Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 57: Capítulo 57: Apenas um comando!



Fernanda olhou para ele, pensativa, e murmurou:

— Se nós tivéssemos a ajuda do Julius desde o começo, será que a humanidade teria avançado tanto assim?

— Difícil dizer... Ele não se envolve em nada além de matar ghouls! — comentou uma das cientistas, enquanto observava Kay se afastar.

— Capitão Julius, o ser mais forte da humanidade... e Kay, o mais preguiçoso dos soldados. Eu pagaria para ver um combate entre esses dois! — exclamou Fernanda, com um sorriso travesso no rosto.

A cientista soltou uma risadinha, meio cética:

— Esse título dele não passa nenhuma confiança...

— Julius é 100%, mas tem experiência e destreza no combate. Kay chega 150%, versátil e imprevisível, um verdadeiro curinga... Não seria interessante ver esses dois lutando? Quem sabe poderíamos marcar isso algum dia! — sugeriu Fernanda, com uma ideia brilhando nos olhos.

— Nenhum deles aceitaria isso, você sabe. Ambos estão apenas interessados em matar ghouls. Mesmo agora, Kay só está treinando a divisão porque sabe que isso é vital para enfrentar os ghouls e evitar mais baixas. Não há nada além disso no radar deles. — disse a cientista, com uma ponta de frustração na voz.

Fernanda ponderou por um momento e, com um suspiro, falou:

— Imagino que seja o caso... De toda forma, não seria bom se os dois se juntassem para enfrentar os ghouls?

— De fato. — respondeu a cientista, com um ar sério.

— Mas, com a distância entre os países e a falta de socialização, especialmente com o Julius, isso é algo difícil de acontecer. — completou Fernanda, pensativa. "Como se eles fossem capazes de colaborar de alguma forma..." pensou ela, com um toque de ironia.

Enquanto isso, os soldados estavam saindo da base, a movimentação acontecendo em ritmo acelerado.

— Está tudo funcionando? — perguntou Fernanda, com um tom de preocupação.

— Sim. Vai ser difícil avaliar todas as estatísticas dos trajes só com essas telas aqui, mas se algo não estiver normal, vai ser mostrado com foco. — respondeu a cientista, ajustando um dos painéis.

A cena muda. Os soldados já estavam posicionados, com Kay à frente deles, sua presença imponente dominando o campo.

— Está filmando? — exclamou Fernanda, seus olhos atentos à movimentação.

— Sim! — respondeu o cientista, com a voz firme.

— Separados em três grupos, a distância entre cada soldado é o limite do alcance dos tentáculos. Então, mesmo que saiam do controle, só atingirá o soldado da frente, caso eles se movam. Isso deve nos dar tempo para impedir! — disse Kay, sua voz carregada de determinação.

— Entendido! Vamos ficar de olho! — respondeu Takemichi, com um olhar firme.

— Lena, preciso de uma vista aérea. Tome conta disso! — Kay ordenou, seu tom inquestionável.

— Tudo bem, mas como vou saber? — exclamou Lena, um pouco apreensiva.

— Eles devem reagir da mesma maneira. Se ver algo diferente, avisa! — disse Kay, seus olhos frios e calculistas.

— Entendido! — respondeu Lena, seu traje abrindo as asas enquanto ela começava a se elevar.

— Espera! — Fernanda se aproximou rapidamente, uma expressão preocupada no rosto.

— É perigoso se aproximar! — alertou Kay, olhando-a fixamente.

— Eu sei. Leve esta câmera. Nós também vamos ter visão e podemos avisar se algo acontecer! — Fernanda insistiu, entregando a câmera enquanto voltava para perto dos cientistas.

Lena, agora flutuando no alto, observava os soldados e gravava tudo, sua visão penetrante vasculhando cada movimento.

— Temos imagens! — anunciou Fernanda, seu tom profissional.

— Vocês podem usar força, pois vai ser necessário! Só tentem não se ferir, e nem aos outros! — Kay disse com um comando autoritário.

— Certo! — afirmaram os soldados do primeiro e do quinto esquadrão, em uníssono.

— Se espalhem! — Kay ordenou, seu olhar desafiador varrendo a linha de soldados.

Os soldados se espalharam ao redor dos que estavam treinando, a tensão aumentando no ar.

— Só fiquem atentos caso algum saia voando! — Kay alertou, seu olhar agora afiado como uma lâmina.

— Pode deixar! — respondeu Takemichi, pronto para agir.

Kay se posicionou ao lado da caixa, sua postura tranquila, mas a presença esmagadora. Ele ligou a caixa e, com uma voz profunda, começou a falar.

— Vou resumir o que devem fazer, caso os ghouls não obedeçam. Eles não sobrevivem sem comer e não podem caçar sem seus sentidos. Então, vocês vão fazer um acordo onde os ghouls servirão a vocês, e em troca, vocês vão mantê-los alimentados. Isso já fazemos quando tocamos os cadáveres dos ghouls! Entenderam? — exclamou Kay, sua voz ressoando como uma ordem absoluta.

— Sim! — os soldados responderam, a confiança começando a crescer, mas a tensão ainda pairava no ar.

— Então eu vou resumir esse treino em apenas um comando! — Kay disse, colocando sua máscara com uma calma perturbadora.

Os soldados estavam ansiosos, seus corpos tensos. Kay apontou para frente, sua mão firme e decidida. Ele imediatamente abaixou o dedo.

— Submetam-se! — ordenou Kay, sua aura assassina irradiando como uma tempestade sombria.

"Que pressão é essa?" — pensaram os soldados, assustados, seus corpos congelando diante da força de sua presença.

A medida que a intenção assassina de Kay percorria o campo, os trajes começaram a manifestar os tentáculos, que se ergueram com uma força imensa, apontando para o céu. Kay observou Lena de longe, que se manteve silenciosa, imóvel, como uma águia observando sua presa.

— Vocês, que já manifestaram os tentáculos, estão liberados! Os outros, se aproximem mais do centro! — Kay ordenou, sua aura assassina se dissipando, mas ainda deixando uma sensação de opressão no ar.

Os tentáculos dos trajes se retraíram, voltando à forma normal, mas a tensão permanecia. Os soldados com expressões de pânico se afastaram, enquanto os outros, que não haviam sido atingidos, se reagruparam no meio, confusos, tentando entender o que acabara de acontecer.

"Até que atingiu mais gente do que eu pensei... Achei que seria menos!" — pensou Kay, observando os soldados.

De longe, Mira observava, sua preocupação evidente.

Kay estava concentrado, seus sentidos afiados enquanto acessava diretamente os ghouls dos soldados, sem sequer precisar tocá-los. "Assim que minha aura os toca, vejo os ghouls reunidos... isso está me desgastando mais do que imaginei!" — pensou Kay, sentindo o peso crescente da conexão.

Lena acenou de longe, sinalizando que todos estavam devidamente posicionados.

— Submetam-se! — Kay ordenou, sua voz profunda e fria, enquanto liberava sua aura assassina.

Os ghouls, imediatamente, reagiram, manifestando seus tentáculos, que se ergueram com uma força surpreendente, apontando para o alto como se estivessem desafiando o céu.

— Tem três com asas! — disse Fernanda pelo rádio, sua voz tensa.

Os três ghouls alados começaram a bater suas asas com violência, tentando fugir da armadilha que se formava ao redor deles. Lena, rápida como um raio, partiu em perseguição ao primeiro.

— Eu cuido do outro! — disse Kay, com determinação, manifestando suas próprias asas, e alçando voo imediatamente.

O capitão seguiu o plano, os dois se lançando atrás dos ghouls fugitivos com a precisão de caçadores experientes. Kay, com sua aura agora oculta, voou na direção do último ghoul que escapava. Cada um deles alcançou um ghoul, se segurando firmemente para impedir sua fuga.

— Façam o acordo com o ghoul! — gritou Kay, sua voz cheia de autoridade.

Lá embaixo, Mira estava alerta, observando o caos se desenrolar. Quando viu um dos trajes de um soldado próximo a ela começar a sair de controle, ela reagiu rapidamente.

— Afaste-se! — ordenou Mira, sua voz firme enquanto ela manifestava seus próprios tentáculos, impedindo que os tentáculos do traje descontrolado se movessem.

— Controle seu ghoul! — ela gritou para o soldado, sua expressão inabalável.

— Certo! — respondeu o soldado, fechando os olhos com concentração.

— Mira! — chamou Sarah, a preocupação evidente em sua voz.

— Está sob controle! Depende dele agora! — Mira respondeu, sua expressão séria, enquanto seu olhar fixava no soldado que lutava para manter a calma.

Pelo rádio, Joana fez a última ordem:

— Os que estão sob controle, retornem os tentáculos para o traje e se retirem!

Os soldados, agora mais confiantes, se afastaram rapidamente, deixando Mira e o soldado, que continuavam a lutar pelo controle de seu ghoul.

Enquanto isso, nos céus, os ghouls alados ainda batiam as asas, desesperados para escapar. Eles pairavam, aguardando que os soldados conseguissem domar os outros ghouls

— Desculpa pelo problema que causei, líder, acho que consegui domar! — disse o soldado, abrindo os olhos com cautela.

— Tem certeza? — exclamou Lena, seu olhar afiado como uma lâmina.

— Não sei... ele parou de se mover depois que fiz o acordo! — respondeu o soldado, com a voz cheia de incerteza.

— Eu vou te levar para o chão. Tente voar de novo! — disse Lena, sua voz firme como sempre.

— Tá! — disse o soldado, um misto de ansiedade e determinação em seu tom.

Lena, controlando os movimentos das asas com precisão, começou a descer suavemente, levando o soldado até o solo.

— Eu vou ganhar altura. Voe até mim e mantenha-se na mesma altitude. Se você passar de mim, vou te segurar de novo e você terá que voltar para o seu ghoul! — instruiu Lena, a confiança em sua voz inconfundível.

— Entendi! — respondeu o soldado, com foco total.

Lena subiu rapidamente para uma altura considerável e sinalizou para o soldado seguir.

"É só bater as asas e ir até a líder..." — pensava o soldado, relembrando a sensação de quando o ghoul tentou voar.

Com um esforço concentrado, ele se desprendeu do chão e rapidamente se aproximou de Lena, mantendo-se alinhado com ela no ar.

— Vamos descer! — ordenou Lena, sua voz cortando o ar.

— Certo! — disse o soldado, obedecendo imediatamente e voando para o solo.

Os dois desceram em uma manobra perfeita, como se estivessem dançando no ar.

— Consegui, capitão! — disse o outro soldado, com um sorriso de alívio.

— Muito bem. Nos leve para o chão! — disse o capitão, parando de bater suas asas e olhando para o soldado que o acompanhava.

Com cuidado, o soldado voou até o chão, levando Takemichi com precisão.

— Volte as asas para dentro! — ordenou Takemichi, ajustando sua postura.

— Certo! — respondeu o soldado, obedecendo com rapidez.

— Aqui também! — disse Mira, afastando-se com o seu próprio ghoul controlado.

O soldado, já em terra, levantou-se, e os tentáculos de seu traje permaneceram imóveis.

— Guarde-os! — gritou Sarah, com autoridade.

— Certo! — respondeu o soldado, retornando os tentáculos ao traje.

Kay se aproximou rapidamente, seu olhar afiado.

— Toma conta desse cara! — disse Kay, prendendo as asas do soldado com seus próprios tentáculos, implacável.

— Não conseguiu? — exclamou o capitão, com um tom de preocupação, vendo a dificuldade do soldado.

— Ele está com medo de mim! Não consegue meditar com a minha presença! — respondeu Kay, sua voz baixa e fria.

— Me desculpa! — disse o soldado, envergonhado, tentando manter o controle.

— Deixa comigo! — disse o capitão, manifestando suas asas com determinação.

Kay, com um movimento rápido, soltou as asas do ghoul e logo o soldado tentou fugir novamente. O capitão, com velocidade, foi atrás dele e conseguiu segurar o soldado antes que ele pudesse se distanciar.

Os outros soldados, sentindo a pressão, estavam visivelmente envergonhados por estarem com medo de Kay, o líder implacável.

— Aqui minha parte acabou. Preciso de um banho! — disse Kay, indo em direção aos cientistas, seu tom cansado, mas ainda determinado.

— Espera! — exclamou Joana, correndo atrás dele, tentando alcançá-lo.

— Não posso, eu preciso me alimentar! — respondeu Kay, sem parar, sua voz cheia de exaustão, mas também de urgência.

— Tem algo de errado com ele! — disse Fernanda, com uma expressão preocupada, ao comunicar no rádio.

De repente, Kay vacilou. Seus passos descompassados, seu corpo parecia ter perdido o ritmo. Com um baque, ele desmaiou, caindo pesadamente no chão.

Os soldados correram em direção a ele, alarmados. Thais foi a primeira a alcançá-lo, tirando sua máscara com pressa. Ela notou algo alarmante. O rosto de Kay estava pálido, quase esquelético, e seus lábios estavam secos. Quando ela tocou sua testa, seu coração afundou. A temperatura de Kay estava perigosamente alta, e ele estava queimando de febre.

— Ele está com febre! — exclamou Thais, em pânico.

— Ele sobrecarregou o corpo! Levem-no para a enfermaria! Ele só precisa tomar um remedio e descansar e vai voltar ao normal! — disse Fernanda, aproximando-se rapidamente, tentando acalmar os outros.


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