Chapter 40: Capítulo 40: Festival P2!
Assim que o grupo se aproximou da entrada da cidade, o som de aplausos e gritos de animação tomou o ar. Os moradores, que haviam se reunido para receber os soldados, agitavam bandeiras e acenavam animadamente. O brilho nos olhos das pessoas e as expressões de gratidão mostravam a confiança que tinham no exército, principalmente em Takemichi e nos líderes veteranos que os acompanhavam.
Takemichi manteve uma postura firme e orgulhosa, e os outros líderes ao seu redor saudaram a multidão com gestos cordiais e acenos respeitosos. Já Kay, que havia recentemente assumido o posto de líder, sentiu-se um pouco deslocado. Embora fosse um tanto indiferente, não pôde deixar de perceber o peso das expectativas daquelas pessoas. O brilho de confiança que recebiam parecia iluminado pelos fogos de artifício que começaram a explodir no céu, colorindo a noite com faíscas de luz.
Enquanto o grupo se espalhava pelo festival, os soldados foram aos poucos relaxando. Entre risadas e algumas caras envergonhadas pelo inesperado reconhecimento, eles se divertiam pelas barracas de jogos, comidas e competições típicas. Kay, Mira e os novos recrutas acabaram se reunindo em uma barraca de tiro ao alvo, atraídos pela ideia de um desafio leve. Ela pegou a arma de brinquedo e se preparou, com todos ao redor a observando atentamente.
Ela mirou e disparou, mas a rolha passou longe do alvo.
"Ainda tem mais quatro tentativas," disse Thais, tentando animá-la.
Mira respirou fundo, tentando se concentrar. O segundo tiro foi ainda mais distante, e o terceiro se perdeu em uma curva inesperada. O quarto e o quinto, embora melhor direcionados, também erraram.
Kay, que assistia em silêncio ao lado, não pôde evitar um leve sorriso e acabou soltando uma risada baixa, que não passou despercebida por Mira.
Ela se virou, irritada e envergonhada. "Se acha tão fácil, por que não tenta você?"
"Por favor, não faça isso, você já levou um dos meus melhores brinquedos!" disse o dono da barraquinha, ajeitando o boné e olhando com uma mistura de preocupação e resignação para Kay.
Kay deu uma olhada nos prêmios pendurados, reparando no maior deles, um urso de pelúcia enorme, quase do tamanho de uma pessoa. "Eu vejo... mas o maior prêmio ainda está aí," disse ele, com um sorriso desafiador.
Mira o olhou surpresa. "Já tinha vindo aqui antes?"
"Sim," respondeu ele, com um toque de orgulho. "Ganhei um ursinho uma vez. Ele era grande."
Ela ergueu uma sobrancelha, entregando-lhe a arma de brinquedo com um brilho nos olhos. "Então, toma! Ganha algo para mim também!"
Kay ajeitou a arma de brinquedo, ignorando o enorme urso de pelúcia que ocupava a maior parte da prateleira superior. Em vez disso, ele focou seus olhos em uma pulseira que pendia ao lado, um prêmio bem menos chamativo, mas que parecia perfeito.
— Tem certeza de que não quer o urso? — provocou Mira, com uma risada no canto dos lábios. — Já que você se gabou tanto do último que ganhou...
Kay lançou um olhar determinado à pulseira, ajustando novamente sua mira.
— Acho que um urso enorme desses não ia caber no seu quarto — respondeu, concentrado. — É um prêmio pequeno, mas bonito e bem mais elegante.
Com a concentração no alvo, ele puxou o gatilho. A rolha voou, acertando o alvo com precisão, dos cinco tiros ele acertou cinco, batendo a meta de três para conseguir o premio, a pulseira foi retirada da prateleira pelo dono da barraca.
— Bem, essa é pra você — disse ele, entregando a pulseira para Mira com um sorriso satisfeito.
Mira, surpresa e levemente corada, pegou a pulseira, ajustando-a no pescoço. Ela examinou o brilho discreto do acessório e, mesmo tentando disfarçar, estava claramente encantada.
— Não esperava menos — murmurou ela, olhando para ele. — Mas não pense que isso compensa aquela risada de antes!
Kay deu uma risadinha, um tanto arrependido, mas aproveitou o momento de vitória.
Aproveitando a animação do festival ao redor, Mira puxou Kay pela mão, guiando-o até a próxima barraca de jogos, determinada a fazer com que ele compensasse cada risada às custas dela.
— Você sabe que não vou pegar leve, certo? — ela avisou enquanto escolhia o próximo jogo.
Kay ergueu uma sobrancelha, tentando manter a expressão de quem não se intimidava.
— Pode tentar o quanto quiser, eu tô preparado! — Ele riu, mas sabia que Mira estava apenas começando.
Eles passaram por jogos de argolas, pescaria e até uma espécie de mini labirinto. A cada novo desafio, Mira parecia mais concentrada em vencer, e Kay não se continha em provocar, rindo de leve toda vez que ela cometia algum deslize — o que só a deixava mais determinada.
Finalmente, após uma série de partidas intensas, Mira ergueu uma pelúcia pequena, triunfante.
— Esse é o troféu da noite, e vou fazer questão de lembrar você disso! — disse ela, balançando o prêmio diante dele, como se fosse uma medalha de vitória.
— Tá bom, tá bom... você venceu, senhorita campeã do festival — Kay admitiu, sorrindo, enquanto caminhavam juntos pela praça iluminada, cercados pelos risos e a alegria do povo.
Ao longe, os fogos de artifício começaram a iluminar o céu novamente, refletindo nas expressões divertidas de ambos, um momento simples, mas cheio de uma alegria genuína que ambos sabiam que guardariam com carinho.
Depois de uma série de partidas intensas — onde Mira insistia em desafiar Kay e acabava perdendo, um jogo após o outro — ele agora estava carregado de prêmios e lembrancinhas que havia ganhado para ela. Ursinhos de pelúcia, pulseirinhas coloridas, pequenos chaveiros brilhantes e até uma flor artificial de tecido estavam amontoados em seus braços.
Finalmente, Mira conseguiu erguer uma pelúcia pequena, que havia ganhado após várias tentativas.
— Esse é o troféu da noite, e vou fazer questão de lembrar você disso! — disse ela, balançando o bichinho diante de Kay, vitoriosa, como se fosse uma medalha.
Kay, embora exausto dos desafios e da quantidade de prêmios que equilibrava nos braços, sorriu para ela.
Enquanto Mira admirava seu prêmio e Kay ajeitava o restante das lembrancinhas nos braços, o rádio no bolso de cada soldado tocou com um estalido característico.
— Todos de volta ao ponto de encontro. Hora de partir — a voz de Takemichi anunciou, firme e clara.
Os murmúrios de decepção espalharam-se rapidamente pela multidão ao redor. O clima de despedida pairou pelo festival, mas os soldados, disciplinados, começaram a se reunir e a caminhar de volta, ainda sob os aplausos e agradecimentos da população. Kay e Mira trocaram um último olhar divertido, carregado das memórias daquela noite.
Logo, todos se afastaram, retornando à base. Na manhã seguinte.
Na manhã seguinte, Kay entrou na cozinha ainda esfregando os olhos, a expressão sonolenta.
— Bom dia — murmurou, com um meio sorriso.
— Bom dia! — respondeu Mira, ocupada em organizar os ingredientes para o café da manhã dos soldados.
Distraído e talvez ainda meio adormecido, Kay se aproximou e deu um selinho rápido em Mira, como se fosse a coisa mais natural do mundo. O rosto dela corou de imediato, mas antes que ela pudesse reagir, a voz da chefe da cozinha soou firme e divertida ao mesmo tempo:
— Ah-ah! Nada de romance na minha cozinha! — exclamou a mulher, abanando uma colher de pau na direção dos dois.
Kay se afastou, rindo, sem deixar de parecer um pouco envergonhado.
— Bom dia! — disse ele de novo, mais acordado, enquanto Mira escondia o sorriso com uma leve tossida, tentando manter a compostura e voltar ao trabalho.
— O que você quer na minha cozinha, garoto? Se veio só pra ver ela, pode dar o fora! — retrucou a chefe, apontando a colher de pau para Kay.
Kay levantou as mãos em sinal de rendição, um sorriso preguiçoso no rosto.
— Eu acordei cedo e tô sem nada pra fazer — respondeu. — Vim perguntar se precisam de ajuda.
A chefe ergueu uma sobrancelha, avaliando o jovem com ceticismo.
— Você? Querendo ajudar? Isso é novo.
Mira soltou uma risadinha discreta, enquanto a chefe suspirava, ainda desconfiada.
Mira deu uma risadinha, mas logo recuperou a postura e olhou para Kay com uma expressão séria.
— Kay, acho melhor você não ficar aqui — disse ela, cruzando os braços.
Kay tentou disfarçar a decepção, mas insistiu. Mira balançou a cabeça, com um sorriso contido.
— Nada disso. Quero que espere no refeitório, tá bem?
Kay suspirou, derrotado.
— Tá bom, tá bom. Eu vou... — Ele se virou para sair, mas não conseguiu esconder a tristeza no rosto enquanto ia para o refeitório, com as mãos nos bolsos e um olhar desanimado.