Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 81: Capítulo 81: Inicio e fim do treinamento!



Na Dinastia um dos reinos perdidos recuperado pela Quarta Divisão.

— Está brincando! — gritou Yumi de repente, sua voz ecoando pelo local.

— Que susto! Não grite assim! — disse Nina, a vice-capitã da Quarta Divisão, lançando um olhar surpreso para Yumi.

Os soldados e guardas que trabalhavam na recuperação do reino se aproximaram rapidamente, preocupados com o súbito alarde.

— Capitã, qual é o problema? — exclamou um dos líderes de esquadrão, a tensão evidente em sua voz.

— Ele me mandou mensagem! Pelo horário, eles já devem estar chegando no aeroporto. Vamos voltar para a base agora! — declarou Yumi com uma empolgação que contrastava com a seriedade habitual.

— Quem está no aeroporto? — perguntou o chefe da guarda que acompanhava a Quarta Divisão, franzindo o cenho.

— Meu namorado! — respondeu Yumi, com um brilho nos olhos.

A resposta gerou um misto de surpresa e incredulidade. O chefe da guarda arqueou as sobrancelhas, a incredulidade marcando suas feições.

— Isso não é motivo para largar a missão! — retrucou ele, tentando manter a compostura.

Yumi, porém, não se abalou. Sua expressão se tornou firme, quase desafiadora.

— Estou dizendo que minha divisão vai voltar para a base para recebê-los. E amanhã estamos de folga. Avise isso ao rei! Vamos voltar, é uma ordem! — disse ela, sua voz carregada de autoridade.

Os soldados ao redor trocaram olhares rápidos, mas não hesitaram.

— Certo! — responderam em uníssono, acatando prontamente.

Yumi se afastou com os soldados, caminhando com determinação. O chefe da guarda permaneceu no lugar, observando-a partir.

— Ela não pode fazer isso! — protestou ele, quase indignado.

Nina, sempre tranquila e pragmática, suspirou antes de responder.

— É, ele é namorado dela, de fato. Mas não se esqueça: ele é aquele soldado que veio para treinar nossa divisão. Não podemos atrasá-los também. Peça ao rei que seja complacente. A Primeira Divisão vai acompanhá-los de volta ao castelo, então não tema. — disse Nina, com um tom calmo, mas persuasivo.

— Ela poderia ter falado isso desde o início... Vamos encerrar por hoje. Já está escurecendo, afinal. — disse o chefe da guarda, balançando a cabeça em resignação.

Nina riu levemente, ajustando sua postura.

— É que, quando o assunto é ele, ela acaba relaxando um pouco. — comentou, com um sorriso discreto.

Enquanto os soldados e guardas voltavam para seus veículos, deixando as muralhas da Dinastia, Yumi já estava a bordo de um helicóptero. Sentada em um dos bancos laterais, um sorriso brilhante iluminava seu rosto enquanto ela digitava no celular, enviando mensagens animadas.

O som das hélices preenchia o ar, mas para Yumi, o mundo parecia girar ao ritmo de sua excitação. "Finalmente... vou vê-lo novamente!", pensava, sem conter a alegria.

Quase uma hora depois, o helicóptero pousou na base da Quarta Divisão. Do lado de fora, Yumi correu em disparada na direção da aeronave.

— Espera, sua idiota! — gritou Nina, tentando alcançá-la.

Antes que pudesse chegar perto, a porta do helicóptero se abriu, e um tentáculo emergiu, avançando rapidamente em direção a Yumi. Ela não recuou. O tentáculo se enrolou ao redor de sua cintura, levantando-a do chão e deixando-a imóvel.

As hélices finalmente pararam de girar, e o tentáculo começou a retraí-la lentamente enquanto os soldados desembarcavam.

— Que ideia idiota é essa de correr em direção a um helicóptero com as hélices ainda girando?! — repreendeu Mira, olhando irritada para Yumi.

Mas Yumi não prestava atenção. Seus olhos estavam fixos em Kay, que controlava o tentáculo. Assim que ele a aproximou, soltou-a delicadamente perto de si. O tentáculo retraiu-se completamente, e o traje voltou ao normal.

— Ela nem me escutou! — resmungou Mira, cruzando os braços.

Sem dizer uma palavra, Yumi correu até Kay. Num impulso, pulou sobre ele, abraçando-o e o beijando intensamente. Surpreso, Kay rapidamente posicionou a mala na frente do rosto para cobrir a cena dos soldados que observavam, estupefatos.

— Sua idiota! — exclamou Mira, puxando Yumi para afastá-la.

Kay deu um suspiro, mantendo a calma.

— Também estou feliz em te ver, mas não pode fazer isso na frente dos seus subordinados! — disse ele, com firmeza, mas um leve sorriso no rosto.

Yumi finalmente se acalmou, ajeitando a postura e tentando parecer mais profissional.

— Desculpa! — disse ela, respirando fundo antes de continuar em tom formal. — Bem-vindos de volta à Quarta Divisão!

— Você cresceu bastante! — comentou Rem, sorrindo ao ver a animação da capitã.

— Rem! Você também veio?! — Yumi exclamou, surpresa e radiante.

— Foi o beijo mais intenso que ele recebeu até agora. Mandou bem! — brincou Rem, gargalhando.

— Não incentiva, mãe! — repreendeu Mira, bufando.

— Desculpa! Eu só fiquei feliz... — Rem deu de ombros, ainda sorrindo. — Então, como vai ser?

Kay tomou a palavra.

— Vamos descansar hoje. Ambos os lados estão cansados. Amanhã, depois do café, podemos começar o treinamento, e o restante do dia é por sua conta.

O rosto de Yumi foi tomado por uma alegria tão imensa que parecia impossível contê-la.

— Não fique tão feliz assim, sua idiota! — resmungou Mira, tentando não sorrir também.

Yumi ignorou o comentário e respondeu com animação:

— Tudo bem! Acabamos de preparar o jantar, mas ainda não está pronto. Vamos levá-los até os quartos para guardarem suas coisas. Depois, se arrumem para jantar conosco!

— Certo! — disse Kay, sorrindo com gentileza.

Yumi retribuiu o sorriso, O grupo então começou a caminhar, com o céu noturno da base iluminado pelas luzes quentes dos farois.

— Então, Kay, como foi com a Quinta Divisão? — perguntou Yumi, tentando puxar conversa enquanto caminhavam.

— Progresso significativo. Mas acabei o mais rapido possivel para vim para cá!. Amanhã será vez de vocês, Yumi. Espero que estejam preparados. — Kay falou com uma calma autoritária que fez Yumi endireitar a postura.

— Estamos prontos! Eu garanto. — Yumi disse, batendo no peito com determinação.

— Vamos ver. — Kay respondeu, com um leve sorriso.disse kay

— Aqui estão os alojamentos. Preparamo um quarto individual para cada um. Vocês podem se instalar e se trocar. O jantar será servido no refeitorio em 30 minutos.

— Obrigado, Yumi. — Kay assentiu.

Antes de entrar, Yumi segurou o braço de Kay por um momento.

— E... Bem, é bom ter você aqui. Mesmo que seja por pouco tempo.

Kay a olhou nos olhos, seu tom se suavizando.

— É bom estar de volta.

Ela soltou o braço dele, desviando o olhar com um sorriso envergonhado, e correu para ajudar nos preparativos do jantar.

Assim que Yumi saiu, Mira cruzou os braços, observando Kay com um olhar crítico.

— Você realmente não consegue parar, consegue?

— Não é culpa minha se me envolvo com pessoas incríveis. — Kay respondeu com um tom meio divertido, meio sério, enquanto abria a porta do alojamento.

Rem riu enquanto se apoiava na moldura da porta do quarto ao lado.

— É impressionante como você consegue transformar até os momentos tensos em uma cena de novela.

Kay deu de ombros, sorrindo de canto.

— Eu só sou honesto.

Os soldados começaram a se dispersar, cada um indo para seu respectivo quarto. Trinta minutos depois, A noite estava tranquila, e o refeitorio da base da Quarta Divisão parecia aconchegante, iluminado por lâmpadas que emitiam uma luz suave. A longa mesa no centro estava cercada pelos soldados da base e pelos recém-chegados. Pratos quentes eram servidos, e o aroma de especiarias preenchia o ar, trazendo uma sensação de lar,

Kay sentou-se entre Mira e Yumi, enquanto os outros membros de seu esquadrão espalhavam-se pela mesa. O barulho de talheres, risos contidos e conversas animadas preenchia o ambiente.

— É raro termos uma refeição assim — disse Rem, observando o banquete cuidadosamente preparado. — Alguém aqui está tentando impressionar.

Yumi corou, desviando o olhar.

— Só queríamos que vocês se sentissem bem-vindos.

Mira bufou, mas havia um pequeno sorriso em seus lábios.

— Conseguiu. É reconfortante.

Kay pegou um copo com um liquido vermelho.

— Então, um brinde à hospitalidade da Quarta Divisão. E à nossa parceria no campo amanhã.

— Isso é vinho!, você não bebe! disse rem, tomando o copo dele

— Bebida alcolica?, exclamou kay, confuso

— Desculpa eu exagerei! disse yumi

— À parceria! — responderam todos, batendo seus copos, enquanto Yumi sorria de orelha a orelha.

Enquanto os pratos eram servidos, a conversa seguia fluida. Rem contava uma história antiga, arrancando risadas até mesmo de Mira, que tentava, sem sucesso, manter uma expressão séria.

— ...e então ele escorregou no barro e foi parar direto no lago! — disse Rem, rindo.

— Isso nunca aconteceu! — protestou Kay, levemente corado.

— Claro que aconteceu, eu estava lá! — insistiu Rem, com um olhar brincalhão.

Yumi riu, seus olhos brilhando de felicidade enquanto observava a interação entre eles. Mira, entretanto, notou o olhar de Yumi e deu um leve cutucão no braço de Kay.

— Está cercado de admiradores, hein? Não vai comentar nada?

Kay apenas sorriu de canto, pegando um pedaço de pão.

— Eu prefiro aproveitar o momento em silêncio.

Yumi desviou o olhar rapidamente, mas seu sorriso entregava que havia entendido a mensagem.

O jantar seguiu com mais risos, histórias e até algumas brincadeiras enquanto a comida ia sendo consumida. Quando a refeição terminou, Yumi se levantou.

— Antes que todos se dispersem, quero agradecer novamente por estarem aqui. Amanhã será um grande dia, mas tenho certeza de que estamos prontos para enfrentar qualquer coisa.

Os soldados bateram palmas, e Yumi olhou para Kay, que assentiu em aprovação.

— Certo, agora vão descansar! Amanhã não quero ninguém reclamando de cansaço! — completou ela, voltando ao tom de líder, arrancando risadas.

Enquanto todos se levantavam, Mira puxou Kay de lado.

— Ei, não acha que deveria falar alguma coisa?

Ele hesitou por um momento, mas apenas deu um leve aceno.

— Dessa vez eu passo!

Mira o olhou com curiosidade, mas não insistiu.

Enquanto Kay caminhava de volta para seu quarto, ele parou por um momento, olhando para o céu estrelado acima da base. "Momentos como este são raros... Guardarei essa lembrança com carinho"

E com esse pensamento, ele seguiu para descansar, enquanto a base silenciava, preparando-se para o que o dia seguinte traria.

Na manhã seguinte, o sol mal havia despontado no horizonte quando os soldados da Quarta Divisão já estavam reunidos, afastados da base, posicionados para o treinamento. Ainda assim, havia um ar de cansaço e murmúrios entre eles.

Alguns soldados olhavam para o chão, massageando as têmporas. Outros, com olheiras profundas, tentavam manter a postura.

— Eu falei para não exagerarem na bebida! — repreendeu Nina, a vice-capitã, cruzando os braços com um olhar severo.

— Mas, vice-capitã, é raro termos bebidas na base! — justificou um dos soldados, sem coragem de encará-la.

— E estão pagando o preço por isso agora. Foquem no treinamento, ou vão querer desmaiar na frente do líder? — retrucou Nina, apontando para Kay, que observava tudo em silêncio, à distância.

Kay deu um passo à frente, sua expressão séria e fria. Ele ergueu a mão lentamente, estendendo-a em direção aos soldados.

— Submetam-se! — ordenou, sua voz ecoando como um trovão, cortando o ar com autoridade.

Imediatamente, uma aura opressora começou a emanar dele, densa e implacável. A intenção assassina de Kay se espalhou como uma onda invisível, pressionando tudo ao seu redor.

Yumi sentiu o impacto no mesmo instante.

"Essa... aura..." — pensou, lutando para manter-se em pé. Seu corpo parecia querer ceder, mas ela forçou-se a resistir, cerrando os dentes enquanto a pressão a sufocava.

Ela se virou, com dificuldade, para ver o restante de sua divisão. Todos estavam ajoelhados no chão, rostos pálidos e suados, murmurando confusos sobre o que estava acontecendo. Alguns tentavam lutar contra a força invisível, mas seus corpos não obedeciam.

Yumi voltou o olhar para Kay. Ele estava parado, inabalável, observando tudo com um olhar impassível. Então, ele sorriu, um sorriso frio e calculado, que fez um arrepio correr pela espinha dela.

— Vocês vão obedecer os humanos... — começou Kay, sua voz cortando o ar como uma lâmina. — E, em troca, terão o que comer. Eu os deixarei vivos.

A aura assassina intensificou-se. O solo ao redor começou a vibrar levemente. Pedras pequenas saltavam do chão, e uma leve nuvem de poeira subia, como se o próprio ambiente estivesse respondendo ao poder que emanava dele.

Os soldados murmuravam entre si, suas vozes trêmulas.

— O traje está... me forçando a ajoelhar?

— Eu não consigo me mover!

— O que é essa força?

Yumi cerrou os punhos, suas pernas quase cedendo, mas ela permaneceu de pé. Seu olhar fixo no homem à sua frente.

Kay, percebendo o esforço dela, desviou seu olhar para Yumi. Ele inclinou levemente a cabeça e sorriu de forma quase... orgulhosa.

Então, ele relaxou a postura, fechando os olhos por um instante, e a aura desapareceu tão repentinamente quanto havia surgido. A pressão se dissipou, e o ar ficou leve novamente. Os soldados caíram de joelhos, respirando ofegantes, seus corpos trêmulos.

— Isso foi... assustador... — sussurrou um deles.

Kay cruzou os braços e observou os soldados ao redor.

— Agora entendam uma coisa: eles não são seus aliados, nem seus amigos. Se vocês não aprenderem a controlá-los, eles vão controlá-los. E, quando isso acontecer, vocês serão uma ameaça para seus aliados e para os humanos.

Kay deu um passo à frente, seus olhos firmes e penetrantes.

— Bom trabalho por se manter em pé — disse ele baixinho, para que apenas ela ouvisse.

Ela o olhou com uma mistura de admiração e desconforto.

— Você fez isso de propósito, não é?

Kay não respondeu, apenas deu um leve sorriso enigmático antes de voltar sua atenção para o restante da divisão.

— Vamos testar o controle de vocês então...

A cena muda para a cidade.


Tip: You can use left, right, A and D keyboard keys to browse between chapters.