Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 62: Capítulo 62: Anuncio



O som dos helicópteros começou a crescer, enchendo o ar com o ruidoso bater das hélices. A poeira e as folhas secas próximas à entrada de Mineford foram levantadas em redemoinhos frenéticos

Os helicópteros tocaram o solo um após o outro, suas hélices diminuindo gradativamente enquanto soldados saltavam com precisão e rapidez, formando fileiras impecáveis ao redor dos veículos. O brilho metálico das armas em suas mãos refletia o último raio de sol que caía sobre a muralha.

Não demorou muito para que outro som tomasse conta do ambiente: o ronco pesado dos motores se aproximando. Caminhões do exército, carros blindados e até veículos de imprensa começaram a aparecer no horizonte. A terra vibrava levemente sob os pés de quem aguardava, enquanto as enormes portas de Mineford se abriam lentamente, com um rangido poderoso que anunciava a grandiosidade daquele momento.

Os recrutas observava com atenção enquanto os primeiros veículos cruzavam o portão. Caminhões carregados com soldados e equipamentos militares lideravam a entrada, seguidos por carros blindados em formação precisa. Em meio a eles, veículos menores dos jornalistas avançavam, suas câmeras já voltadas para o espetáculo histórico que se desenrolava.

— Impressionante... — murmurou Mira, observando o desfile.

Os soldados desembarcaram de seus veículos assim que estes estacionaram em uma área designada. Cada movimento era milimetricamente sincronizado, como se ensaiado para representar o poder e a disciplina do exército. Assim que estavam organizados, os guardas locais se juntaram aos recém-chegados, posicionando-se em duas fileiras rigorosamente alinhadas ao longo do caminho que levava até o coração de Mineford.

Os soldados e guardas ergueram as mãos em saudação, batendo continência em uníssono. O silêncio momentâneo era quebrado apenas pelo som das botas no chão e o clique das câmeras.

Por fim, o carro principal parou bem no centro da formação. A porta traseira se abriu, revelando a figura imponente do rei, seguido pela rainha.

As câmeras capturaram cada movimento do casal real, flashes iluminando a noite enquanto os jornalistas registravam o momento para a história. O rei ergueu levemente a mão em cumprimento, seus olhos varrendo a multidão diante de si. A rainha, ao seu lado, manteve uma postura serena, sua presença irradiando uma autoridade quase tangível.

Kay, assistindo tudo à distância, fechou novamente a entrada e se dirigiu para o restante da equipe.

As filas de soldados e guardas se estendiam pela cidade, formando um corredor de respeito e disciplina. O som das botas alinhadas e os movimentos sincronizados criavam uma atmosfera solene, enquanto os flashes das câmeras e os murmúrios dos jornalistas ao fundo complementavam o cenário.

Kay observava a formação de longe, encostado em uma das casas.

— Droga... Eles ficaram lá na frente. Será que eu vou até lá ou fico por aqui mesmo? — pensou, coçando a cabeça. Seu estômago roncou, interrompendo a linha de raciocínio.

— "Se bem que voar e correr por aí me deixou com fome..." — murmurou para si mesmo, antes de sair discretamente entre as casas, tentando evitar a atenção dos guardas.

Do outro lado, Takemichi o observava de canto de olho.

— "O que ele pensa que está fazendo?" — pensou, franzindo a testa levemente, mas decidiu manter sua atenção no evento principal.

Os soldados e guardas começaram a se agrupar, formando fileiras impecáveis. Jornalistas e câmeras ocupavam posições estratégicas, capturando cada detalhe do momento. À frente de todos, o rei e a rainha estavam posicionados com uma postura imponente, irradiando autoridade e calma. Ao lado deles, o chefe da guarda mantinha uma expressão vigilante, enquanto Takemichi, se mantinha preocupado com o decorrer desse evento.

O rei deu um passo à frente, seus olhos percorrendo a multidão com um olhar firme e cheio de propósito. Quando ele começou a falar, sua voz carregava um peso que silenciou o ambiente, cada palavra ressoando com clareza:

— "Cidadãos de Mineford, homens e mulheres de coragem e sacrifício, hoje marcamos um novo capítulo na história deste reino. Aqui, onde outrora havia desespero e destruição, erguemos as fundações de uma nova esperança. Não somos apenas sobreviventes; somos construtores de um futuro que não será mais definido pelo medo, mas pela força de nossa união."

Ele fez uma breve pausa, deixando que o peso de suas palavras ecoasse na mente de todos.

— "O trabalho de cada um de vocês, desde os que reconstróem nossas casas até os que seguram as armas para proteger nosso povo, é o pilar sobre o qual se ergue nossa resistência. Hoje, não celebramos apenas o progresso físico desta cidade, mas também a resiliência de nossos espíritos."

O rei virou-se levemente para os soldados e guardas em formação.

— "Vocês, que se colocam na linha de frente, não apenas para proteger, mas para inspirar. Vocês são o escudo e a espada de nossa nação. E a vocês, cidadãos que aqui estão, saibam que cada tijolo colocado, cada esforço feito, é uma vitória contra aqueles que tentam nos destruir."

Ele ergueu o punho em um gesto de determinação.

— "Hoje, Mineford não é apenas um símbolo de renascimento. É um lembrete de que juntos somos inquebráveis. Avante, por Valtreon, pela nossa gente, e por um amanhã onde a escuridão jamais retornará!"

O rei fez uma pausa, seu olhar carregado de emoção percorrendo a multidão. Então, com um tom mais suave, mas igualmente firme, ele prosseguiu:

— "A todos que trabalharam incansavelmente por este dia, em nome da família real, em nome do povo, eu agradeço com os mais sinceros sentimentos do meu coração. Cada um de vocês desempenhou um papel essencial para que este momento fosse possível. Desde os engenheiros e operários até os soldados que vigiaram incansavelmente. Não há gesto de dedicação que tenha passado despercebido."

Ele respirou fundo, permitindo que o silêncio amplificasse o impacto de suas palavras.

— "Vamos continuar caminhando juntos, rumo a um futuro onde cada homem, mulher e criança possa viver sem o peso da ameaça dos ghouls sobre seus ombros. Um futuro onde o medo será substituído pela esperança, e a destruição será apenas uma lembrança distante."

O rei ergueu o braço, apontando para a cidade reconstruída atrás de si.

— "A reconstrução de Mineford é mais do que um projeto. É um símbolo de resistência, de união, e de nossa determinação em sobreviver. Esta cidade será o ponto de partida para um novo futuro."

Seus olhos brilharam com convicção enquanto completava:

— "Conto com o apoio de cada um de vocês para continuar avançando nessa jornada. E saibam que vocês também podem contar com o apoio inabalável do reino e de sua família real.

A multidão explodiu em aplausos e vivas. Os soldados bateram continência com força renovada, os jornalistas capturaram cada momento, e os cidadãos, com lágrimas nos olhos, sentiram um novo sopro de esperança. O som das palmas ecoava como um rugido coletivo, um juramento silencioso de que ninguém desistiria, não importa o que viesse.

— "Ela está escondendo o celular na mão... Assim, a Emilia não vai conseguir ver os pais dela, mas pelo menos tem uma visão dos veículos!" — pensou Kay, enquanto acenava discretamente para o celular.

Do outro lado da chamada, Emilia franziu o cenho ao notar o gesto.

— "Ele está bebendo café enquanto todos estão juntos?" — pensou Emilia, retribuindo o aceno com um sorriso ligeiramente incrédulo.

Kay arqueou uma sobrancelha ao vê-la gesticulando.

— "Ela está acenando? Só vejo ela se mexendo..." — pensou ele, tomando um longo gole de seu café, apreciando o momento com calma.

— Quer dizer algumas palavras? — sussurrou o rei, inclinando-se levemente para a rainha.

— Não! — respondeu ela, sorrindo com gentileza.

O rei voltou sua atenção para a multidão e começou a falar:

— Como muitos já sabem, será meu filho quem governará este reino no futuro. Hoje, minha presença aqui é para observar o progresso do reino e o esforço de todos vocês. Meu filho ainda é jovem, por isso, não hesitem em dar sugestões que possam melhorar a vida do nosso povo. Por favor, cuidem bem dele, como cuidaram de nós até hoje.

— Certo! — responderam os soldados em uníssono, com firmeza.

O rei assentiu, satisfeito, e concluiu:

— Agradeço pela atenção e dedicação de todos vocês.

Logo, Takemichi tomou a palavra com sua voz firme e autoritária:

— Temos assuntos a tratar com o rei. Estão dispensados!

— Certo! — repetiram os soldados, antes de se dispersarem.

Enquanto a multidão se reorganizava, duas jornalistas avançaram rapidamente, chamando a atenção de um pequeno grupo.

— Com licença, posso ter um pouco da atenção de vocês? — exclamou uma delas, a loira, enquanto sua colega segurava a câmera, gravando cada detalhe.

— Nós? — exclamou Ravena, surpresa, ao perceber que eram o foco das jornalistas.

Kay, observando de longe, estreitou os olhos.

— "Acho que as máscaras chamaram atenção... Mas espera ai... São as mesmas que filmaram meu treino!" — pensou ele, tomando mais um gole do café.

A jornalista loira avançou com perguntas rápidas e incisivas:

— Por que vocês estão usando máscaras?

— É coisa do nosso líder! — respondeu Thais prontamente, tentando parecer casual.

— E por que apenas vocês estão usando? — insistiu a jornalista, curiosa.

Ravena interveio, mantendo a calma:

— É um teste recente que nosso líder propôs. A máscara é fina, mas eficaz na proteção.

— Proteção? Mas por que só vocês? — pressionou a jornalista novamente.

Ravena respondeu sem hesitar:

— Porque é uma ideia em fase experimental. Apenas nosso esquadrão está passando por esse teste.

A jornalista loira estreitou os olhos, intrigada.

— Só vocês no esquadrão? Pelo que sabemos, cada esquadrão tem no mínimo cinquenta soldados. Vocês são um esquadrão novo?

Ravena respondeu de forma curta

— Sim!

— Você está respondendo pelos outros. Como devemos te chamar? — exclamou a jornalista, fixando o olhar em Ravena.

— Alpha 1. — respondeu Ravena com firmeza, mantendo o tom profissional.

— Alpha 1? Onde está o seu líder? — insistiu a jornalista, inclinando-se ligeiramente para frente, em busca de respostas mais profundas.

De longe, Kay acenou discretamente para Ravena, sinalizando para não envolvê-lo na conversa.

— Ele está ocupado no momento. Se tiver dúvidas, pode tirar conosco. Estamos aqui para isso. — disse Ravena, mantendo a calma.

— Então você é a vice-líder? Entendido. Sei que devem estar cansados depois de tantos dias trabalhando na reconstrução do reino, então não vamos tomar muito do tempo de vocês. — disse a jornalista, antes de lançar uma nova pergunta incisiva: — Vocês garantem a segurança dos civis que vão morar aqui?

Thais interveio com confiança:

— Nesse exato momento, até o rei está aqui. Então, sim, podemos garantir a segurança do povo.

Slayer, ao lado, cruzou os braços e acrescentou:

— De fato, mas sem uma base permanente para os soldados aqui, levará mais tempo para estabelecermos um apoio consistente.

A jornalista aproveitou a deixa e rebateu:

— Sim, e em caso de ataque de ghouls, isso pode ser um grande problema. Acredito que não deve demorar para que foquem na construção de uma base, mesmo que temporária. Como se sentem após tantas conquistas da Sexta Divisão?

Ravena sorriu levemente e respondeu:

— Estamos honrados que a nossa divisão esteja recebendo reconhecimento.

— Qual foi o método usado para selecionar as pessoas desse esquadrão? — perguntou a jornalista, inclinando-se novamente, curiosa.

Ravena hesitou por um instante antes de murmurar:

— Longa história. Acho que "obra do destino" descreve bem.

A jornalista arqueou uma sobrancelha, intrigada, mas continuou:

— Bom, então vocês são o quinto esquadrão. Vice-líder Alpha 1, qual é o nome do seu líder e dos outros membros?

— Alpha 0. — respondeu Ravena de forma direta.

Os outros membros se apresentaram um por um, usando apenas seus codinomes.

A jornalista olhou para eles com uma expressão de curiosidade crescente.

— Todos alphas? Isso levanta um mistério sobre quem está por trás das máscaras. Vocês podem tirá-las?

Ravena respirou fundo antes de responder:

— Desculpe, mas as máscaras fazem parte do nosso esquadrão. Não podemos revelar nossos rostos. Elas foram desenvolvidas com uma tecnologia que oferece proteção adicional durante missões de alto risco. Ao mesmo tempo, representam a unidade e o anonimato do esquadrão. Nossa prioridade é o trabalho, não a fama.

A jornalista loira ergueu uma sobrancelha, impressionada com a resposta.

— Tecnologia, é? E essa tecnologia está disponível para os outros esquadrões? Ou é exclusiva de vocês?

— Por enquanto, é um teste exclusivo do nosso esquadrão. — interveio Thais, com um sorriso discreto. — Se for bem-sucedido, pode ser expandido para outras divisões no futuro.

A jornalista loira aproveitou a deixa para continuar:

— Vocês parecem bastante unidos. Isso é resultado do treinamento ou já tinham uma conexão antes de formar o esquadrão?

Ravena respondeu de imediato:

— Ambos. Treinamos duro para chegar onde estamos, mas o destino também teve um papel importante em nos reunir.

A jornalista deu um leve sorriso antes de lançar a pergunta final:

— Última curiosidade: por que "Alpha"?

Os recrutas trocaram olhares breves, e Ravena respondeu com um tom descontraído:

— Foi um nome escolhido de última hora pelo nosso líder. Não foi algo muito planejado, na verdade.

As jornalistas compartilharam um sorriso discreto, aparentemente satisfeitas com a explicação enigmática. Os flashes das câmeras continuavam a capturar cada detalhe, enquanto o esquadrão mantinha-se imóvel e firme, como uma muralha viva.

— Sobre o esquadrão... Quem são os soldados que receberam as medalhas recentemente? — questionou a jornalista loira, inclinando-se levemente para frente.

Ravena manteve a postura calma:

— Eles não estão acessíveis no momento.

— Não estão aqui, ou... estão entre vocês? — insistiu a jornalista, arqueando uma sobrancelha.

Ravena respirou fundo antes de responder:

— Nem todos os soldados estão presentes aqui. Caso trouxéssemos todo o esquadrão, os civis que devemos proteger em outras áreas ficariam desprotegidos.

A jornalista ponderou a resposta, assentindo lentamente.

— Faz sentido. Uma pena... Mas talvez na próxima oportunidade.

Ela recuou um passo e finalizou:

— Muito obrigada pela atenção de vocês.

Ravena fez um leve gesto com a cabeça, mantendo o tom cortês:

— Nós que agradecemos.

As jornalistas se afastaram, movendo-se em direção a Yan, que estava observando a cena à distância.

— Pegaram vocês de jeito, hein. Conseguiriam lidar com isso todo dia? — provocou Kay, saindo das sombras com seu habitual sorriso zombeteiro.

— Acho que não! — respondeu Ravena, com uma risada abafada.

— Mas se saíram muito bem para uma primeira entrevista — elogiou Emilia, ainda na chamada de vídeo.

Kay pegou o celular e segurou a mão de Mira antes de anunciar:

— Vou ficar ali no helicóptero. O que vocês vão fazer?

— Vamos andar por aí — respondeu Ravena, já se afastando com os soldados.

— Qualquer coisa, estarei lá.

— Certo — disse Ravena, acenando antes de seguir caminho.

Mira, porém, ficou com Kay, que caminhava em direção ao helicóptero, ainda segurando sua mão.

— O que foi? — perguntou Mira, desconfiada.

— Seu pai me deu um sinal ali. Acho que vai anunciar sua posição no exército — explicou Kay, sem rodeios.

— Não... Aqui, na frente de todos?! — exclamou Mira, com um misto de nervosismo e incredulidade.

Emilia, ainda na chamada, interrompeu:

— Qual é a sua posição, Mira?

Mira baixou os olhos, hesitante, antes de responder com um tom quase tímido:

— Vice-capitã.

— Parabéns! Superou o irmão! — comentou Emilia com entusiasmo.

— Obrigada... — respondeu Mira, ainda absorvendo o peso da situação.

— Entra no helicóptero quando ninguém estiver olhando e tira a máscara. Se quiser mudar um pouco o cabelo, vai ajudar a disfarçar! — sugeriu Kay, enquanto Mira olhava desconfiada.

— Rabo de cavalo? — perguntou ela, arqueando a sobrancelha.

— Você vai ficar bonita com qualquer penteado — respondeu Kay com um sorriso leve.

— Não seja tão puxa-saco! Vou me arrumar. — Mira virou-se, entrando no helicóptero com passos decididos.

Assim que ela desapareceu pela porta, Kay suspirou e comentou com um toque de humor:

— Você viu isso, Emilia? Eu elogio, e ainda sou xingado!

— Você deveria ter sugerido algo específico. As garotas se importam com esses detalhes! — respondeu Emilia, rindo através da chamada.

Kay levou a mão ao queixo, pensativo, antes de sugerir em um tom mais suave:

— Amor, joga um pouco do cabelo para frente. Sabe como você penteava quando deixava parte do rosto coberto?

De dentro do helicóptero, Mira respondeu com estranheza:

— Por que eu faria isso?

Kay rapidamente desativou o microfone da chamada e murmurou para si mesmo antes de responder:

— Porque você fica incrivelmente linda daquele jeito...

Mira parou o que fazia, a voz saindo hesitante:

— Você pensava isso quando me via assim?

Kay sorriu, as palavras saindo com sinceridade:

— Eu penso ainda. Dá um charme diferente.

Após um breve silêncio, Mira suspirou.

— Entendi. Vou com o cabelo normal, já que a máscara cobre o rosto. Eles não vão reconhecer.

Kay riu baixinho, balançando a cabeça.

— Só porque eu sugeri, né? Você é muito má comigo!

Do outro lado, Takemichi fez um gesto discreto, apressando Kay.

— Seu pai está impaciente ali, amor. É melhor se apressar — alertou ele, virando-se para o helicóptero.

— Estou indo! — respondeu Mira, saindo com passos firmes, a máscara em mãos e o cabelo alinhado.

— Boa sorte — desejou Kay, observando-a se afastar.

— Eu vou precisar... — respondeu ela, lançando um último olhar antes de seguir para o grupo.

Kay desativou o microfone e se recostou no banco, o olhar ainda fixo em Mira.


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