Chapter 65: Capítulo 65: Missão!
— Vocês sabem onde fica o instituto? — gritou Kay, virando-se para os outros no helicóptero.
— Sei! — respondeu Brenda e Alex, com confiança.
— Pode ir direto para lá! — disse Kay, seu olhar firme e decidido.
— Certo! — confirmou Alex, assumindo o comando.
O helicóptero deu partida, suas hélices girando cada vez mais rápido antes de ganhar altitude. Kay pegou novamente sua máscara e a ajustou em seu rosto, sua expressão implacável.
— Sei que não vão me perdoar, mas peço desculpas por ter matado um colega de vocês! — disse Kay, com um tom pesado de arrependimento.
Todos no helicóptero viraram o rosto para ele, confusos. Os dois guardas permaneceram em silêncio, observando-o.
— Eu não sou bom lidando com as pessoas. Passei muito tempo da minha vida só treinando e matando ghouls. Embora tenha pensado bastante antes de chegar ao castelo, no fim fui movido pelas emoções. Não sou o melhor com sentimentos, então acabo não refletindo o suficiente. Recentemente perdemos um companheiro, então sabemos como isso é difícil, mas, no fim, foi para os ghouls... então, é menos pior do que ser assassinado por um humano. Então, mesmo que não me perdoem, peço desculpas por isso! — confessou Kay, com sinceridade.
— Não sei se posso ou não te perdoar, mas olhando para os acontecimentos, nós, os guardas, falhamos em proteger a princesa. Como colega daquele cara, me sinto horrível, mas naquele momento, você sabia que ele iria morrer? — perguntou um dos guardas, com um olhar duro.
— Sinceramente? Não, no primeiro ataque! — respondeu Kay, com sinceridade cortante.
— Você iria matá-lo de qualquer forma, mesmo que tentássemos impedir. Isso ficou claro para nós, você estava movido pela raiva! — disse o outro guarda, seu tom acusatório.
— Cercaram um soldado armado e usando o traje. Se estivessem com armas mais pesadas, eu entenderia. Mas com aquelas arminhas ainda me cercaram... Não sei se querem isso, mas ganharam um pouco da minha confiança! — disse Kay, com uma risada amarga.
— Ele não sai por aí dizendo essas coisas. Ele está realmente arrependido, então, por favor, perdoem ele! — implorou Mira, olhando para os guardas com sinceridade.
— Ele não vai morrer, já contribuiu muito para o reino. Mas olhando pelos fatos e pela sentença que você ia receber, você deve ficar na prisão da capital. Darei o testemunho de que você se arrependeu do que fez e que matou para proteger a princesa! — disse um dos guardas, decidindo o destino de Kay.
— Uma morte, uma parede destruída... Se tivesse nos matado como disse, certamente teria recebido sentença de morte. Também testemunharei a seu favor, por ter ajudado a princesa a não perder a fé em nós! — declarou o outro guarda, com um olhar mais brando.
— Espera aí, você ameaçou eles também? — exclamou Mira, perplexa.
— Foi culpa da emoção! — respondeu Kay, tentando se justificar.
— Seu idiota! — disse Mira, chacoalhando-o com força.
— Mas eu só disse para eles não interferirem, para eu não ter que usar legítima defesa. Algum dos soldados tinha atirado em mim! — explicou Kay, sua expressão frustrada.
— Atiraram? — exclamou Mira, parando de balançá-lo, preocupada.
— Estávamos assustados, e um dos nossos acabou apertando o gatilho! — respondeu o guarda, visivelmente envergonhado.
— E você está bem? — exclamou Mira, sua preocupação transparecendo.
— Sim, a bala não me atingiu! — respondeu Kay, tentando tranquilizá-la.
— Que bom! — disse Mira, com alívio.
— Estamos nos aproximando. — anunciou Fernanda, interrompendo a conversa.
— Pode pousar lá dentro, eu consegui autorização! — disse Fernanda, guardando o celular no bolso com um sorriso satisfeito.
Kay puxou Mira para perto de si e a sentou ao lado dele.
— Não sei quão profundo é o buraco, mas é muito fundo! — disse Kay, com uma expressão sombria.
— Vou pedir a maior corda que eles tiverem lá! — disse Fernanda, já pensando nas soluções.
— Que buraco é esse? — exclamou Mira, confusa.
— Fica atrás da cachoeira. — respondeu Kay, com um tom grave.
— Como sabe disso? A pressão da água te esmagaria! — disse Mira, chocada com a ideia.
— Eu fiquei sabendo! — respondeu Kay, virando os olhos para o outro lado, desconfortável.
— Você entrou lá? — exclamou Mira, com os olhos arregalados.
— Desculpa! — disse Kay, com um suspiro.
— Seu idiota! Você poderia ter morrido! — disse Mira, furiosa, mas ao mesmo tempo aliviada por ele estar bem.
— Eu fiquei bem, mas graças a isso descobri de onde vieram os ghouls que atacaram o vilarejo! — disse Kay, com um olhar determinado.
— Você só faz loucuras! Pensa um pouco nas pessoas que vão ficar preocupadas com você! — disse Mira, com um tom de repreensão.
"Uma caverna inexplorada, com um buraco de onde saem ghouls... vale mesmo a pena investigar?" pensou Fernanda, com um olhar distante.
O helicóptero pousou com precisão.
— Aqui só pode entrar cientistas e a família real, esperem aqui! — disse Fernanda, descendo rapidamente do helicóptero.
O instituto tinha seus próprios seguranças fazendo rondas. Fernanda foi recebida por dois cientistas.
Eles entraram no instituto. Kay pegou uma garrafa de café e se serviu, tentando relaxar.
— Meu traje está saindo fumaça, não sei se vai dar para lutar assim. Mas acho que é só os aparelhos que eles usam para monitorar o traje que estragaram. Mesmo assim, o traje ainda precisa se alimentar, então, a princípio, vou estar fora de jogo! — disse Kay, com um tom resignado.
— Nós conseguimos lidar com alguns ghouls sem você! — disse Thais, se vangloriando.
— Eu sei que sim, mas jamais forçarei vocês a lutarem. Se verem que estão com problemas, recuem! — disse Kay, com um olhar sério.
— Isso é ruim? — exclamou Ravena, visivelmente preocupada.
— Faz tempo que não entro lá, mas o cheiro de ghoul é forte. Mesmo o buraco sendo profundo, ainda chega lá em cima! — disse Kay, com um olhar de alerta.
— O que significa? — exclamou Ravena, tensa.
— Vamos enfrentar um exército! — disse Kay, com uma expressão de pura determinação.
— Espera, espera, você tá brincando, né? — exclamou Joana, com os olhos arregalados.
— Ela tem razão. Se vamos lutar contra tantos ghouls, precisamos da ajuda do capitão e dos esquadrões! — disse Thais, nervosa.
— Tinha tantos ghouls assim no nosso vilarejo e você não falou nada? — exclamou Mira, com uma expressão séria, os braços cruzados.
Kay suspirou, olhando para o grupo.
— Se eles fossem atacar, já teriam feito isso. Eles não conseguem sair do buraco, caso contrário, já teriam subido. Alguns com asas até conseguem, mas não são inteligentes o suficiente para perceber que, ao saírem, encontrariam comida. — disse ele, com uma calma perturbadora.
— E você manteve isso só pra você! — Mira retrucou, a frustração transparecendo em sua voz.
— Você era bem medrosa na época. Se eu tivesse falado, você ia sair gritando, e todo mundo ia entrar em pânico. Isso geraria uma confusão ainda maior no vilarejo! — Kay rebateu, virando o rosto para o outro lado, claramente tentando evitar o olhar acusador de Mira.
Mira o observou em silêncio por um momento, antes de responder, com a voz mais baixa:
— Eu sei, mas você podia ter falado para minha mãe, e ela teria contado para meu pai.
Kay fechou os olhos por um instante, um remorso fugaz passando por seu olhar.
— Eu esqueci... — murmurou.
Ravena, que estava mais distante, aproximou-se, mexendo as mãos, pensativa.
— Devemos mudar a missão e esperar os outros esquadrões. — disse ela, ainda indecisa.
Kay, no entanto, não vacilou.
— É um exército de ghouls, sim, mas nós temos armas, inteligência, trabalho em equipe e agora, o poder dos próprios ghouls. Não acham que conseguem enfrentá-los assim? — exclamou, os olhos brilhando de determinação.
— Não sei... O poder é natural deles, então é mais forte que o nosso! — respondeu Ravena, com uma sombra de dúvida na voz.
Thais, percebendo a hesitação, não hesitou em intervir.
— Entenda, Kay. Quando a Ravena fica com medo, é para nos alertar, para não irmos enfrentar os ghouls. Isso é um presságio! — disse ela, a preocupação estampada no rosto.
— Quem tá com medo? Eu só tô preocupada se vocês morrerem! — Ravena interrompeu, com um tom firme, mas o olhar ainda carregado de apreensão.
Thais não deixou a tensão desaparecer e, com um sorriso forçado, provocou:
— Fala logo que está com medo, assim ele repensa!
Ravena respirou fundo, os ombros caindo um pouco.
— Tá, tá... Eu estou com medo. Se minha companheira aqui acabar morrendo, repense, Kay! — disse, finalmente, revelando o que estava segurando.
Kay, que ouvira tudo sem mostrar qualquer emoção, agora se virou para Ravena, a expressão inabalada.
— Mas já estamos aqui. Levar um exército para um buraco que eu nem sei o que tem lá embaixo, além dos ghouls, é mais arriscado do que irmos sozinhos. — disse ele, fixando os olhos em cada um dos presentes, desafiando-os a discordar.
Joana, que até então estava observando em silêncio, finalmente se pronunciou.
— Então leve o capitão e os outros líderes também. Eles estão chegando no castelo! — disse ela, segurando o celular com firmeza.
Kay a encarou, seus olhos se estreitando.
— Você avisou para ele? — perguntou, a tensão aumentando.
— Ainda não, mas agora avisei! — Joana respondeu, rapidamente enviando a mensagem.
Kay olhou para o grupo, sua voz grave e cheia de convicção.
— Vocês têm que parar de ter medo. Eu não vou enviar vocês para uma missão da qual não vão sair vivos! — disse ele, sua aura carregada de confiança.
Kratos, que até então não havia falado, olhou diretamente para Kay, suas palavras cortantes como uma lâmina.
— Seu nível de expectativa é diferente do nosso, isso ficou claro quando fomos recuperar aquele reino perdido! — disse ele, deixando o peso da sua voz ecoar.
Kay olhou para todos, um suspiro profundo escapando de seus lábios.
— Vamos esperar o reforço no vilarejo!
A cena mudou rapidamente. Os helicópteros pousaram próximos ao vilarejo, e os soldados começaram a caminhar até o grupo que havia chegado primeiro.
— O reforço não era esse tanto de soldado! — disse Kay, com uma expressão de surpresa.
— Vi a cena que você deixou lá... o rei não está muito feliz, não! — disse Takemichi, com um sorriso irônico.
— Falamos disso depois. Dentro da caverna já não tem tanta luz, então é melhor não esperarmos anoitecer. — Kay falou, com uma determinação firme.
— E essas lanternas na cabeça de vocês são de enfeite? — Takemichi perguntou, com um olhar curioso.
— Pela quantidade que eu trouxe, devem iluminar bem, mas não por muito tempo! — respondeu Fernanda, ajustando uma das lanternas em seu capacete.
— Câmeras e lanternas nos capacetes... parece que estamos indo explorar para um noticiário! — Kay disse, rindo.
— Qual é a graça, maldito? — exclamou Takemichi, irritado.
— Eu trouxe o notebook e duas telas para monitorar as câmeras. Assim, vamos saber o que está acontecendo lá dentro. Meu pessoal na base vai avaliar as condições dos trajes e de vocês. Vamos manter contato! — Fernanda explicou, com um tom sério e focado.
— A princípio, vou entrar para ver até onde os ghouls não nos detectam. Depois, vão entrar somente os líderes e o capitão! Em seguida, vai ser meu esquadrão, vamos limpar o caminho. Se for necessário, entraremos com os próximos esquadrões! — Kay disse, com uma voz de comando.
— Que interessante... Então tinha tantos ghouls assim? — exclamou Rem, entre os soldados.
— O quê? — os soldados responderam, surpresos com a pergunta.
— Chega como uma pessoa normal, mãe! — Mira disse, olhando para a mãe com uma expressão levemente embaraçada.
— Assim é mais divertido! — Rem respondeu, caminhando para frente com um sorriso travesso.
— Não! — Kay exclamou, com uma expressão de advertência.
— Eu nem disse nada ainda! — Rem retrucou, com um olhar desafiador.
— Ele tem razão, não vai! — Takemichi disse, cruzando os braços e dando uma olhada firme.
— Ah, mas eu já até peguei meu traje e minha arma. — Rem disse, com um suspiro triste.
— É uma espada bem longa que você está segurando aí! — Kay observou, com um olhar de desaprovação.
— Tal mãe, tal filha! — Joana disse, rindo.
— Eu não estou tão enferrujada assim! Também quero proteger minha casa. Eu vou, sim! — Rem respondeu, com um brilho nos olhos.
— Está aposentada, você não pode ir! — Takemichi insistiu, com uma expressão de preocupação.
— Entendo... então é por isso que pediu para te avisarem quando íamos chegar. Bem esperta! — Kay falou, olhando para Rem com um olhar mais compreensivo.
— Meu marido, minha filha e meu genro... Se vocês vão, eu também vou! — Rem afirmou, com uma firmeza inabalável.
— Você sabe as regras, eu não vou permitir que entre nisso! — Takemichi disse, tentando impor sua autoridade.
— Então estou indo na frente, como uma civil intrometida! — Rem respondeu, com um sorriso desafiador.
— Já entendi, não vai mudar de opinião! Isso vai ficar entre nós. Não quero que isso vaze para os superiores! — Takemichi disse, com um suspiro de frustração.
Kay olhou irritado através da máscara para Takemichi.
— O que foi? — Takemichi exclamou, visivelmente irritado.
— E essas máscaras são tão legais! — Rem disse, animada, ignorando a tensão.
— A cor eu escolhi, mas foi a Fernanda que fez o design de cada uma! — Kay respondeu, ignorando Takemichi.
— Ficou muito bom! Eu queria ter ganho uma quando estava na ativa! — Rem disse, com um sorriso nostálgico.
— Então entrem no meu esquadrão! — Kay disse, com uma expressão determinada.
— Ara! — exclamou Rem, surpresa.
— Do que você está falando, Kay? — Mira perguntou, ainda confusa.
— O ghoul dela parece empolgado por estar sendo usado de novo! A Rem também está assim! Se quer voltar à ativa, então entre no meu esquadrão! — Kay disse, com um sorriso de canto de boca.
— Ei, garoto maldito! Tira o olho da minha mulher! — Takemichi exclamou, emanando uma aura assassina.
— Não viaja, ela é como uma mãe para mim. Então não vou deixar ela se ferir! — Kay respondeu, sério, encarando Takemichi com uma intensidade imperturbável.
Mira e Rem ficaram envergonhadas com a troca de palavras entre os dois.
— Eu vou te matar! — Takemichi ameaçou, com os olhos fixos em Kay.
Rem, sorrindo, bateu uma palma, interrompendo a discussão. Os soldados ficaram surpresos com a atitude dela.
— Eu vou pegar emprestado os ghouls que estão na floresta! — Kay disse, voltando ao assunto principal.
— Eu acabo esquecendo como seu nariz é estranho! Eu matei eles ontem e congelei os corpos. Pode usar! — Rem falou, com uma risada baixa.
— Ontem? Os ghouls tentaram atacar aqui? — exclamou Mira, confusa, sem entender a situação.
— Pois é, eles fazem isso todos os meses! Sem o Kay, eu tive que cuidar disso! — Rem disse, com um tom casual, como se fosse algo normal.
— Como assim? — exclamou Mira, olhando para o lado, tentando processar a informação.
— Ele saiu correndo quando você perguntou! — Takemichi disse, com um sorriso irônico.
— O que mais estão escondendo de mim? — exclamou Mira, com a voz se elevando.
— Nada! — Rem respondeu, virando o rosto para o lado, tentando se esquivar.
— Tem mais coisas, não é? — exclamou Mira, séria, observando a mãe.
— Conversa sobre isso depois. Vamos entrar na formação que ele passou. Não queria seguir o que ele diz, mas ele foi o único que viu o buraco! Depois que o quinto esquadrão entrar, nós chamaremos vocês. A formação será mantida, sem atrapalhar a ordem! Primeiro esquadrão, depois os outros, por ordem! Entenderam? — Takemichi ordenou, com autoridade.
— Sim! — os soldados afirmaram, prontos para seguir as instruções.
— Isso me traz tantas lembranças... — Rem disse, colocando um dos capacetes na cabeça, com um sorriso nostálgico.
Kay estava se afastando, olhando para o buraco à frente.
— O cheiro dentro do buraco é forte. Acredito que todos lá sejam especiais. Se quiser, já pode chamar os guardas para levar os corpos deles e aproveita para tirar os dois que estão na floresta! — disse Kay, casualmente.
— Está muito confiante, não sabe nem o que está lá embaixo! — disse Takemichi, franzindo a testa.
— Se não for para ter certeza que a missão será completada, então nem vá. Esse é meu pensamento! — respondeu Kay com firmeza.
Os líderes colocaram seus capacetes, ajustando-os com precisão.
— Fernanda, avise-os sobre os ghouls. Nós vamos indo na frente. Ligam o equipamento! — ordenou Takemichi.
— Certo! — responderam em uníssono os líderes, Rem, Mira e Fernanda.
De repente, Fernanda parou e bateu na própria testa.