Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 41: Capítulo 41: Começa o treino!



No refeitório, meia hora depois.

— Às vezes, eu acho que esse cara está morto! — comentou Slayer.

— Vira essa boca pra lá! — retrucou Thais.

— Ele está jogado em qualquer canto. Não é difícil imaginar o pior! — continuou Slayer.

— Dormindo na mesa do refeitório... é um inútil mesmo! — disse Fiona.

Mira observava de longe, pensando: Imaginei que tinha algo errado... você não acordou cedo porque não dormiu de novo!

— Acorda ele antes que eu tenha que acordar! — ordenou Takemichi.

— Não adianta, ele já levou tiros de borracha e não acordou — disse Yan.

— Ele vai acordar agora — afirmou Mira, com um sorriso misterioso.

O primeiro soldado a se servir um café na janela do refeitório pegou um copo quente.

— É questão de segundos agora! — murmurou Mira.

— Entendi! — disse San.

Kay, ainda sonolento, se levantou e seguiu o cheiro do café.

— Só espero que não dê briga... — disse Mira.

— O que foi? — exclamou o soldado, surpreso ao ver Kay à sua frente.

— Me desculpa, quase peguei seu café! — respondeu Kay, despertando de vez e se retirando para entrar na fila.

Mira sorriu, orgulhosa.

— É o mínimo, né? — comentou Ravena.

— Ele nem precisa pegar fila, já separei a garrafa dele — disse Mira.

— Para de mimar ele! Vai criar mais hábitos ruins! — reclamou Joana.

— Preciso separar, senão terei que fazer café novamente mais tarde! — respondeu Mira.

— Ele tá vindo pra cá! — avisou San.

— Desistiu de ficar na fila, que folgado! — comentou Fiona.

— Se ela já separou, não preciso ficar na fila — disse Kay, aproximando-se.

— Você precisa seguir os mesmos procedimentos dos outros! — afirmou Joana.

— Jamais! Aquela fila demora muito. Eu vou indo na frente pra me preparar. Não precisam levar suas armas; só vistam os trajes e venham para a área de treino depois do café! — declarou Kay.

— Aqui! — disse Mira, entregando a garrafa.

— Obrigado! — agradeceu Kay, sorrindo. — Vou esperar vocês lá. Comam bem e sem pressa!

— Não vai comer nada? — exclamou Kratos.

— Depois do treino. Se eu comer agora, depois não consigo comer de novo! — explicou Kay.

— Isso é verdade? — perguntou Joana.

— Sim. Quando ele come, tem que esperar um tempo antes de conseguir comer de novo, mesmo que a barriga ronque — explicou Mira. — Por isso, ele precisa de uma garrafa.

— Que garoto esquisito! — disse Lena.

— Vou levar isso como elogio. Estou indo na frente! Aliás, capitão, pensando bem, se fizermos o treino na sala, podemos acabar destruindo o prédio. Permita-me treinar com eles do lado de fora.

— Desde que não machuque meus soldados nem destrua nada, tem permissão! — respondeu Takemichi.

— Obrigado! — disse Kay antes de sair. — Se virem que o treino é perigoso, dou autoridade para recusarem!

— Certo! — afirmaram os recrutas, entrando na fila.

Sky se virou para Mira:

— Ei, Mira, seja sincera. Qual a chance disso dar errado?

— O quê? — perguntou Mira, distraída.

— Esse treino! — disse Sky.

— Eu diria que é alta. O Kay não segue métodos comuns. E como ele disse para comermos bem e sem pressa, ou vamos treinar até nos desgastarmos, ou será longo e intenso! — respondeu Mira.

— Não quero mais! — disse Dan, com receio.

— Ele sabe o que faz. Tenho quase certeza de que ficaremos bem — disse Mira, tentando acalmar os demais.

— Ou seja, você não confia completamente — comentou Fiona.

— Às vezes, ele é uma surpresa até para mim! — admitiu Mira.

Em uma das mesas do refeitório...

— Não vi a equipe da Fernanda nem ela. Será que já estão com o Kay? — perguntou Yan.

— Também quero esse treino! Me libera, capitão! — disse Lena.

— Vai! — respondeu Takemichi.

— Ah, você é malvado... posso ir mesmo? — perguntou Lena.

— Tê-la aqui me deixa mais seguro. Não confio totalmente naquele garoto — disse Takemichi.

— E meu esquadrão? — perguntou Lena.

— Fica sob meu comando! — respondeu Takemichi.

— Vou ficar de olho neles enquanto estão fora — prometeu Lena.

— Só não deixe que eles se machuquem! — disse Takemichi, um pouco preocupado.

— Certo! — respondeu Lena, sorridente.

— Isso tudo pra fugir do trabalho! — comentou Joana.

— Você não vê além! Se eu dominar o traje, ficarei mais forte que você! — respondeu Lena, provocando.

— Vai sonhando! — retrucou Joana.

Do lado de fora da base...

A equipe de ciências montava mesas e equipamentos de monitoramento.

— Vamos gravar esse treino e avaliar as mudanças nos trajes e batimentos dos soldados. Só não entendo por que estamos tão longe da base! — disse Fernanda.

— É pra evitar quebrar qualquer coisa. Vocês podem ficar perto, mas insistiram em me seguir — respondeu Kay.

— Como vamos gravar se estivermos tão longe?! — questionou Fernanda.

— Vou me afastar mais pra não machucar ninguém — disse Kay.

— Se conseguirmos captar o treino, tudo bem. Aliás, recebi notícias da sua encomenda. Eles aprovaram como teste e já estão preparando, amanhã devem estar prontas para uso — disse Fernanda.

— O pessoal do instituto é rápido! — comentou Kay.

— Nosso dever é manter o exército bem equipado. A renda permite desenvolvermos novas armas mensalmente — explicou Fernanda. — Seu esquadrão está na quinta faixa do rádio, use-a para se comunicar.

— Entendido! — disse Kay, servindo café para os cientistas e para ele.

— Isso está bom! — disse Fernanda, tomando o café.

— Nos dois primeiros soldados já teremos material de estudo. Depois, podem ir comer — disse Kay.

— Só dois? São quinze recrutas! — exclamou Fernanda.

— Vai ser o mesmo... Não! É melhor vocês gravarem todos eles! — disse Kay com um tom firme.

Os recrutas, junto com Lena, saíam da base em direção ao local do treino.

— Por causa da Lena? — perguntou Fernanda, curiosa.

— Espero que não seja só ela! — respondeu Kay, mantendo o mistério.

Ele então fez uma pausa e completou:

— Somente a Ravena virá até mim. Peça aos outros para esperarem aqui e para colocarem a comunicação na faixa cinco do rádio.

— Pode deixar! — assentiu Fernanda.

Kay se afastou ainda mais, posicionando-se para iniciar o treinamento. Logo, o grupo chegou até os cientistas.

— Ravena, ele está te chamando. O restante, aguardem sua vez e coloquem a faixa cinco no rádio! — instruiu Fernanda.

Ravena ajustou o rádio enquanto caminhava em direção a Kay.

— Ele já mencionou o que vamos fazer? — perguntou Viviane, ansiosa.

— Ainda não, mas ele parece ter grandes expectativas sobre a Lena! — comentou Fernanda.

— Em mim? — reagiu Lena, surpresa.

— Você é a líder, por que a surpresa? — provocou Kratos.

Lena sorriu, recuperando a confiança.

— Tem razão, eu sou incrível! — disse ela, rindo e recebendo olhares divertidos dos colegas.

— Guardou rancor, foi? — brincou Ravena ao se aproximar de Kay.

— Eu te disse que você seria a primeira. Fique desse lado! — respondeu Kay, apontando onde queria que ela se posicionasse.

Ele então virou-se de costas para o grupo, enquanto Ravena se posicionava de frente para ele, ambos a uma boa distância dos demais.

— O que eu preciso fazer? — perguntou Ravena, em expectativa.

Kay apertou o botão de comunicação do rádio, transmitindo a explicação para todos os recrutas na faixa cinco.

— Eu vou fazer o ghoul de cada um de vocês despertar. Quando isso acontecer, eles vão tentar emergir e a forma de expressão será através de tentáculos, que vão me atacar. Durante todo o processo, vocês precisam tentar entrar em consenso com seus ghouls para controlarem esses tentáculos. Quando dominarem esse controle, estarão livres. Vamos ficar aqui até conseguirem, não importa o tempo que leve. Entendido?

Kay liberou o botão e ouviu Lena respondendo com determinação:

— Entendido!

— E como vai fazer para o ghoul reagir? — questionou Ravena, visivelmente intrigada.

Kay voltou a apertar o botão do rádio.

— Vou dar início. Está conseguindo gravar tudo? — ele perguntou a Fernanda.

Após uma breve confirmação de que o equipamento estava pronto, Kay deu alguns passos para trás, pegou seu bastão, uma arma criada pelo instituto, e apontou para Ravena, preparando-se para iniciar o despertar.

— O ghoul não vai te matar nem te ferir. Eles já entendem que precisam de vocês para continuarem vivendo. Não vão tentar nada... pelo menos até conseguirem mais poder! — disse Kay, com um olhar firme.

— Tá, mas como vai fazer para despertá-lo? — questionou Ravena, curiosa e levemente desconfiada.

Kay a encarou, deixando que um brilho ameaçador surgisse em seus olhos.


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