Chapter 66: Capítulo 66: Encontro com Ghoul!
— Droga! Eu esqueci o gerador!
— Pode usar minha casa! Ela é a que está mais perto da cachoeira. — Kay indicou com a cabeça.
— Obrigada! — disse Fernanda, já pegando seu notebook.
— Vou mostrar a casa para ela. Preciso de três soldados como apoio. — Kay olhou para Takemichi.
— Já que meu esquadrão será o último, pode pegar dois dos meus. — Yan se ofereceu prontamente.
— Venham comigo! — ordenou Kay, pegando os equipamentos de Fernanda.
Três soldados o seguiram, enquanto ele os conduzia até sua casa.
— Os pilotos ficarão de prontidão para apoio com os helicópteros, caso necessário. Quero dez soldados aqui, e o restante, sigam-nos até a cachoeira! — instruiu Takemichi.
— Certo! — responderam os soldados em coro.
Os pilotos e dez soldados permaneceram perto dos helicópteros, enquanto o restante avançava pela trilha em direção à cachoeira. Slayer, com um olhar sério, carregava a pesada corrente que usariam para descer.
— Fiquem à vontade. — disse Kay ao sair da casa após deixar Fernanda e os equipamentos no local.
— Obrigada. Vou avisar assim que o equipamento estiver pronto! — respondeu Fernanda, ajustando seu material.
— Tudo bem. — Kay assentiu antes de voltar para onde os outros aguardavam.
Os soldados o observou aproximar-se novamente.
— Não precisava se preocupar! — disse kay com um sorriso calmo.
— Iria encher de poeira quando você voltasse. — respondeu Rem
— Obrigado. — Kay desviou o olhar, pensativo. "Ela está mais séria do que de costume... Então está levando esta missão a sério."
— A Fernanda liberou? — exclamou Takemichi ao vê-lo.
— Ela disse que vai avisar, mas já podemos ir na frente, já que essas coisas estão ligadas. — respondeu Kay, despreocupado.
— Só para deixar claro, eu estou na liderança dessa missão! — enfatizou Takemichi, cruzando os braços.
— Eu sei. — Kay respondeu com um tom neutro, mas seguro.
Eles avançaram pela floresta. O som da cachoeira ficava mais forte a cada passo, um rugido que enchia o ambiente. Até que saíram das árvores e chegaram a uma área aberta. A visão da cachoeira, majestosa e imponente, deixou todos em silêncio por um momento.
— Ei, Kay! É sério que você atravessou aquilo ali? — perguntou Viviane, surpresa.
— Você atravessou?! — exclamou Rem, arregalando os olhos.
— Eu tive a mesma reação que você. — comentou Mira, ainda incrédula.
Kay deu um leve sorriso e explicou:
— Não se preocupem. É para isso que eu trouxe ele! — Apontou para um soldado ao lado.
Takemichi franziu a testa, confuso.
— Achei que ele ficaria com a Fernanda. O que você vai fazer com ele?
— Só preciso que ele pare a água. É bem simples. — Kay deu de ombros.
— Não é simples! — protestaram os soldados ao redor.
Mira, com um ar de expectativa, disse:
— Ele vai usar os tentáculos, não é?
— Exatamente! Faz quatro camadas com os tentáculos e abre o caminho. — explicou Kay, animado.
— Tentáculos, hein? Na minha época, não tínhamos isso. — comentou Rem, com um tom nostálgico.
Kay riu, mas pensou: "Sua época, né..." Antes que terminasse o pensamento, Rem olhou para ele com um sorriso ameaçador.
— Não me faça te dar um soco. Com este traje aqui, não garanto que vai sair só com alguns ossos quebrados! — avisou ela.
— Desculpa! — Kay levantou as mãos em rendição.
Takemichi, ainda desconfiado, questionou o soldado.
— Acha que consegue fazer isso?
O soldado respirou fundo antes de responder:
— Eu posso tentar.
— Prossiga. — ordenou Takemichi, observando o homem avançar em direção à cachoeira.
O soldado se posicionou ao lado da poderosa queda d'água, o rugido ensurdecedor do fluxo parecendo desafiá-lo. Ele respirou fundo, os olhos fixos na correnteza, antes de ativar o traje. Quatro tentáculos emergiram de suas costas, movendo-se com precisão e força. Eles se ergueram no ar, brilhando sob os respingos da água.
O homem concentrou-se, os músculos tensos. Os tentáculos começaram a se empilhar em camadas sólidas, avançando na direção da água. Quando o primeiro tocou a correnteza, a força da queda empurrou-o violentamente para baixo, mas ele não cedeu. Respirou fundo mais uma vez, ajustando sua postura, e firmou cada camada dos tentáculos com determinação.
Gradualmente, a barreira improvisada deteve a água, abrindo um caminho estreito e seguro. A caverna oculta atrás da cachoeira tornou-se visível, sua entrada escura e ameaçadora revelada como se fosse um segredo há muito escondido.
— Entrem! — gritou o soldado, mantendo-se firme enquanto a pressão da água fazia seus pés afundarem levemente no solo molhado.
— Bom trabalho! — elogiou o capitão Takemichi, assentindo com aprovação.
Sem hesitar, os membros do sexto esquadrão, seguidos pelos primeiros a entrar, avançaram pela passagem recém-aberta. O som dos passos ecoou por um instante antes de desaparecer na escuridão da caverna.
Assim que o último deles passou, o soldado finalmente cedeu. A força avassaladora da água rompeu sua barreira, derrubando os tentáculos com violência. Ele recuou um passo, respirando fundo, enquanto fazia os tentáculos retraírem lentamente de volta ao traje. Com um último movimento suave, o equipamento voltou ao normal, deixando o homem exausto, mas vitorioso.
— Telas instaladas, câmeras funcionando! — disse Fernanda, pelo rádio, a voz firme e clara.
— Adentramos a caverna, vamos manter contato com você. Não entre em contato, para não alertar os ghouls! — respondeu Kay, pelo rádio, sua voz carregada de foco e determinação.
— Entendido! — respondeu Fernanda, pelo rádio, a comunicação cortando o silêncio da caverna.
A escuridão parecia engolir os passos enquanto o grupo avançava.
— Essa caverna é bem espaçosa! — comentou Rem, a voz reverberando nas paredes rochosas.
— E tinha uma coisa dessas aqui e nós nem sabíamos! — exclamou Mira, surpresa com a vastidão e o mistério do lugar.
— O buraco está mais à frente. — disse Kay, apontando para a escuridão à sua frente, os olhos fixos no objetivo.
Com passos cautelosos, eles seguiram em frente, adentrando cada vez mais na caverna. O silêncio os envolvia, e o som dos próprios passos parecia amplificar a tensão no ar, a caverna sendo ilumina apenas pelos brilhos das lanternas. Eles estavam mais próximos do buraco.
— Parece mesmo fundo! — disse San, observando o buraco com atenção.
— O que tem do outro lado? — exclamou Thais, o olhar ansioso.
Kay deu um passo à frente, seu olhar fixo no abismo diante deles.
— Eu só fui até aqui, mas já que estamos todos aqui, vale a pena investigar! — disse Kay, resoluto. — Lena, pode ir para o outro lado?
Lena olhou para o capitão, avaliando a situação.
— Eu já te falei que estou no comando! — retrucou Takemichi, a voz firme e autoritária.
Kay respirou fundo, levantando as mãos em sinal de desculpas.
— Foi mal. — disse Kay, sem desviar os olhos da missão.
Takemichi então se voltou para Lena.
— Lena, dê uma conferida do outro lado. Se ver algum ghoul, recue imediatamente! — ordenou o capitão, seu tom grave.
— Certo! — respondeu Lena, sem hesitar.
Ela manifestou as asas do traje, e com um impulso, alçou voo, atravessando o buraco com velocidade. Quando chegou ao outro lado, virou-se, acenando para os outros, um gesto simples, mas que sinalizava que estava tudo bem por enquanto.
Kay não perdeu tempo e se virou para os outros.
— Preparem o dispositivo, eu vou descer! — disse ele, com determinação.
Slayer, olhando para o equipamento, franziu a testa.
— Como firmar isso no chão? — exclamou, visivelmente apreensivo.
Joana, com uma calma precisa, apontou para um botão.
— Tem um botão vermelho aí, é só apertar que ele se fixa no chão!
Slayer seguiu a instrução, apertando o botão. Uma broca de perfuração começou a girar, cravando-se no solo. O som da broca cortando o chão ecoava pela caverna.
— Aperta de novo! — disse Joana, seu tom agudo de comando cortando o ar.
Slayer apertou novamente o botão, e a broca parou de girar. O dispositivo estava firmemente fixado no solo. Kay então segurou a corrente, puxando-a um pouco. Ela estava começando a se esticar.
— Vejo vocês lá embaixo! — disse Kay, antes de se lançar sem hesitar no abismo à sua frente.
— Esse idiota! — murmurou Joana, observando a descida de Kay com um misto de preocupação e raiva.
A corrente foi se esticando em alta velocidade. Kay estava em queda livre, seu corpo sendo puxado para baixo pela força da gravidade. O som do vento e da corrente cortando o ar era o único acompanhamento de sua queda.
— Será que ele está vivo? Já fez vinte segundos que ele pulou! — disse Yan, visivelmente preocupado.
— Esse buraco é mesmo fundo! — exclamou Rem, olhando para o abismo com uma expressão tensa.
— Aquele idiota vai usar as asas antes de atingir o chão! — disse Mira, com uma mistura de frustração e preocupação.
Alguns segundos depois, a corrente parou de se esticar.
— Dois mil e trezentos metros abaixo do solo! — disse Takemichi, lendo a mensagem que Fernanda havia enviado.
— Isso é fundo demais! — disse San, começando a hesitar, com um impulso de querer recuar.
— Façam silêncio! — ordenou Takemichi, pegando o celular e ligando para Fernanda. Ele apertou a tela, iniciando uma chamada de vídeo.
— O Kay pediu para avisar vocês! Olhem para a tela! — disse Fernanda, virando a câmera.
Na tela, Kay apareceu, com um ambiente sombrio ao fundo.
— É outra caverna. Tem uns cogumelos iluminando aqui, acho que são fungos. O brilho não é forte, mas já ajuda. Tem água aqui. O cheiro de ghoul é persistente, mas não estou avistando nenhum na entrada. Eles estão mais ao fundo. O ar é respirável, é seguro descer! — disse Kay, falando calmamente, enquanto a imagem mostrava um ambiente úmido e misterioso.
— Entendo. Vamos descer, mas e a Lena? Como ela está? — exclamou Takemichi, seu olhar fixo na tela com ansiedade crescente.
— Ela está indo em frente, mas está se aproximando da parede! — disse Fernanda, virando-se rapidamente para observar a outra tela, com a preocupação evidente em seu tom.
— É só um corredor? — exclamou Ryuji, seus olhos fixos na tela, tentando decifrar a situação.
— Sim! — respondeu Fernanda, com a voz tensa.
— Só tem ossos aqui! — disse Lena, a voz ressoando em um tom sombrio enquanto ela olhava para o chão coberto de restos, sua lanterna iluminando o que parecia um cenário macabro.
Ela olhou para a direita e viu uma pequena passagem, mas ao explorá-la, percebeu que ela dava em outra parede sólida. Virou-se novamente para a esquerda e avistou uma caverna à frente, onde um ghoul estava dormindo. Ela olhou para a criatura com cautela, mas no momento em que a lanterna bateu diretamente em seu olho, o ghoul despertou, seus olhos brilhando com uma fome insaciável.
Lena, tomada pelo pânico, soltou um grito de terror. — "Deu ruim!" — e começou a correr, o som dos passos pesados do ghoul ecoando atrás dela, crescendo mais alto a cada segundo.
— Por que ela está fugindo?! — exclamou Yan, atônito.
— O capitão falou para ela não lutar! — disse Joana, seus olhos fixos na tela, sem conseguir desviar o olhar do caos.
— Ela está fugindo de medo mesmo. Ela nem deve estar pensando em revidar! — comentou Ryuji, com um tom de desespero na voz, observando a cena com tensão crescente.
— Topar com um ghoul tão de perto, ainda mais quando está distraída... Isso deve ter assustado ela pra valer! — disse Rem, sua voz carregada de preocupação.
Takemichi, com os olhos firmes e decididos, entregou o celular para Rem.
— Aguardem aqui! — disse ele, sua voz autoritária cortando o ar. Em um movimento rápido, ele manifestou as asas de seu traje, que se abriram como se estivessem prestes a tomar voo.
Ele disparou para o outro lado da caverna, suas asas cortando o ar com uma precisão implacável.
Lena corria a toda velocidade, seus passos rápidos ecoando na caverna enquanto o ghoul a perseguia com uma ferocidade implacável. Os tentáculos do monstro se estendiam como lanças, cortando o ar com um estrondo ameaçador. O rosto de Lena estava pálido de medo, seu corpo se movendo com uma precisão desesperada para evitar o impacto mortal. Mas o ghoul não a deixava escapar.
"Eu não vou conseguir..." pensou Lena, sentindo seu coração disparado em seu peito. O som dos tentáculos cortando o ar fazia sua espinha gelar.
Foi quando ela o viu. Takemichi estava ali, parado com seus dois machados em mãos, seus olhos frios e calculistas, esperando o momento certo para agir.
— Capitão! — gritava Lena, se aproximando a toda velocidade, seu rosto uma máscara de pânico.
Takemichi estava pronto para agir. — "Cai dentro do buraco e voa minutos antes de acertar o chão!" — sua voz firme e clara, guiando a estratégia. Ele não tinha tempo a perder.
— Tá! — respondeu Lena, sem hesitar, vindo em sua direção, seu coração batendo descompassado enquanto corria desesperadamente.
Ela passou ao lado dele, sem nem mesmo olhar para ele, focada apenas em sua única chance de escapar. O buraco estava logo à frente. Lena deu um salto, seus pés batendo no chão com força, e então ela mergulhou no abismo.
Mas o ghoul não desistiu. Vendo sua presa escapar, ele virou sua ira contra Takemichi, seus tentáculos agora focados em atingí-lo com uma velocidade letal. O monstro avançava com força, tentando atingí-lo em um ataque brutal, cada tentáculo como uma lâmina afiada prestes a cortar.
Takemichi, implacável, suspirou, como se já soubesse o que iria acontecer. Ele não se moveu, não se apressou.
Em um único movimento, ele cortou o corpo da criatura em vários pedaços. O som dos machados cortando carne ressoaram pela caverna. Antes que o monstro pudesse sequer reagir, ele já estava fatiado e morto, seu corpo caindo pesadamente para dentro do buraco por conta da velocidade que ele estava.
Takemichi olhou para o buraco com um olhar calculista, os machados ainda manchados de sangue.
— Você é o cara, capitão! — gritou Yan, vibrando com entusiasmo.
— Trava a corrente para ela não se esticar mais e, depois, comecem a descer! Estou indo na frente. — Takemichi disse, com um tom firme, antes de pular dentro do buraco, desaparecendo na escuridão.
Rem rapidamente travou a corrente e entregou o celular para Joana.
— A Fernanda vai mostrar a tela quando um de nós chegar ao chão. Assim, os outros podem descer. Vai demorar muito se formos devagar, um por um, então vocês também podem pular em queda livre. Quando estiverem lá embaixo, segurem a corrente com as duas mãos. Vai esquentar um pouco, mas o traje vai proteger vocês. Só passem os braços pela corrente para não se afastarem dela. Vou primeiro! — explicou Rem, com uma determinação inabalável.
Ela juntou as mãos, alinhando-as com a corrente entre os braços, e deu um salto audacioso.
— Não sei se deveria dizer isso, mas... sua mãe é meio doidinha, né? — comentou Joana, com um tom cômico.
— Ela é... — respondeu Mira, suspirando.
— Pelo peso de cada um, até chegarem lá embaixo, contem até dez antes de segurarem a corrente. Caso contrário, vocês não vão conseguir parar! O restante da descida façam segurando a corrente. Exceto você, Kratos! Com essa arma aí, conte até cinco e se prenda na corrente! — orientou Fernanda, com clareza, enquanto observava tudo pela tela.
— Tá! — respondeu Kratos