Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 45: Capítulo 45: Aeroporto



— Ele aceitou, vamos embora! — Yumi disse, interrompendo, enquanto puxava Kay pelo braço.

— Ah, seu desgraçado! Para de aceitar missões sem a minha permissão! — Takemichi gritou para Kay.

— Eu só concordei para conversar com você primeiro. O Yan aqui é testemunha! — Kay defendeu-se, indicando Yan, que apenas acenou com a cabeça, confirmando.

Takemichi estreitou os olhos para Kay. — Olha, ele está ferido e não vai conseguir lutar plenamente. Não vou permitir que vá.

— Isso te incomoda? — Yumi perguntou, olhando diretamente para Kay.

— Não — respondeu Kay, com firmeza.

— Então está decidido! — Yumi respondeu, firme.

Kay suspirou, tentando encontrar um meio-termo. — Olha, não me incomoda, mas o Takemichi tem razão. Com meu estado, meu desempenho será afetado, e isso pode preocupar meus companheiros. Que tal levar o capitão no meu lugar?

Nina considerou a ideia e deu um leve sorriso. — Boa ideia.

Takemichi levantou as mãos em protesto. — Nada disso! Não me arrastem para esses problemas!

— Não serve. Precisamos de alguém que use armas de fogo e trajes específicos para a missão. E que tal isso: levo o Kay e mais alguns soldados? — Yumi sugeriu, sem paciência para mais argumentos.

Takemichi suspirou, exasperado. — Outras divisões seriam mais apropriadas para isso.

Yumi balançou a cabeça. — A primeira divisão não se envolve em assuntos externos aos reinos aliados, e eu não quero outra divisão. Vou levar o Kay.

— Deixe essa missão para meu esquadrão. Eles são capazes de concluí-la — Kay insistiu.

— Seu esquadrão? — Yumi perguntou, surpresa.

— Não vão — Takemichi rebateu, decidido.

Yumi lançou um olhar impaciente para ele. — Não adianta ficar me olhando assim — ele disse, impassível.

— Não vai ajudar sua amiga? — ela pressionou.

Takemichi suspirou, mas ainda assim manteve seu argumento. — Não é essa a questão. Foi tudo de última hora, deveria ter avisado antes.

Yumi suspirou, cedendo um pouco. — Certo, faremos a missão daqui a dois dias. Só vim buscar o esquadrão para conhecer minha equipe antes de partirmos.

Takemichi assentiu, mas fez uma exigência final. — Independente do que aconteça, os detalhes dessa missão ficam apenas entre nossas divisões. Consegue prometer isso?

Yumi sorriu. — Só isso? Prometido.

Takemichi voltou-se para Kay, com um tom sério. — Kay, seu esquadrão vai assumir essa missão. Se alguém deles morrer, você será responsabilizado, entendeu?

Kay assentiu. — Sim.

Yumi sorriu. — Vou cuidar bem do seu pessoal.

Takemichi olhou para o helicóptero. — Cabe mais quinze pessoas aí?

Yumi riu. — Quinze? O nosso comporta até trinta, sem os equipamentos.

Takemichi soltou uma risada irônica. — Muito humilde da sua parte. Pode levar o esquadrão dele.

Ao se afastarem, Yumi notou a postura determinada de Kay e perguntou casualmente: — Virou líder, foi?

— Sim, tem poucos dias — Kay respondeu, sorrindo.

— Impressionante. E como se machucou? — Yumi perguntou, levantando uma sobrancelha.

— Fui descuidado na defesa, mas vou ficar bem — disse Kay.

Ela o olhou intrigada. — Foi pego de surpresa?

Kay riu. — Surpresa para mim também.

Nina, a vice-capitã, observava, intrigada. Esse cara não é nada comum, pensou.

Kay pegou o rádio e anunciou para sua divisão: — Atenção, Quinta Divisão. Após o café, venham até o pátio.

Yumi olhou para ele, surpresa. — Só quinze na sua divisão?

Kay respondeu, com convicção: — São todos extremamente capacitados. Vão concluir a missão.

Ela o encarou por um momento, avaliando sua confiança. — Dois dias, então. Além dos trajes e armas, levem coisas pessoais para a estadia.

— Vou preparar minhas coisas. Quando eles chegarem, avise. Disse kay, se retirando

Yumi se preparava para se retirar, mas foi impedida por Nina, que a segurou pelo braço.

— Você vai esperar aqui também! — disse Nina, firme.

— Eu quero ir com ele! — Yumi respondeu, se debatendo para se soltar.

Kay riu e, com um olhar tranquilizador, disse:

— Eu já volto. Espera aqui! — e começou a se afastar.

Yumi relutou, mas ficou quieta, enquanto Nina a observava atentamente.

A cena mudou e logo todos da Quinta Divisão estavam dentro do helicóptero, prontos para a missão.

— Eles estão te encarando, Kay! — comentou Yumi, notando os olhares curiosos dos membros da divisão.

— Por que será? — Kay respondeu com um sorriso irônico.

— Solta ele, Yumi! — gritou Mira, de trás.

— Solta você! — Yumi retrucou.

— Fiquem quietas aí atrás! — disse Nina, já irritada com a discussão.

Nesse momento, outro helicóptero se aproximava da base.

— Kay, sua encomenda chegou! — disse Fernanda pelo rádio.

— Era hoje? Tinha me esquecido! — respondeu Kay, surpreso.

O helicóptero do instituto pousou no pátio, e Kay pediu ajuda a Kratos.

— Kratos, me dá uma mão aqui! — Kay chamou.

— Claro! — respondeu Kratos, descendo junto com ele até o helicóptero.

O piloto abriu a porta e entregou a Kay uma caixa de madeira. Kay agradeceu e Kratos a pegou com facilidade.

— Não está pesado? — perguntou Kay, surpreso com a facilidade de Kratos.

— Para ser sincero, só tem o peso da caixa. Tem mesmo alguma coisa aqui dentro? — respondeu Kratos, intrigado.

— Sim! Leva lá para dentro — disse Kay.

Eles retornaram aos seus lugares, e Kay deu a ordem:

— Podemos ir!

Nina fechou a porta e o piloto ligou o helicóptero, pronto para a decolagem.

— O que é isso aí? — perguntou Mira, curiosa.

— São máscaras para implementar ao traje! — respondeu Kay, abrindo a caixa.

— Máscaras? — exclamaram Mira e Yumi, ambas surpresas.

Kay mexeu no conteúdo da caixa, revelando que estava cheia de papéis picotados como proteção. Ele removeu um pouco e puxou a primeira máscara, que tinha a letra "K" na bochecha.

— Máscara escura, com detalhes dourados e uma letra! A Fernanda sabe o que faz! — disse Kay, colocando a máscara no rosto. — O buraco dos olhos é grande o suficiente para não atrapalhar a visão, dá para respirar normalmente, e há pequenos furos para a voz sair menos abafada! Dá até para ajustar o aperto na cabeça. Gostei! Não sei se todas têm iniciais, mas vão pegando aí!

Os recrutas ficaram olhando confusos para ele.

— Não acredito que está desperdiçando recursos nisso! — disse Nina, irritada.

Kay ficou pensativo, olhando para a caixa de máscaras.

"Eu quero que as crianças... as pessoas tenham a visão dos soldados sorrindo, mesmo em condições desfavoráveis", pensou ele, antes de falar em voz alta. — A máscara vai esconder a expressão de dor dos soldados. Quero que eles saibam que podem confiar no exército para protegê-los! Então, quando forem mostrar seus rostos, não mostrem uma expressão de sofrimento ou de pavor. Apenas sorriam, mesmo que doa! — Kay retirou a máscara e sorriu, forçando uma expressão positiva.

— Isso pareceu meio pessoal! — comentou Yumi, desconfiada.

— Vai saber... Só pareceu meio maneiro andar por aí matando ghouls usando essa máscara! — Kay respondeu, colocando novamente a máscara.

Mira pegou a caixa e começou a distribuir as máscaras, cada uma com a inicial do nome da pessoa.

— Vocês dois têm a mesma inicial, então troquem com base no formato da máscara! — disse Mira, entregando as máscaras para San e Slayer.

San e Slayer olharam as duas máscaras e, após uma rápida troca de olhares, chegaram a um consenso e trocaram as máscaras.

— Vocês não são obrigados a usar as máscaras, especialmente em áreas sem civis! — Kay falou, observando a situação.

— Eu também quero uma! — disse Yumi, ansiosa.

— Tem que pedir para fazer uma para você! — respondeu Kay.

— Tá bom, mas agora tira essa máscara! — Yumi exigiu, cruzando os braços.

Kay tirou a máscara, como solicitado.

— Ei, Yumi... Você sabe que estou namorando a Mira, né? Se ficar muito grudada em mim, ela vai ficar com raiva! — Kay sussurrou, tentando desviar da situação.

— Jovens... — Yumi murmurou, visivelmente frustrada.

— Se afasta dele, Yumi! — disse Mira, irritada.

— Não quero, se afasta você! — Yumi retrucou, firme.

— Cadê o lado profissional de vocês? — Kay exclamou, revirando os olhos.

— E a culpa é de quem? — Mira e Yumi responderam ao mesmo tempo, como se tivessem ensaiado.

Kay ficou em silêncio, apenas aceitando a situação sem reclamar.

— Diga alguma coisa! — insistiram as duas, em uníssono.

— O que eu falo? Vou sair como errado de qualquer jeito, então me deixem quieto aqui, só tirando um sono! — Kay respondeu, se deitando.

"Mas que droga, estamos sendo obrigados a ver isso?" pensaram todos os recrutas no helicóptero.

— Ei, Mira, eu acabei de me dar conta de uma coisa! — Kay disse, mudando de assunto repentinamente.

— O quê? — Mira perguntou, confusa.

— Não pegamos café na base! — Kay respondeu com um sorriso, tentando aliviar a tensão.

"Ele está mudando de assunto?" pensou Nina, observando a cena com atenção.

— Eu peguei! Dá para passar uma semana com o que eu trouxe! — Mira respondeu, animada, mostrando uma garrafinha de café.

"Mas só vamos ficar dois dias!" pensaram os recrutas, trocando olhares de confusão.

— Mandou bem! — Kay elogiou, sorrindo.

Mira sorriu de volta, satisfeita com a reação de Kay.

— O mundo foi reduzido a seis países. A distância entre eles não é tão grande, mas como estamos indo da sexta para a quarta divisão, vai levar um bom tempo. Então, para encurtar o tempo de voo, vamos mudar para um avião militar que está nos aguardando. Com isso, vamos levar apenas cinco horas até nosso país. Olha que coisa boa! — explicou Yumi, animada com a solução.

— Cinco... me acordem quando chegarmos lá! — Kay respondeu, já começando a se acomodar para dormir.

— É cinco de ida e cinco de volta para te ver, e você me trata com frieza, sem coração! — Yumi respondeu, com um sorriso travesso.

— Realmente, esse mundo está precisando de uma mudança... — Kay murmurou, pensativo.

— Do que está falando? — Yumi perguntou, estranhando.

Kay deitou a cabeça de Mira em seu ombro e, com um gesto fluido, fez o mesmo com Yumi, colocando a cabeça dela no outro ombro.

— Tenho a incrível capacidade de permanecer imóvel enquanto durmo, então, apenas relaxem vocês duas e vão dormir! — disse Kay, fechando os olhos e se ajeitando no banco.

— Mas eu não estou com sono! — Mira protestou, envergonhada.

— Eu também não! — Yumi disse, também um pouco envergonhada.

— Então apenas relaxem! — Kay insistiu, colocando a máscara no rosto novamente, sinalizando que não queria mais conversar.

— Tudo bem, mas é melhor você dormir depois que estivermos dentro do avião! — Yumi finalmente cedeu, sabendo que seria difícil convencer Kay de outra forma.

O helicóptero finalmente posou em um aeroporto fora das muralhas, eles trocaram de veiculos.

— Ah, lembro de terem mencionado a existência de aeroportos fora das muralhas... — murmurou Kay, com um ar de curiosidade, observando o local.

— Sim, aqui é uma zona de transição. As armas ao redor do aeroporto são todas controladas à distância, então podemos dizer que a defesa é automática, mas claro, não é totalmente garantida. — explicou Yumi. — Como não há ninguém vivendo por aqui, os ghouls raramente atacam esses locais, então conseguimos usar esses aeroportos para fazer trocas de veículos com segurança.

Nina acrescentou, com uma expressão séria:

— Cada país tem um aeroporto fora das muralhas, para emergências e manobras do exército. Por exemplo, aquele avião ali e aqueles helicopteros é da sexta divisão. Eles estão aqui para ser usado em casos de emergência que exijam respostas rápidas em outros países. Esses aeroportos funcionam como pontos estratégicos, permitindo abastecimento e manutenção dos veículos. Então, qualquer viagem entre países envolve, obrigatoriamente, uma parada em um desses aeroportos.

— Interessante, e esse que estamos agora? — exclamou Kay, olhando para o avião.

— Também é da sexta divisão! — respondeu Nina.

— O capitão não sabia quantas pessoas poderiam vir aqui. Por que? — Kay perguntou, curioso.

— É porque ele não costuma ir para outros países. Ele só usa os aviões da base de vocês! — explicou Yumi.

Kay refletiu por um momento.

— Entendo. Então, no caso de um ataque, os outros países pedem ajuda para as outras divisões. Estar em último lugar dá uma desconfiança! Faz sentido! — disse Kay, assimilando a explicação.

O avião foi para pista de decolagem. Yumi fez uma expressão séria.

— Não estou querendo julgar o Takemichi, mas o maior índice de mortes no exército é da divisão dele. Então, olhando por esse lado, nosso país prefere pedir ajuda de outros mais capacitados! — Yumi comentou, com um tom de crítica, sem deixar de ser objetiva.

Mira ficou visivelmente triste com a fala de Yumi. Kay percebeu e segurou sua mão, tentando consolar ela.

— Se é isso que as pessoas pensam de nós, então é melhor repensarem a partir de hoje! — Kay disse com firmeza, olhando para os outros ao redor. Sua expressão era séria, mas cheia de determinação.

— Eu sei que ser do último esquadrão sempre foi visto como uma desonra, mas o capitão e os outros sempre me trataram com respeito. Eles acreditam em mim, e eu acredito neles. Vamos completar essa missão, custe o que custar! — disse Ravena, com a voz firme e os olhos brilhando de determinação.

— Que bonitinha! — disse Yumi, sorrindo.

— Verdade! — concordaram Kay e Mira, ainda sorrindo.

Ravena olhou para eles, confusa.

— O que? — exclamou, surpresa.

Yumi riu e explicou:

— Achei que você fosse do tipo "quando eu tiver a oportunidade, vou dar no pé pra primeira divisão!" Era isso que eu pensava!

— Sério? — Mira perguntou, um pouco surpresa.

Kay deu de ombros, ainda com um sorriso no rosto.

— Levando em conta a maneira como a Ravena se porta e pelas habilidades dela, faz sentido vocês pensarem assim, já que não convivem tanto com ela.

Ravena ficou pensativa, franzindo a testa.

"Maneira que me porto? Por que ele disse isso?" — pensou, confusa e um pouco desconfortável com a observação.

Yumi então falou com um tom mais sério, mudando de assunto:

— De toda forma, praticamente todos vocês aqui chamaram a atenção dos capitães das outras divisões no recrutamento. Se continuarem mostrando seu valor, um dia poderão mudar de divisão ou até fazer a sexta divisão subir no placar!

Kay estava sentado, já com os olhos fechados, tentando descansar.

Slayer, curioso, perguntou:

— Mas o que muda se uma divisão subir no placar?

Yumi, sempre franca, respondeu:

— Sinceramente, nada. Para ser sincera, só piora. Quando outras divisões estão com problemas, elas vão pedir ajuda para vocês, pois passarão a vê-los de outra forma.

— Nenhum benefício? — perguntou Slayer, desconfiado.

Yumi assentiu, com um sorriso irônico.

— Quando estiverem no recrutamento, mais pessoas talentosas vão querer entrar na sua divisão.

Nina, que havia estado quieta até então, completou:

— E futuramente, com mais recrutas, vocês poderão conquistar mais reinos perdidos no seu país. Com isso, o país de vocês vai se desenvolver ainda mais e a ameaça de ghouls também vão!

— Como são recrutas, deixa eu explicar: títulos, reconhecimento, promoções... só dão mais trabalho! Claro que é bom ver as pessoas confiando em nós, mas, na prática, só traz mais responsabilidade e pressão! — disse Yumi

— Não é um pouco contraditório isso, Yumi? — perguntou Mira, pensativa.

— Às vezes, acho que preferia continuar sem o peso de ser reconhecida. Menos responsabilidades, mais liberdade. — respondeu Yumi, rindo sem humor.

— Não é só sobre o que você ganha, é sobre o que você perde também. disse kratos

— Exato!, Você perde sua liberdade, você perde a privacidade, perde a possibilidade de tomar decisões pequenas para si mesma, porque agora você tem que responder por cada movimento. — respondeu Yumi.

— E você, Kay, o que quer? — Ravena perguntou

— Ele está dormindo! — disse mira

— Eu quero matar todos os ghouls! Acho que é isso que ele iria responder! — disse Yumi, com um sorriso impaciente.

— Tem razão, ele também diria que iria proteger as pessoas no processo! — acrescentou Mira, com um olhar pensativo.

— Em questões de habilidade, eu reconheço o Kay como superior, mas em todo o resto ele é horrível! — disse Ravena, com um suspiro de frustração.

— Tem só uma coisa que o Kay diz que você pode ter certeza de que ele não vai quebrar! — falou Mira, com um tom de convicção.

— Que seria? — exclamou Ravena, confusa.

— Quando ele promete! — Mira respondeu, com um brilho nos olhos. — Se ele prometer ser um bom líder, ele vai ser. Agora, quanto à questão de seguir as ordens do meu pai e levar o exército a sério... Ele não prometeu, mas, já que ele disse tudo com tanta convicção, eu vou acreditar. Porém, é bem possível que ele mude de ideia no futuro.

"Eu ainda não tenho certeza se ele é o líder que o exército precisa, mas talvez ele me surpreenda." — pensou Mira, refletindo em silêncio sobre as palavras de Kay.

A viagem prosseguia tranquila.


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