta nesses assuntos! Minha mãe não sabe se segurar, é melhor deixar isso pra lá. — respondeu Mira, cruzando os braços e olhando de lado, claramente desconfortável.

Ravena, no entanto, não desviava os olhos de Kay. Suas mãos tremiam levemente enquanto perguntava:

— Você iria se segurar contra mim?

Kay suspirou antes de responder com firmeza:

— Por que você é minha namorada? Se é isso que você queria, eu poderia fazer. Mas tenho certeza de que você nunca pediria isso. Só mencionei a Rem porque o estilo de combate dela é melhor do que o dos dois capitães.

— Não seja por isso. Vocês dois vão treinar. — disse Rem, com um sorriso desafiador. — Vamos conseguir permissão para isso.

— Estilo de duas espadas. Eu vou praticar antes, e depois podemos lutar. — Kay disse, seu olhar sério agora fixado em Ravena.

Ravena assentiu, mas logo estreitou os olhos, irritada:

— Tudo bem, mas... pode parar de encarar meus peitos!

Kay desviou o olhar rapidamente, visivelmente constrangido.

— Não é isso! — disse Kay, tentando se explicar.

As garotas, no entanto, o olharam com desdém e descrença.

— Seu ghoul parece empolgado. Aí fiquei pensando... E se ele lutasse também? Por exemplo, nós já usamos parte da força dos ghouls ao colocarmos os trajes. Mas, se os ghouls emprestassem mais da força deles por vontade própria, talvez você conseguisse mais velocidade e mais força! — explicou Kay, pensativo.

Ravena estreitou os olhos, visivelmente irritada com o comentário.

— Não é isso, amor. Eu só falei porque o seu ghoul parece querer enfrentar o capitão Renji novamente. E, ao invés de forçá-lo, podemos oferecer algo em troca para que ele lhe dê mais poder. — Kay tentou se justificar, com um sorriso quase inocente.

— Tudo bem... O que devo fazer? — perguntou Ravena, com um tom de desafio.

— Só me dar as mãos! — brincou Kay, sorrindo.

— A forma como você falou me irritou! — reclamou Ravena, cruzando os braços.

Kay suspirou e se sentou no chão, cruzando as pernas. Manifestou os tentáculos, fixando-os nas laterais do avião para se manter imóvel.


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