Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 63: Capitulo 63: O que você fez?



Kay desativou o microfone e se recostou no banco, o olhar ainda fixo em Mira.

— Não vai querer perder isso — comentou para Emilia, virando a câmera para mostrar a cena.

— É agora! — exclamou Emilia, empolgada.

Kay murmurou para si mesmo, irritado:

— Maldito Takemichi...

Enquanto Mira se aproximava, Takemichi deu um passo à frente, assumindo um tom oficial:

— Já que estamos todos reunidos, quero aproveitar para apresentar alguém muito especial.

Mira ergueu o queixo, respirando fundo enquanto a atenção de todos recaía sobre ela.

— Mira, eu me lembro de você no castelo! — disse o rei, sorrindo ao reconhecê-la.

— É uma honra, Vossa Majestade — respondeu Mira com uma reverência contida.

De repente, os jornalistas ao redor entraram em alvoroço.

— Mira?! É ela?! — exclamaram, suas vozes eufóricas misturando-se aos cliques incessantes das câmeras.

— Algo grande está prestes a acontecer! Vamos nos aproximar! — sugeriu a jornalista loira, liderando o grupo.

Takemichi ergueu a voz para ser ouvido acima do burburinho:

— Após avaliar cuidadosamente, decidi que Mira será a vice-capitã da minha divisão!

O anúncio ecoou como um trovão. Um coro de surpresa se formou entre os jornalistas e soldados presentes.

— Isso é sério?! — exclamou um repórter, incrédulo.

— Sim, é sério. Ela ainda é inexperiente, mas garanto que, em pouco tempo, Mira será capaz de liderar esta divisão com excelência! — afirmou Takemichi com convicção, o olhar firme em direção à nova vice-capitã.

O rei sorriu, satisfeito:

— Takemichi finalmente escolheu uma vice-capitã. Confesso que não esperava receber essa notícia agora, mas fico feliz pela escolha. Mira, dê o seu melhor!

— Certo! — respondeu Mira, o nervosismo em sua voz mascarado por determinação.

Enquanto os aplausos e as fotografias continuavam, Kay observava tudo através da câmera, o olhar dividido entre orgulho e apreensão.

Do outro lado, Emilia estava no quarto, ainda na chamada, mas foi interrompida por batidas firmes na porta.

— Princesa! — chamou um guarda.

— Um minuto! — respondeu ela, cobrindo o celular com a mão.

— Ocupada? — perguntou Kay, curioso.

— Vou te deixar no canto da tela. Não desliga — pediu ela, diminuindo o brilho do celular.

— Certo. Vou mutar o microfone. Me chama quando terminar.

— Combinado.

— Entre! — disse Emilia, voltando-se para a porta.

O guarda entrou, a postura rígida.

— Com licença, Alteza. Trago uma mensagem do rei.

— Qual mensagem? — perguntou ela, franzindo a testa.

Sem aviso, o guarda trancou a porta, o clique ressoando no silêncio do quarto.

— Deixe a porta aberta! O que está fazendo?

O guarda virou-se, puxando uma arma e apontando diretamente para Emilia.

— Não grite.

O rosto de Emilia empalideceu, o coração disparando enquanto tentava processar a traição.

"Isso não pode estar acontecendo...", pensou ela, o terror começando a dominá-la.

— Onde está aquela arrogância da família real, hein? Vamos lá, princesa. Me olhe como se fosse superior a mim, como sempre faz! — zombou o guarda, aproximando-se lentamente.

— Por que... Por que está fazendo isso? — conseguiu perguntar, a voz trêmula.

Ele sorriu de maneira sinistra:

— Não grite. Não diga uma palavra sequer.

Kay, ainda observando através do celular, estreitou os olhos ao perceber o tom de ameaça.

"Por que tem um guarda apontando uma arma para ela?", pensou, o coração acelerando.

— Se você gritar, vai se arrepender. Então, seja uma boa princesa e fique quietinha — disse o guarda, a voz escorrendo veneno.

Emília engoliu em seco, acenando com a cabeça enquanto segurava as lágrimas. O guarda avançou

— Não! Por favor! — gritou Emília, tentando se debater.

— Eu avisei para não gritar! — rugiu o guarda, pressionando a arma contra a cabeça dela.

— Kay, os batimentos do seu traje estão em níveis críticos! Relate imediatamente! — a voz de Fernanda soou pelo rádio, urgente.

— Kay? — exclamou Mira, observando o helicóptero ao longe.

Os recrutas ao redor correram em direção à aeronave.

— A máscara dele tá aqui! Ele... sumiu! — anunciou Thaís, olhando dentro do helicóptero vazio.

— O que aconteceu?! — perguntou Mira, alarmada, enquanto Takemichi se aproximava rapidamente.

Thaís mostrou a máscara de Kay, visivelmente preocupada. Takemichi recebeu uma ligação e atendeu de imediato.

— Fala.

— O traje do Kay está superaquecendo, e os batimentos dele estão fora de controle! Não sabemos o que está acontecendo, mas é melhor encontrar ele agora! — informou Fernanda.

— Alguma ideia do que poderia ter feito ele agir assim? — perguntou Takemichi, com a testa franzida.

— Não notei nada de anormal! — respondeu todos os recrutas.

Mira pensou um pouco e disse: — Tem sim! Ele estava em ligação com a Emília!

— Fernanda, mande soldados ao castelo! Mira, vai com seu esquadrão e chama a Joana para acompanha-los. Descubram o que está acontecendo! — ordenou Takemichi.

— Entendido! — responderam Mira e os soldados, já se movendo.

Enquanto isso, Kay sobrevoava a cidade, cortando as nuvens como um meteoro. O traje dele soltava fumaça, o calor do sistema sobrecarregado o envolvia como um manto incandescente.

Dentro do castelo, Emília tremia de medo. A porta de vidro do quarto estilhaçou em uma explosão de cacos e vento.

— O quê?! — gritou ela, olhando para a figura que surgia entre os cacos voadores.

— Cheguei atrasado... Me desculpa, Emília! — disse Kay, emergindo das sombras e se erguendo entre os destroços.

— Irmão! — soluçou Emília, correndo para abraçá-lo.

Ela desabou em seus braços, o choro dela ecoando pelo quarto enquanto Kay a apertava contra si.

— Não precisa ter medo... — murmurou ele, com um tom mais suave. — Ele não vai mais te machucar.

A fumaça do traje preenchia o cômodo, envolta por um leve brilho vermelho das placas de energia superaquecidas.

— Uma empregada está vindo. Ela vai cuidar de você. Espere aqui, eu já volto. — Kay olhou nos olhos dela, firme.

— Não, por favor... não vá! — implorou Emília, agarrando a camisa dele.

— Só confie em mim. Toma um banho, se veste... Eu prometo que volto. — Kay soltou as mãos dela delicadamente, se afastando.

Quando Kay saiu, o ar pesado o seguia pelo corredor. A empregada chegou, assustada com a fumaça que saía do quarto.

— O que é isso?! — exclamou a mulher, hesitante.

Kay a encarou com uma fúria fria, e a intensidade de seu olhar fez a mulher recuar.

— Cuide dela. Dê um banho e remédios, se necessário. Mas garanta que ela não engravide do desgraçado que fez isso! — disse ele, antes de desaparecer pelo corredor.

A mulher ficou estática, confusa.

No quintal na entrada do castelo, os guardas estavam agrupados. Kay passou por eles como um predador e parou de frente ao soldado.

— Por que fez aquilo com a Emilia? — perguntou ele, encarando diretamente o guarda que parecia mais inquieto.

— Do que você tá falando, garoto? Eu nem... — Antes que o homem pudesse terminar, Kay o acertou com um soco devastador.

O impacto lançou o guarda contra a parede, que se desfez em pedaços sob a força brutal. O corpo do homem estava em baixo dos destroços, rastros de sangue pecorrendo do kay até a parede.

— Levanta! — disse Kay, sua voz ecoando entre os guardas. — Eu disse pra você levantar, desgraçado! Não vai morrer só com um soco, vai?!

Os guardas o cercaram e ergueram suas armas, apontando para Kay com as mãos trêmulas.

— Não se mexa! — gritou um deles, assustado.

Um tiro ecoou. Kay levantou a mão, parando a bala como se fosse um simples grão de poeira.

— Meu problema é com ele. Não me atrapalhem, caso contrario, eu vou ter que usar legítima defesa! — disse kay, com um olhar ameaçador

— Não se mova! — ordenaram os guardas, as vozes carregadas de tensão.

Kay inclinou a cabeça, observando a parede destruida com um misto de tédio e determinação.

— Acho que não faz mais sentido continuar com isso. Vou sentar ali. — disse ele.

Ele apontou para um local onde Emilia poderia vê-lo da janela do quarto.

— Se tentar qualquer gracinha, iremos atirar! Está ouvindo? — gritou um dos guardas, a voz quase trêmula.

Kay caminhou sem pressa, ignorando o aviso. Sentou-se no chão, cruzando as pernas com tranquilidade. Seus olhos, agora estavam fechados. Os guardas mantinham as armas apontadas, mas a hesitação era visível.

Um deles recebeu uma ligação.

— Senhor! Que bom que ligou. Temos um problema! — disse, apressado.

— Fala. — disse o chefe da guarda do outro lado da chamada, sua voz autoritária.

— Um soldado invadiu o castelo e matou um dos nossos. Estamos com ele na mira! — informou o guarda, a tensão transbordando em suas palavras.

— Essa é a situação! — disse o chefe da guarda.

— Ele... ele não está reagindo?. exclamou takemichi ao lado do chefe da guarda

O guarda olhou para Kay. — Está só está sentado, como se estivesse meditando.

— Tsc. Esse idiota... — resmungou Takemichi. — Escutem, tenho um pessoal indo aí agora. Deixem eles entrarem e lidarem com ele.

— Chefe? — respondeu o guarda, surpreso.

— A Mira vai saber como lidar com ele. E tem a Joana também. Não compliquem mais as coisas. — disse takemichi para o chefe da guarda

O chefe da guarda, que estava ao lado do subordinado, interveio:

— Certo. Deixem que eles entrem, mas mantenham dois guardas vigiando o rapaz.

— Entendido! — confirmou o subordinado, encerrando a chamada.

O chefe da guarda suspirou pesadamente.

— Isso não vai acabar bem. As notícias se espalham rápido, e ele será punido!

— Concordo. — A voz de Takemichi soou agora mais grave. — Mas não posso deixar matá-lo. Odeio admitir, mas a força desse moleque é necessária para minha divisão.

— Takemichi, seus soldados não podem sair por aí fazendo o que bem entendem! — disse o chefe, irritado. — Nosso mundo tem regras, e nós somos os responsáveis por mantê-las!

— Eu sei. — Takemichi fez uma pausa, ponderando. — Vamos pensar na punição depois. Agora, mantenham as aparências.

— Aja naturalmente. — O chefe da guarda balançou a cabeça, encerrando a conversa.

Alguns minutos depois. O primeiro helicóptero pousou em uma área designada para esses veiculos no quintal do castelo.

A porta se abriu, e Fernanda desceu apressada, acompanhada por uma equipe de soldados. Seus passos eram firmes, e seu semblante exalava urgência.

Ao se aproximarem do grupo de guardas que ainda mantinham suas armas apontadas para Kay, Fernanda ergueu a voz, firme e autoritária:

— Abram caminho!

Um dos guardas, franzindo a testa, retrucou:

— Uma cientista? Não é você que estamos esperando!

Fernanda o encarou com um olhar cortante, a autoridade em sua voz deixando claro que não estava ali para discussões:

— Me deixem passar!


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