Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 71: Capítulo 71: A energia é maior que a de vocês!



Nesse momento, Kay recebeu uma ligação. Ele atendeu rapidamente, ouvindo a voz de Yumi do outro lado da linha.

— Eu não esperava uma ligação sua tão cedo! — disse Kay, surpreendido.

— O que foi essa notícia? Por que matou um guarda? — exclamou Yumi, o tom de voz tenso.

Kay suspirou, já antecipando a pergunta.

— Já chegou aí?! Longa história. Você vai entender melhor na reunião! — disse Kay, tentando suavizar a situação.

— Reunião? Não me avisaram nada! — disse Yumi, confusa.

— Sério? Já faz algumas horas que aconteceu. Achei que os capitães já tivessem te informado! — disse Kay, com um tom de impaciência.

— Eu acho que vai ser agora... — disse Yumi, já se ajustando ao que estava por vir.

Nesse instante, Nina gritou, sua voz ecoando na linha.

— Capitã!

— Conselho? — exclamou Yumi, com uma reviravolta na conversa.

— Sim! O Kay vai ser julgado daqui a dois dias e estão solicitando a presença dos capitães! — disse Nina, com urgência.

Kay olhou para os outros, sentindo o peso da notícia.

— Dois dias? É pouco tempo! — exclamou Kay, perplexo.

— Eu tô com o Kay aqui na chamada! — disse Yumi, claramente tentando organizar as informações.

— Que merda você fez, Kay?! — disse Nina, a raiva transparecendo em sua voz.

Kay não hesitou em responder.

— Posso dizer que uma pessoa importante foi ferida e eu exagerei... — disse Kay, com um tom de remorso.

— A Mira? — exclamou Yumi, os olhos arregalados.

— Ela está aqui do meu lado, mas não foi ela! — disse Kay, tentando explicar.

— A Rem? — continuou Yumi, desconfiada.

— Ela também está aqui do meu lado, mas não foi ela, foi outra pessoa. — Kay se sentou, sentindo o peso da conversa.

— Uma garota? — perguntou Yumi, o tom de sua voz mudando de surpresa para seriedade.

— Sim. — Kay respondeu com firmeza.

— Kay, seu maldito... — disse Yumi, a frustração tomando conta.

— É a princesa, ela é uma amiga importante! — Kay defendeu, tentando justificar o que havia acontecido.

— A princesa foi ferida... mas como? — perguntou Nina, com um tom de preocupação.

— Pelo menos é uma amiga, não é? Eu te pedi em namoro e você recusou, se fosse outra coisa eu ia ficar com raiva! — disse Yumi, em um tom irônico.

— Tudo bem... — Kay murmurou, sem saber como responder.

— Tudo bem o quê? — exclamou Yumi, indignada.

— Se é isso que você está querendo, tudo bem. Eu aceito! — disse Kay, em um tom sério, mas levemente resignado.

— É piada isso? Você terminou com a Mira? — exclamou Yumi, incrédula.

— Claro que não! Mas ela pediu para eu aceitar! — Kay tentou explicar, com um olhar confuso.

— Não tô entendendo... — Yumi estava claramente perdida.

— Eu também não, mas é isso que ela quer. — Kay respondeu, ainda tentando processar tudo.

Yumi, com um suspiro, resolveu aceitar a situação.

— Então tá, se é assim, então ela não pode reclamar depois! Posso falar com ela? — disse Yumi, já se preparando para resolver o impasse.

Kay entregou o celular para Mira.

— É a Yumi. — disse Kay, tentando suavizar a situação.

Mira pegou o celular com um olhar desconfiado.

— Oi? — exclamou Mira, sua voz carregada de emoção.

— Que história é essa de você deixar o Kay namorar outra pessoa? — exclamou Yumi, com uma mistura de surpresa e provocação.

— Acabou acontecendo... — disse Mira, com um suspiro resignado.

Yumi sorriu, se vangloriando da situação.

— Você deve ter endoidado, mas graças a isso eu e o Kay estamos namorando agora, então valeu! — disse Yumi, com um tom triunfante.

Mira, sem perder o controle, deu um tapa no rosto de Kay antes de sair do helicóptero, deixando todos atônitos.

"O que foi isso?" pensaram todos, confusos, sem saber como reagir.

Kay, com um sorriso amargo, disse:

— Daqui a dois dias vai ser meu julgamento. É provável que eu fique com vocês só até amanhã.

— Tão pouco tempo? Eles não podem fazer um julgamento sem ter provas suficientes para um debate! — disse Ravena, com um tom preocupado.

— É por causa desse vídeo... Eles devem ter achado melhor adiantar o julgamento, a notícia já está sendo espalhada para os capitães! — explicou Kay, sentindo o peso da situação.

Ravena balançou a cabeça.

— É pouco tempo para conseguirem provas para te proteger! — disse ela, olhando para Kay com uma expressão sombria.

Kay olhou para Rem, que parecia estar processando as informações.

— Entendo... Eu estou vendo! — disse Rem, seu olhar fixo em Ravena.

— Pensou em alguma coisa? — exclamou Ravena, tentando entender os planos de Rem.

Rem se inclinou para frente, uma expressão calculista no rosto.

— Não se preocupe, Alpha 1. Provas para defender o Kay não faltam, além do próprio testemunho da vítima. Mas para ir contra ele, só temos o vídeo e o testemunho dos que estavam lá. Como não vai dar tempo de coletar, provavelmente vão usar só o vídeo. — disse Rem, com uma confiança renovada.

— Isso é verdade. Pelo menos o tempo está encurtado, e ambos os lados vão ter que usar as cartas que têm. Mas se formos parar para pensar... O Kay já tem muitos feitos registrados oficialmente. Além disso, hoje ele também contribuiu com três coisas para o reino, e isso eles não podem deixar passar. — disse Slayer, com um tom de convicção.

— Meu pai está vindo bravo pra cá! — disse Mira, com um tom de alerta.

— Deve ter recebido a notícia. — respondeu Rem, observando a situação com atenção.

Foi quando Takemichi se aproximou, com uma expressão séria no rosto.

— O seu tempo foi encurtado. Os capitães aceitaram de imediato convocar a reunião. — Takemichi falou de forma rápida, quase como se fosse uma sentença. — Você só tem até amanhã à tarde livre.

— E se algum deles disser que está ocupado? — exclamou Kay

— Vão fazer a reunião sem eles. — Takemichi respondeu de maneira pragmática, sem hesitar.

— Entendi... Como fica a missão? — perguntou Kay, sua voz carregada de preocupação.

— Os líderes vão assumir a missão com o restante da divisão. Você e eu precisamos estar disponíveis amanhã à tarde para comparecer ao conselho. Caso contrário, sua punição será decidida entre eles. — Takemichi explicou

— Não tenho nada para fazer amanhã... Tudo bem. — disse Kay

— Vamos ver se essa tranquilidade vai durar até amanhã. — disse Takemichi, lançando um olhar desconfiado para Kay.

— Calma. Já que o restante da missão não depende mais desse esquadrão, podemos retornar à base. Quero guardar minhas coisas e... provar algo para a Mira. — respondeu Kay, com um tom despreocupado.

Takemichi cruzou os braços, como se ponderasse a sugestão.

— Tudo bem. Os guardas provavelmente não ficarão mais de olho em você agora que a convocação foi feita, mas lembrem-se: vocês não podem sair da base. — enfatizou Takemichi, sua voz firme.

— Pode deixar. — respondeu Rem, com um sorriso tranquilo, mas enigmático.

Takemichi lançou um último olhar desconfiado, hesitou por um instante, mas decidiu se retirar sem mais questionamentos.

— Vamos? — exclamou Rem, impaciente.

Rapidamente, eles colocaram as malas de Rem no canto do helicóptero e decolaram em direção à base.

"A Rem certamente está aprontando alguma coisa... A Mira ainda parece irritada, os outros estão preocupados... Que clima desconfortável!" — pensou Kay, observando o semblante tenso de todos.

No meio do voo, Mira devolveu o celular para Kay, jogando-o em suas mãos.

— Pega! — disse ela, secamente.

— Não era isso que você queria? — perguntou Kay, confuso ao pegar o aparelho.

— Foi o que eu disse, mas você aceitou rápido demais, né? — retrucou Mira, cruzando os braços.

— Tem razão... Eu poderia ter me feito de difícil. — disse Kay, num tom descontraído, tentando aliviar o clima.

— Fica quieto! — ordenou Mira, sem esconder sua irritação.

— Se quiser desistir disso, é só falar. Mas agora não posso recusar a Yumi depois que aceitei. — comentou Kay, olhando para ela.

— Fui eu quem te forçou a aceitar, então não vou desistir. — respondeu Mira, sua voz carregada de determinação.

— Você precisa parar de ser tão teimosa. — provocou Kay, com um meio sorriso.

— Eu sei. — admitiu Mira, num sussurro, desviando o olhar.

Poucos minutos depois, o helicóptero pousou na base. Assim que desceram, Rem olhou ao redor, claramente tomada por nostalgia.

— Que nostálgico... — murmurou ela, com um leve sorriso.

— Vamos arranjar um quarto para você. — sugeriu Mira, já caminhando para dentro da base.

— Tudo bem, mas antes... vocês quatro, venham comigo. — disse Rem, sua expressão de repente séria.

Mira e os outros se entreolharam, confusos, mas decidiram segui-la. Rem os conduziu em silêncio até a sala de treinamento, deixando no ar uma sensação de que algo importante estava prestes a acontecer.

"Eu sabia que ela estava aprontando alguma coisa." — pensou Kay, estreitando os olhos enquanto observava Rem.

— Senhora? — exclamou Thais, visivelmente preocupada.

— Eu só quero mostrar uma coisa para minha filha, e para isso vou precisar da ajuda de vocês. — disse Rem, seu tom seguro deixando todos atentos.

— Da nossa? — perguntou Ravena, franzindo a testa, confusa.

"Mostrar o quê?" — pensou Mira, intrigada.

— Podem tirar os trajes? Quero ver o desempenho de vocês sem eles! — ordenou Rem, com autoridade.

Kay, sem hesitar, começou a retirar o traje.

— Ótimo. Agora vocês! — disse Rem, olhando para as garotas.

— Vira para lá! — ordenou Ravena, lançando um olhar fulminante para Kay.

Kay deu de ombros e virou-se de costas.

— Estão todas com as mesmas roupas por baixo dos trajes! — comentou ele, tentando soar casual.

— Tem garotas se trocando aqui! Tenha decência! — retrucou Ravena, irritada.

— Okay, okay! — respondeu Kay, levantando as mãos em rendição. "Elas só estão tirando os trajes... Nem é grande coisa."

Assim que todos estavam prontos, Rem chamou Kay.

— Kay, beba o café.

— Tá bom. — respondeu Kay, aceitando a bebida sem questionar.

— Pra isso ele obedece sem reclamar. — comentou Ravena, com um toque de sarcasmo.

— Tem algo mais que ele gostava sem ser café? — perguntou Thais, curiosa.

— Ele gostava de jogos, mas desde que começou os treinos, parou de jogar. — respondeu Mira, pensativa.

— Ele deixou de gostar? — insistiu Thais.

— Não acho que seja isso. Talvez ele não queira se distrair, porque passava dias inteiros jogando e esquecia de fazer o resto. — explicou Mira.

— Nunca imaginei que ele era assim. — disse Thais, surpresa.

— Na vila, não tínhamos muito o que fazer. A mãe dele jogava com ele, era uma das poucas distrações. — completou Mira.

— Será que ele evita jogar para não sentir saudades da mãe dele? — sugeriu Thais, com sensibilidade.

— Não é isso! — interrompeu Kay, bebendo outro gole de café. — Eu só acabo dormindo enquanto jogo. Não consigo mais zerar nada sozinho!

— Mas você parou de jogar. — pontuou Mira.

— De fato, isso atrapalhava meus estudos e meus treinos. Mas a verdade é que era triste jogar sozinho. — admitiu Kay, com um olhar distante.

— Tá bom, já chega de conversa paralela! — cortou Rem, com firmeza. — O que pretendo fazer é simples. Vamos ver quantas flexões vocês conseguem fazer agora.

— Flexões? — repetiu Thais, confusa.

— Meus instintos estão dizendo que vocês são a chave para algo importante. Quero testar a resistência de vocês. — afirmou Rem, com um sorriso desafiador.

A cena muda para a sala de treinamento.

— 987... 988... 989... 990! — contou Thais, caindo exausta no chão, ofegante.

Alguns segundos depois:

— 1203... 1204... 1205... 1206! — disse Mira, antes de deitar no chão, igualmente exausta.

Mais alguns segundos:

— 1950... 1951... 1952! — continuou Ravena, finalmente parando, com o suor escorrendo pelo rosto.

E minutos depois:

— 2300... 2301... — contou Kay, ainda no ritmo, até que Rem ergueu a mão.

— Já chega! — ordenou ela.

Kay se levantou, sem sinais de cansaço. As outras ainda estavam se recuperando no chão.

— Agora você entende? — perguntou Rem, olhando diretamente para Mira.

— Entender o quê? — respondeu Mira, ainda confusa.

— Vai demorar muito para eu ter netos! — lamentou Rem, frustrada.

— Mãe! — gritou Mira, seu rosto corando de vergonha.

— Deixe-me resumir: ele tem de três a seis vezes mais energia do que você. — explicou Rem, com uma expressão séria.

— E o que tem isso? — retrucou Mira, ainda sem entender.

— Ai, ai... Essa garota vai me dar trabalho. — suspirou Rem, aproximando-se de Mira. Ela sussurrou algo no ouvido da filha, que imediatamente ficou vermelha como um tomate.

— Agora você entende. Estou fazendo isso pelo seu bem. — disse Rem, com um sorriso astuto.

— Entendi. — respondeu Mira, num tom quase inaudível.

— Então já sabe o que fazer. — finalizou Rem.

Mira caminhou até Ravena e Thais, parando em frente a elas. Seu semblante estava sério e ela permaneceu em silêncio, criando uma tensão no ar que deixava todos em expectativa.

"O que foi isso?" — pensou Kay, observando Mira hesitar antes de falar.

— O que foi? — exclamou Thais, preocupada.

Ravena arqueou uma sobrancelha, visivelmente confusa. Mira respirou fundo, tentando encontrar coragem.

— Vocês querem namorar o meu noivo também? — soltou Mira, sem rodeios.

— Hã? — responderam Ravena e Thais ao mesmo tempo, surpresas.

"Por que ela está me oferecendo para outras garotas?" — pensou Kay, ainda mais confuso.

— Por que está perguntando isso? — indagou Ravena, cruzando os braços.

— Ele não é bom em sentir emoções. Se tiver mais pessoas com ele além de mim, talvez aprenda a ser mais normal! Eu amo o Kay, e, sinceramente, vou ficar com ciúmes no início, mas não quero ser egoísta e ter ele só para mim, sabendo que não posso proporcionar tantas emoções quanto ele precisa. Pensem nisso como um favor para nós dois! — explicou Mira, sua voz carregada de sinceridade.

Ravena e Thais se entreolharam, lembrando de cenas recentes: Kay enfrentando os ghouls de Mineford e o caos no castelo.

— Não acho que falta emoção... Ele só não sabe controlar as que tem. — disse Thais, refletindo.

— E eu não posso namorar um cara que já tem noiva! — afirmou Ravena, categórica.

— Por favor! Estou pedindo porque sei que vocês também gostam dele! — insistiu Mira.

Ravena e Thais ficaram vermelhas e tentaram disfarçar.

— Acho que você entendeu errado. Ravena nunca gostaria de mim. Ela me odeia desde que entramos no exército. E a Thais... bem, ela nunca demonstrou interesse desse tipo por mim. Você e a Yumi já não são suficientes? — questionou Kay, tentando amenizar a situação.

— Fica quieto, Kay! — ordenou Mira, cortando-o com um olhar afiado.

Kay obedeceu sem discutir.

— Capitã Yumi... Então era isso que estavam falando no helicóptero? — perguntou Ravena, estreitando os olhos.

Antes que alguém pudesse responder, Rem se aproximou de Kay.

— Me empresta seu celular.

Kay entregou sem pensar. Rem já estava discando enquanto se afastava.

— Alô? Aqui é a mãe da Mira, muito prazer! — disse Rem ao telefone, saindo da sala de treino.

— O que está fazendo? — perguntou Mira, voltando-se para Kay.

— Eu não posso recusar ninguém que queira namorar comigo, não é? Você mesma disse. Mas pensei que fosse só uma coisa simbólica, tipo... porque eu ia ser preso e não veria ninguém. Não achei que você ia realmente falar com outras garotas! — respondeu Kay, incrédulo.

Rem voltou para a sala, com um sorriso de orelha a orelha. Ela devolveu o celular para Kay.

— Está na linha. — disse, afastando-se um pouco.

— Alô? — atendeu Kay, hesitante.

— Ei, irmão! Que história é essa de aceitar garotas para namorar? — gritou Emília do outro lado da linha.

— É coisa da Mira! — respondeu Kay, já prevendo o problema.

— Qualquer garota que pedir você vai aceitar? — insistiu Emília.

— É isso. — admitiu Kay, resignado.

— Então, se eu pedir para ser sua namorada, você aceitaria? — provocou Emília.

— Claro, mas você não faria isso, né? — respondeu Kay, preocupado.

Houve um silêncio do outro lado da linha antes de Emília perguntar, com um tom animado:

— Então eu posso ser sua namorada também?

"Mas ela é só uma criança!" — pensou Kay, alarmado. Porém, contradisse-se:

— Tudo bem, eu adoraria!

— É sério? — perguntou Emília, eufórica.

— Claro! — respondeu Kay, sorrindo, tentando esconder seu desconforto.

— Obrigada! — disse Emília, radiante. — Depois nos falamos. Estou ocupada coletando provas para te inocentar!

— Obrigado, vai ajudar muito! — respondeu Kay, aliviado.

— De nada, amor! — respondeu Emília antes de desligar.

Kay fechou os olhos e suspirou profundamente.

— Rem, sua ve... — começou Kay, irritado.

Rem o interrompeu com um chute bem colocado.

— Por que envolveu uma criança nisso? — protestou Kay.

— Criança? Está falando da Emília? — perguntou Mira, confusa.

— Meus instintos não falham. E por que estão chamando ela de criança? Desde que foi anunciado o nascimento da princesa já se passaram 14 anos! — disse Rem, séria.

Todos ficaram em choque.

— Impossível! Não tem como ela ser quase da nossa idade. É brincadeira, né, mãe? — insistiu Mira.

— É verdade. Foi uma festa e tanto na capital, lembra? Eu até pensei em te deixar com a família do Kay para ir até lá. — respondeu Rem.

— Mas ela parece e age como uma criança... Não pode ser verdade. — murmurou Kay, perplexo.

— Ele ficou mesmo em choque! — comentou Thais, rindo baixinho.

Rem pegou o celular e mostrou algo para Mira.

— "Qual a idade da princesa Emília de Valtreon?"... Sério que pesquisou isso, mãe? — disse Mira, antes de continuar lendo. — "A princesa atualmente tem 14 anos, sendo a filha mais nova e segunda na linha de sucessão do reino."

— Eu jurava que ela era criança! — exclamou Ravena.

— Ela não interage muito com as pessoas. Por ser mimada no castelo, acabou desenvolvendo essa personalidade. — explicou Rem.

— E ela pediu para namorar o Kay? — perguntou Mira, incrédula.

— Dei só um empurrãozinho. — respondeu Rem, sorrindo.

Mira fechou os punhos.

"Sabia que tinha que ficar de olho nela!" — pensou Mira.

Kay suspirou, olhando para o chão.

— Uma princesa, uma vice-capitã e uma capitã... Eu não sabia que era tão popular. — murmurou Kay.

— Não fique se achando, Kay. — respondeu Mira, com um olhar severo.

— Como vou cuidar de três garotas? — perguntou ele, em choque.

— Quatro. — disse Thais, levantando a mão.

— Mira, Yumi, Emília... São três. — corrigiu Kay.

— Já que vocês não se importam, posso ao menos tentar. — disse Thais.

— Entendi. Então você também quer namorar com ele! — concluiu Mira.

— Sim, eu quero tentar. — disse Thais, firme.

— Tudo bem, mas sou a principal. Nem mesmo a Emília vai tirar isso de mim. — declarou Mira.

— Não me importo. Posso ser uma concubina. — respondeu Thais.

— Besteira. — murmurou Ravena, pegando seu traje e saindo da sala.

— Ela não gosta de mim. — disse Kay. — Mas ao menos amenizou a vontade de me expulsar do exército.

— Eu não acho que minha mãe tenha se enganado. — afirmou Mira.

— Só teve uma vez que errei. — disse Rem, com um sorriso provocador.

— E quando foi? — perguntou Mira.

— Quando achei que estava errada. — finalizou Rem.

— Impressionante! — disse Thais, admirada.

— Isso é mentira! Ela erra direto! — retrucou Mira, revirando os olhos.

Kay se aproximou lentamente, o semblante sério.


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