Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 46: Capítulo 46: Inicio da missão!



— Kay, já chegamos! — Mira sacudia-o para acordá-lo.

— Ele não muda nunca — disse Yumi, rindo.

— Os outros já estão descendo — disse Mira, preocupada. — Você não sabe como acordá-lo? — perguntou Yumi.

— O sono dele nem é tão pesado... Achei que só sacudindo ele já acordaria — respondeu Mira.

— Deixa que eu te ensino como se faz! — disse Yumi, se aproximando de Kay.

— O que você vai fazer? — exclamou Mira, desconfiada.

Yumi se inclinou até o ouvido de Kay e sussurrou:

— Mestre, tem um Ghoul...

Kay acordou de repente, confuso e olhando ao redor.

— Ele acordou mesmo! — disse Mira, surpresa.

Kay tentou se acomodar novamente, mas Yumi e Mira o puxaram.

— Já chegamos ao meu país. Vamos trocar de veículo! — disse Yumi.

— Já chegamos? — exclamou Kay, ainda sonolento.

— Foram cinco horas de viagem e você ficou dormindo! — disse Yumi.

— Desculpa... Vamos indo! — respondeu Kay, pegando suas coisas.

— Deixa que eu levo sua bolsa — ofereceu Yumi.

— Obrigado! — disse Kay, enquanto carregava suas armas.

Eles entraram no helicóptero e voaram até a base da Quarta Divisão.

— Finalmente! — exclamou Kay, sendo o primeiro a descer.

— Que falta de educação! — disse Nina, cruzando os braços.

— Está meio cheio aqui... — observou Kay, olhando ao redor.

— O reino tem recursos para contratar mais pessoal, por isso vocês devem recuperar todos os reinos perdidos do seu país! — explicou Yumi.

— Todos? Tem mais reinos perdidos? — exclamou Kay.

— Não, não tem mais nenhum para recuperar agora! — disse Mira.

— Agora? Então quer dizer que ainda tem? — Kay perguntou, intrigado.

— Você não sabia? — exclamou Yumi, surpresa.

— Entendi, então é isso! Quando acabarmos aqui, já teremos outra missão! — disse Kay, animado.

Os recrutas trocaram olhares confusos.

— Não temos nada! — disse Mira, agitada. — Você vai terminar aqui e voltar para a base para seguir as ordens do meu pai, entendeu?

— Por que está impedindo ele? — Yumi perguntou, empolgada. — Se está com medo, eu não me importo de emprestar minha divisão. Melhor ainda, posso ir também!

— Você pode ficar quieta! Se recuperarmos a dinastia, não teremos folga tão cedo! — disse Nina, revirando os olhos.

— Entendo, então não podemos ir... — disse Kay, meio decepcionado.

— Sem drama! Talvez, no futuro, a gente vá, mas agora não dá! — disse Mira.

— Dan, vem cá um instante! — chamou Kay.

— O que foi? — exclamou Dan, preocupada.

— Corta isso aqui pra mim, está me atrapalhando! — pediu Kay.

— Seu braço ainda não está curado! — disse Mira.

— Está sim — disse Kay, movimentando o braço.

— Vai piorar sua fratura. Para de mexer nisso! — disse Mira, preocupada.

— Eu estou bem. Eu disse que levaria dois dias pra curar — insistiu Kay.

— Esse é o Kay! — disse Yumi, sorrindo orgulhosa.

— Mira, está tudo bem, meu braço já... — começou Kay, sendo interrompido.

Os soldados da Quarta Divisão se aproximaram, fazendo uma saudação.

— Bem-vindas de volta, capitã Yumi e vice-capitã Nina! — disseram em uníssono.

— Pensando bem, por que a gente não tem um vice-capitão também? — exclamou San.

— É verdade! — concordou Viviane.

— Não é a Joana? Ela tem cara de vice-capitã! — disse Thais.

— Joana é líder de esquadrão, ela não seria a vice-capitã! — disse Ravena.

— Bem, ela manda de um jeito que mostra autoridade até sobre os outros líderes... Será que ela é a vice-capitã e só não nos contaram? — exclamou Thais.

— Por que eles não contariam? Não seja tola. Nós não temos um vice-capitão! — disse Ravena.

— Quem são esses? Parece que são recrutas, por isso estão agindo de forma tão desleixada! Estão na presença de uma capitã, mostrem respeito! — murmuravam os soldados da Quarta Divisão.

— Estão falando mal de nós... — sussurrou San.

— Pela reação de vocês, acho que não sabiam que sua capitã estava indo até nossa divisão! — disse Kay, assumindo uma postura séria.

— Quem é esse? Ele quebrou o braço e ainda acha que pode falar assim. Que arrogante! — cochicharam os soldados da Quarta Divisão.

— Silêncio! — ordenou Yumi, irritada.

Os soldados se calaram.

— Pode continuar, Kay — disse Yumi, incentivando-o.

— Kay? Esse cara? — murmuraram, surpresos.

— Todos eles vão nessa missão? — perguntou Kay, olhando para Yumi.

— Não todos. Tenho que manter meu pessoal aqui na muralha para proteger o reino — respondeu Yumi.

Kay se posicionou à frente do exército, observando os recrutas

— Sou o líder do Quinto Esquadrão da Sexta Divisão, sob o comando do Capitão Takemichi. Estou aqui hoje com meu esquadrão para responder ao pedido de auxílio da sua capitã! Todos no meu esquadrão podem ser recrutas, mas lhes asseguro que suas habilidades estão no nível dos veteranos. Então, saibam que qualquer desrespeito a eles será considerado um desrespeito direto a mim. E tenham em mente que fui eu quem os treinou. — Kay lançou um olhar firme aos soldados ao redor.

— Kay! — exclamou Mira, em choque.

— E qualquer desrespeito ao Kay será considerado um desrespeito a mim! — declarou Yumi com firmeza.

Os soldados se entreolharam, surpresos, e se desculparam pela atitude rude.

— Dito isso, estamos aqui para apoiar — continuou Kay. — Seguiremos o plano de sua capitã, mas podem contar conosco para a linha de frente!

— Não podem não! — murmurou Mira, apreensiva.

— Obrigado! — disse Kay, se retirando da frente dos soldados.

— Estes são os soldados da Sexta Divisão. Sejam gentis e os recebam com hospitalidade! — ordenou Yumi.

— Certo! — responderam os soldados em coro.

— Estão dispensados! — finalizou Yumi.

Os soldados se dispersaram, voltando a seus afazeres.

— Por que disse que não poderíamos estar na linha de frente? — perguntou Kay a Mira, levemente confuso.

— Porque... a linha de frente em um reino perdido é um desafio além do que estamos preparados — explicou Mira, olhando ao redor.

Kay observou sua equipe, e viu que alguns também pareciam concordar silenciosamente com Mira.

— Estão liberados. E Tenham fé nas habilidades de vocês! — disse Kay, incentivando a equipe com firmeza.

— Porque... a linha de frente em um reino perdido é um desafio além do que estamos preparados — explicou Mira, olhando ao redor.

Kay observou sua equipe e notou que alguns também pareciam concordar silenciosamente com ela.

— Tenham fé nas habilidades de vocês! — disse Kay, incentivando a equipe com firmeza.

— Me sigam, vou mostrar o alojamento! — disse Nina.

— Podem ir na frente. Tenho que tirar essa coisa do meu braço! — respondeu Kay.

— Eu te levo até a enfermaria — disse Yumi.

— Obrigado! — Kay se virou para Mira. — Eu volto logo.

Mira concordou, e eles se separaram.

— Vamos fazer um raio-X só para garantir. Não é que eu duvide de você! — disse Yumi.

— É desperdício de recursos e tempo. Eu já estou bem! — retrucou Kay.

— Aproveitando que estamos a sós, queria te fazer uma pergunta — disse Yumi.

— Diga — respondeu Kay, curioso.

— O Takemichi nunca teve intenção de recuperar os reinos perdidos. A ideia dele sempre foi focar a defesa no reino habitado. Mesmo se ele mudasse de ideia, levaria dias para recuperar Mineford e envolveria uma operação grande. Foi você, não foi? Você foi lá matar os ghouls! — disse Yumi, encarando-o.

— O que você vai fazer com a resposta? — perguntou Kay, sério.

— Nada. Só não quero ter dúvidas — respondeu Yumi.

— Sim... Eu estava em um momento ruim — admitiu Kay.

— Só por isso foi lá enfrentar os ghouls? Não pensou na sua segurança nem na do povo? — exclamou Yumi.

— Não pensei — disse Kay, firme.

— Não aprovo esse jeito de agir, mesmo sendo você — disse Yumi.

— Naquela época, eu só me importava com a Mira e a Rem. Mas agora é diferente. Tem pessoas que eu preciso proteger — respondeu Kay, mais suave.

— Então, não faça a loucura de enfrentar os ghouls sem cautela — advertiu Yumi.

— Pode deixar! Mas isso aí me pareceu meio pessoal — comentou Kay, rindo.

— Todos cometemos erros, mas aprendemos com eles — disse Yumi.

Kay fez um cafuné na cabeça dela.

— Você está indo bem. Não se cobre tanto, você ainda é jovem! — disse Kay.

— Por que está falando como um sábio? Você é mais novo do que eu! — disse Yumi, rindo.

— É verdade, né? — Kay riu também. — Não dá pra salvar todo mundo. Então, priorize quem pode ser salvo.

Yumi ficou em silêncio, pensativa.

— Eu sei, Kay — respondeu ela.

— Me chama de mestre! — brincou Kay.

— Kay! — disse ela, rolando os olhos.

— Vocês são teimosas! — disse Kay, sorrindo.

— De quem será que puxamos isso? — retrucou Yumi, segurando o braço dele.

— Eu não sei! — disse Kay.

Depois de um momento, Yumi murmurou, com as bochechas coradas:

— Mas... se você quiser, eu posso te chamar de "amor".

— "Amor", hein? — Kay ficou pensativo, imaginando cenários onde Mira o chamava de "amor".

— "Até que isso parece bom..." — disse ele, ainda em seus pensamentos.

Yumi ficou ainda mais corada.

— Capitã, níveis elevados em seus batimentos cardíacos! — avisou uma das cientistas pelo rádio.

— Estragou o clima... — murmurou Yumi, frustrada.

— É aqui? — perguntou Kay, distraído.

— Sim, é a enfermaria! — disse Yumi.

A cena muda.

— Não tem nada de errado com o braço dele! — disse a enfermeira, depois do exame.

— Eu avisei! — disse Kay.

— Então tira o gesso do braço dele! — pediu Yumi.

— Certo! — disse a enfermeira.

Alguns minutos depois, no pátio.

— Me sinto bem melhor! — disse Kay.

— Só não vá irritar a Mira de novo, principalmente quando ela estiver com o traje — disse Yumi, rindo.

— Vou me lembrar disso! — respondeu Kay.

— Quer aquecer antes da missão? — sugeriu Yumi.

— Melhor não — disse Kay.

— Então, me ajuda com uma coisa! — pediu Yumi, com um sorriso de canto.

— Já que todos estão aqui, vou passar o plano de ataque para reconquistarmos a dinastia! — anunciou Yumi, com uma voz firme e determinada.

— Lá vem... — murmurou Ravena, com um leve sorriso, preparando-se mentalmente para o que estava por vir.

No dia da missão.

— Está pronto? — exclamou Yumi, observando seus soldados se alinharem.

— Sim! — respondeu Mira. — Terminei o café e preparei duas garrafas extras, só por garantia.

— Ótimo. Acorde o Kay para partirmos! — ordenou Yumi.

— Certo! — disse Mira, se retirando para chamar o amigo.

Enquanto isso, Yumi se dirigiu aos outros soldados.

— Atenção, já podem ir entrando nos veículos! Aqueles que vão no helicóptero conosco, preparem-se. Veículos já estão posicionados perto de Mineford. Sigam as ordens de seus líderes e voltem vivos para que possamos comemorar juntos! A comida e a bebida serão por conta do reino, então não morram, bando de idiotas! — disse Yumi, com um tom animado e confiante.

Os soldados ergueram as armas em resposta, mostrando sua determinação.

— Que Deus esteja conosco — orou Sarah, com uma expressão séria.

— Amém! — disseram Thais e Viviane, um pouco nervosas.

Alguns recrutas mostravam sinais de apreensão ao pensar no que estava por vir.

— Encontrei ele no caminho! — anunciou Mira, retornando com Kay ao lado.

— Acha mesmo que eu ia ficar dormindo enquanto você aproveita toda a diversão? — disse Kay, tomando um gole do café, com um leve sorriso.

— Kay! — exclamou Yumi, sorrindo para ele.

— Todos que vão usar armas de fogo, equipem seus silenciadores agora! Deixem as armas carregadas e travadas até chegarmos. Ao descer dos veículos, podem destravá-las. — Kay passou as instruções com firmeza.

— O silenciador... quase me esqueci disso! — murmurou Viviane, enquanto rapidamente o encaixava em sua arma.

— Todos já tomaram café? — perguntou Kay, levantando sua xícara.

— Só faltava você! — respondeu Yumi, rindo.

— Se alguém precisar ir ao banheiro, aproveite agora! — disse Kay.

Quando ninguém respondeu, ele se virou e se dirigiu ao helicóptero.

Yumi, Nina e os recrutas seguiram logo atrás. Eles se acomodaram no helicóptero, onde cada um checava seu equipamento.

Kay refletia em silêncio: "Todos armados e vestidos com os trajes... Pela quantidade de soldados, temos chances de recuperar o reino, mas esperar que todos voltem vivos... é pedir demais."

Como se lesse sua expressão, Yumi lhe dirigiu um olhar confiante.

— Não se preocupe, meus soldados são capacitados! O rádio de vocês já está na frequência da nossa divisão. Apenas mudem para a segunda faixa! — disse Yumi.

Os recrutas ajustaram seus rádios.

— Não se contenham. Treinaram comigo para liberar todo o potencial de vocês. Se for necessário, não hesitem em usar seus trajes ao máximo! — disse Kay.

— Certo! — responderam os recrutas, em uníssono.

Logo, os helicópteros e caminhões começaram a partir, iniciando a missão.


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