Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 43: Capítulo 43: Fratura!



O céu escurecia enquanto a missão continuava, e ao cair da noite, o ruído dos helicópteros se aproximava da base. Quando os veículos pousaram, Takemichi foi o primeiro a desembarcar, com passos decididos e rápidos em direção aos portões.

Ao redor, as paredes da base estavam fortemente iluminadas pelos holofotes de segurança, lançando sombras longas no terreno ao redor e criando uma atmosfera intensa e vigilante. Os refletores estrategicamente posicionados iluminavam cada canto do perímetro, garantindo que nada passasse despercebido.

— Capitão! — disseram os cientistas, batendo continência.

— Quero um relatório! — ordenou Takemichi.

— Todos os recrutas conseguiram dominar a nova forma. Dentre eles, a Lena foi a única que conseguiu voar! — informou Fernanda.

— Então ela pode mesmo... Quem é que está lutando agora? — exclamou Takemichi, intrigado.

— A última é sua filha, mas ela já dominou o traje, Capitão — respondeu Fernanda, voltando o olhar para a tela do monitor.

— Então por que estão lutando? — questionou ele, observando a tela.

— É que o ghoul da sua filha é mais brutal. Ela está tentando controlar a força dos tentáculos! — explicou Fernanda.

— Só mais um pouco! — orientou Kay a Mira, do campo de treino. — Isso é uma extensão do seu corpo. Imagine que está segurando um ovo e aplique força suficiente para não quebrá-lo!

— Não é a melhor comparação para essa situação — retrucou Mira, enquanto um dos tentáculos se projetava em direção ao chão.

— Tem razão, Mira. Tente parar o ataque antes de acertar o chão. Consegue fazer isso? — incentivou Kay.

— Sim! — respondeu Mira, determinada.

O tentáculo de Mira desceu em direção ao solo, mas parou antes de tocá-lo.

— Isso! Agora repita várias vezes e vá aumentando a velocidade gradualmente! — instruiu Kay.

— Vou tentar! — disse Mira.

Um dos tentáculos a erguia, enquanto os outros três atacavam o chão e paravam antes de atingi-lo. Ela repetiu o movimento várias vezes, aumentando a velocidade a cada execução, até que o ar ao redor começou a ser afetado pela força dos golpes.

— Já chega! — ordenou Kay.

Mira interrompeu os ataques, e, em poucos segundos, o ar voltou ao normal.

— Mira, pega! — disse Kay, jogando uma laranja para o alto.

Um dos tentáculos de Mira a segurou, e ela a devolveu para Kay.

— Por que fez isso? — perguntou Mira, se aproximando dele.

— Está intacta! Seu treino acabou! — declarou Kay.

Os tentáculos de Mira se retraíram, e o traje voltou ao normal.

— Consegui! Eu consegui! — disse Mira, abraçando Kay.

Ele retribuiu o abraço.

— Parabéns! — disse Kay, sorrindo.

— E minha recompensa? — perguntou Mira, olhando-o com um brilho de expectativa.

Kay a beijou, e ela sorriu.

— E a minha? — provocou ele.

— Não ia dar na mesma? — questionou ela, rindo.

— É diferente! — insistiu Kay.

Mira o beijou novamente.

— Falei que era diferente! — disse Kay, corando.

Nesse instante, Mira o empurrou para o lado, e o punho de Takemichi passou por eles, quase acertando Kay.

— Pare de atrapalhar nossos momentos! — reclamou Kay, irritado.

— Seu maldito! O que pensa que está fazendo com a minha filha na frente de todo mundo?! — gritou Takemichi, furioso.

— Foi eu que pedi, pai! Era para me motivar! — explicou Mira, tentando conter o riso e o constrangimento.

— Você está manchando a pureza da minha filha, seu verme maldito! Eu vou te matar! — disse Takemichi, avançando ameaçadoramente.

— É uma boa hora, Mira já terminou o treino. Agora é sua vez, capitão! — provocou Kay, levantando-se do chão.

— Não provoca ele, Kay! — alertou Mira, aflita.

— Está querendo morrer, pirralho? — rosnou Takemichi.

— Não é isso! Como a compatibilidade dos capitães é maior do que a dos soldados, o ghoul vai sair fácil, só será mais difícil controlar, já que o senhor ainda não fez a meditação! — explicou Kay, sorrindo nervosamente.

— Você nem percebeu ele chegando, se lutar agora você vai se machucar! — alertou Mira.

— Eu acho que ainda tem café com eles... Vou tomar um pouco e já volto! Vem comigo, Mira! — disse Kay, se afastando.

— Mas... — disse Mira, preocupada.

— Vamos só treinar, pode ir! — Takemichi respondeu, lançando a Kay um olhar que prometia tudo menos treino amistoso.

"Ele está mentindo com certeza!" pensou Mira, preocupada enquanto seguia Kay.

— Só estou com sono, e aquele soco me feriria, mas não mataria. Seu pai não é tolo de matar um soldado; vai ser só um treino! — disse Kay, tentando tranquilizá-la.

— Volte inteiro, vocês dois! — respondeu Mira.

— Sem nenhum arranhão! — garantiu Kay, sorrindo.

— Que beijão vocês deram, hein? A câmera capturou tudo! — disse Fernanda, rindo.

— A câmera! Eu me esqueci disso! — exclamou Kay, surpreso.

— Ah, não, apaga isso! — pediu Mira, envergonhada.

— Vamos remover depois. Vamos usar a gravação como fonte de estudo, então isso não vai sair da base! — respondeu Fernanda.

— Não! Dependendo do resultado do Takemichi, pode ser vantajoso que os outros esquadrões também tenham acesso a isso! — comentou Kay, servindo-se de uma xícara de café frio.

— Concordo, mas é uma coisa difícil de explicar... Você ficaria muito ocupado! — observou Fernanda.

— Joga isso nas costas do capitão e dos outros líderes. Eu tenho meu próprio treino para superar! — respondeu Kay, tomando o café. — Está frio!

— Que treino? Você já tem controle sobre seu ghoul! — disse Mira.

— Ele é um dos especiais que têm a capacidade de voar, mas ainda está sem partes do corpo. Absorvendo mais ghouls, ele será capaz de voar! — explicou Kay.

— Por que as coisas legais ficam sempre com você? — exclamou Fernanda.

— Sei lá. Vou ajudar o capitão — respondeu Kay, saindo.

— Ele vai ficar bem? — perguntou Fernanda, preocupada.

— Ele prometeu, não se preocupe! — disse Mira.

Kay retornou ao encontro do capitão.

— Pensei que fosse fugir! — provocou Takemichi.

— Eu não me importo com quem é o mais forte. O importante é limpar esse mundo dos ghouls. E já disse: se é preciso cooperar, eu vou cooperar! — respondeu Kay.

— Não é isso que estou falando! — disse Takemichi, irritado.

Kay liberou sua intenção assassina.

— De toda forma, agora eu vou te matar! — disse Kay, desafiador.

O capitão permaneceu parado, encarando-o. Seus tentáculos surgiram.

— O que você disse, pirralho? — exclamou Takemichi.

— Impressionante. Esse treino não vai ser mais necessário. Faça o primeiro, e, se conseguir, terá o controle do ghoul! — explicou Kay.

— Não vai lutar comigo? — perguntou Takemichi.

— Seu ghoul é medroso; ele já sabe que você é mais forte e decidiu seguir sua ordem. Asas não foram feitas para lutar, então te enfrentar aqui seria um desperdício de energia! — disse Kay.

— E como controlo isso? — perguntou Takemichi.

— Intenção. Se quer voar, apenas voe. Se quer ficar no lugar, apenas fique. O ghoul respondeu à minha intenção de matar. Na próxima vez, você terá que fazer as asas aparecerem sozinho. Então entre em consenso com seu ghoul; usando o primeiro treino! — instruiu Kay.

Kay se retirou. As asas de Takemichi se retraíram, e o traje voltou ao normal.

"Asas... até que isso pode ser útil!" pensou Takemichi.

Kay se aproximou de Mira.

— Eu voltei sem nenhum arranhão! — disse Kay.

— Acabou? — exclamou Mira.

— Talvez seja o tempo que ele já usa o traje; ele não precisa forçar uma conexão agora, basta fazer o ghoul entender. Se ele meditar, ele consegue! — explicou Kay.

— Só isso! Impressionante como sempre, capitão! — disse Fernanda.

— Achei que fosse algo mais complicado — comentou Takemichi.

Nesse momento, Kay recebeu uma ligação.

— Estamos indo na frente! — disse Kay, segurando a mão de Mira.

— Com licença! — disse Mira, saindo com ele.

Kay atendeu a chamada.

— Oi, Emilia! — disse ele.

— Oi, irmão! Como foi seu dia? — perguntou Emilia, rindo.

— Ainda me chama de irmão? Você estava pensando no festival?! — disse Kay.

— Sim! Eu não consigo tirar isso da cabeça; me diverti muito! — respondeu Emilia, alegre.

— Eu também me diverti! Devíamos sair mais vezes! — disse Kay.

— Falando nisso, irmão, a família real vai visitar Mineford semana que vem. Isso vai dar tempo para adiantar o trabalho de vocês! Eu acho que vou também, aí podemos nos encontrar lá! — disse Emilia.

— Que bonitinha! — sussurrou Mira para Kay.

— Tem alguém aí? — exclamou Emilia.

— Sim, é a Mira! Eu te falei dela! — disse Kay.

— Sua namorada? Nós nos vimos na cerimônia de premiação, mas não chegamos a conversar. Eu sou a princesa Emilia, mas pode me chamar só de Emilia! — disse ela.

— Falou sobre mim para ela? — exclamou Mira.

— Quando estávamos conversando no castelo, antes do festival! Ela queria te conhecer! — explicou Kay.

— É verdade! Tentei falar com você lá, mas você já estava conversando com meu irmão no jardim, então perdi a oportunidade! — disse Emilia.

— Ela está se referindo ao príncipe! — acrescentou Kay.

— Eu sei, já entendi! — disse Mira. — Como o Kay falou, sou Mira, a namorada dele. O Kay me fala muito de você, e eu também quero te conhecer pessoalmente. Quem sabe não viramos amigas? — disse Mira.

— Sim! Vou com minha família na semana que vem. Podemos conversar lá; tenho tanta coisa para te perguntar! — respondeu Emilia, empolgada.

— Eu também gostaria! — disse Mira, sorrindo.

"Tem hostilidade nessas palavras dela... será que está com ciúmes?" pensou Kay.

— O que foi? — perguntou Mira.

— Não é nada. Hoje foi um dia puxado... Podemos conversar amanhã, Emy? — perguntou Kay.

"Emy?" pensou Mira.

— Claro, irmão. Boa noite! Estou muito feliz em conhecer você, Mira. Boa noite! — disse Emilia.

— Boa noite! — responderam ambos.

— Eu também, Emilia! — disse Mira.

— Até amanhã! — despediu-se Emilia.

— Até! — disseram Kay e Mira.

Emilia desligou.

— Ei, Mira, por acaso você... — começou Kay.

— Nem termina o que ia falar! — interrompeu Mira.

— Ela é só uma criança — disse Kay.

— E como você a vê, Kay? — perguntou Mira.

— Via como amiga, depois como discípula, mas agora ela está me chamando de irmão. Sempre quis ter uma irmãzinha... então, talvez não seja tão ruim assim! — disse Kay.

— Capitão, elevações anormais nos batimentos da sua filha! — informou um dos cientistas.

— Aquele maldito... Fez alguma coisa? — exclamou Takemichi, observando-os de longe.

— Irmãzinha, é? — disse Mira.

— De toda forma, é melhor voltarmos logo para descansar! — sugeriu Kay.

"O cheiro do traje dela está ficando mais intenso... melhor mudar de assunto!" pensou Kay, preocupado.

— E o apelido dela, de onde vem? — perguntou Mira.

— Emy?... — começou Kay.

Mira o socou, lançando Kay para o alto.

— Idiota! — disse Mira, retornando para a base.

— Que soco! Essa é minha filha! — comentou Takemichi, orgulhoso.

— O nível do traje dela... — pensou Fernanda, surpresa.

Kay caiu perto deles.

— Se eu não tivesse colocado o braço, com certeza teria quebrado alguns ossos! — disse Kay, protegendo a garrafa de café que carregava.

— Deixou ela irritada a esse ponto? O que você disse? — exclamou Fernanda.

— Por um instante, ela me lembrou a Rem — disse Kay, se levantando.

— É filha dela, afinal! — respondeu Fernanda.

— A força nas mãos dela foi a mesma que senti nos tentáculos. A Mira é um gênio! — disse Kay, impressionado.

— Bem como pensei, é a porcentagem dela quando estava usando os tentáculos — disse Fernanda.

— O nível não abaixou! — informou um dos cientistas.

— Isso é bom, não é? — perguntou Fernanda.

— Sim, mas é melhor alimentar bem o traje dela! — recomendou Kay.

— Mira, vá até minha sala! — disse Fernanda pelo rádio.

— Entendido! — respondeu Mira pelo radio.

— Estou voltando para a base! — disse Kay.

— Ei, espera aí! Seu braço está meio torto! — comentou Fernanda, preocupada.

— É verdade, deve ter deslocado. — Kay respondeu.

— Não está doendo? — exclamou Fernanda.

— Já me machuquei bem mais que isso. Não é nada! — disse Kay, tentando minimizar a situação.

— Eu vou levá-lo para a enfermaria, vamos verificar isso. Guardem as coisas! — disse Fernanda, puxando Kay pelo braço.

— É só colocar o osso de volta no lugar. — Kay murmurou.

— Vamos avaliar e sem reclamações! — ordenou Fernanda.

A cena muda para a enfermaria.

— Ele sofreu uma fratura no osso; vai levar alguns dias para se curar. — informou a enfermeira.

— Por que enfaixou meu braço? Machucar assim faz parte do treino. — reclamou Kay.

— Treino para quem? De qualquer forma, você não pode treinar por alguns dias. Descanse! — disse a enfermeira.

— Vou avisar o capitão. E, se você tentar se esforçar, vamos ter que te prender para ficar imóvel. Nada de gracinhas! — avisou Fernanda, incisiva.

— Já entendi! Muito obrigado, enfermeira! Desculpe pelo trabalho. — disse Kay.

— Não foi nada. Tente não movimentar o braço, ou não vai se curar. — respondeu a enfermeira.

— Certo, com licença. — disse Kay, saindo da sala.

Após um banho, Kay retornou para o quarto.

— Como posso dizer... eu não esperava isso. — disse Kratos, surpreso.

— Dias de luta e dias de glória! Deve voltar ao normal em dois dias, mas o pessoal aqui é preocupado demais. — disse Kay, deitando-se.

— Não, cara, isso leva um mês ou mais para cicatrizar! — comentou Sky.

— Foi no treino com a Mira? Disseram no rádio que levaria tempo. — perguntou Slayer.

— Mira tem talento, é capaz de superar até a Rem. — disse Kay, relaxando.

— A mãe dela? Ela é tão impressionante assim? — exclamou Slayer.

— Só consegui vencer dela uma vez. — Kay comentou.

— Ela é a esposa do capitão e uma soldada renomada, não é pouca coisa mesmo! — disse Sky.

— Eu preciso dormir, boa noite! — disse Kay, deitando-se na cama.

— Não vai jantar? — perguntou Kratos.

— Já lanchei enquanto a Mira treinava, não precisa se preocupar! — respondeu Kay.

— Boa noite! — disse Kratos.

— A Rem me testava lutando. Eram poucas vezes, mas sempre que ela me enfrentava, eu saía com alguns ossos quebrados! A Mira tem os genes dela... tenho certeza de que ela vai ser incrível! — pensou Kay, caindo no sono.

— Ele dorme rápido demais! — comentou Sky.

— E demora muito para acordar. Como soldado, ele é incrível, mas como humano, ele é horrível! — disse Slayer.

— Alguém que vive para matar ghouls só vai gastar esforço nisso. O soldado que me treinou dizia que devemos gastar energia quando necessário, pois nunca se sabe quando vai precisar! — disse Kratos.

A cena muda para a manhã seguinte.


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