Chapter 79: Capítulo 79: Treinamento!
Ainda em cima da muralha.
— Naquele tempo, ele queria que eu fosse namorada dele, mas, por ter usado a palavra "mulher", achei que ele estava me pedindo em casamento — disse Rem, rindo levemente. — Pensei por dois dias inteiros e fiquei evitando ele. Mas, depois, aceitei para ver no que dava... e acabei tendo a Mira. Não me arrependo de nada!
Thais ficou envergonhada, olhando para o chão. "Como eu devo responder isso?" pensou ela, tentando disfarçar o constrangimento.
A voz de Takemichi soou pelo rádio, interrompendo o momento:
— Mira, Ravena, Sarah e Rem! Retornem para a base. Vocês vão para a quinta divisão! O restante do esquadrão ficará sob comando do Yan.
— E aí está ele! — disse Rem, com um sorriso travesso.
Thais olhou para ela com curiosidade.
— Essa mudança na sua personalidade... é como a Mira, o Kay e a Yumi. Eles também parecem diferentes quando enfrentam ghouls.
— Uma pessoa precisa ser diferente fora do combate. Ensinei isso para ele, e ele deve ter passado para elas — respondeu Rem, dando de ombros.
— Entendo. Boa sorte na quinta divisão! — disse Thais, com um leve aceno.
— Obrigada! — respondeu Rem, acenando de volta.
Logo, Alex e Brenda chegaram com o helicóptero, abaixando a escada para que Rem subisse. Antes de entrar, ela acenou novamente, se despedindo.
"Entendi... Se ela tivesse aceitado a proposta, a capitã hoje seria a Rem. Isso significa que ela agora está no nível do Capitão Takemichi?" pensou Thais, surpresa, enquanto observava o helicóptero decolar.
A cena muda.
Kay caminhava com passos pesados, sendo puxado por uma corrente. As algemas prendiam seus pulsos, enquanto os guardas o escoltavam.
— Cuidado com a garrafa! — disse Kay, olhando para o oficial responsável.
— Procedimento, garoto. Aguente! — respondeu o oficial, em tom sério.
— O que aconteceu com o Gargamel? — perguntou Kay. — Troquei de cela e não vi ele.
O oficial olhou para ele, hesitando por um momento antes de responder:
— Ele não te falou? Estava no corredor da morte. Foi executado esta manhã.
Kay parou, surpreso. Por um momento, o peso daquela notícia o atingiu.
— Entendo... "Como vou explicar isso para o primo dele?" — murmurou ele para si mesmo.
— Não se preocupe. Aquela carta que você entregou? Ele usou para se despedir do primo — disse o oficial, com um tom mais brando.
Kay suspirou e balançou a cabeça.
— Faz sentido...
O portão da prisão se abriu, revelando um helicóptero aguardando do lado de fora. O oficial removeu as algemas e entregou a garrafa para Kay.
— Está livre... por enquanto. Nos vemos daqui a um mês! — disse o oficial, com um leve sorriso.
— Tá bom! — respondeu Kay, acenando enquanto se afastava.
— Que garoto estranho... — pensou o oficial, retornando para dentro da prisão e fechando o portão.
Ravena, que aguardava do lado de fora, sorriu ao vê-lo.
— Só um dia! Foi menos tempo do que pensei — disse Ravena, com uma expressão provocadora.
— Sentiu saudades? — brincou Kay.
— Não ferra! — respondeu ela, revirando os olhos antes de entrar no helicóptero.
— Bem-vindo de volta! — disse Mira, sorrindo.
— Estou de volta, amor! — respondeu Kay, com um sorriso travesso.
— Toma seu traje e seu uniforme. Tira logo essa roupa de prisioneiro! — disse Mira, entregando os itens a ele.
— Obrigado por isso! — disse Kay, fazendo um cafuné nela.
— Que bom que sobrou café para viagem! — disse Mira, retribuindo o sorriso.
— É verdade! — concordou Kay, rindo.
— Se peguem depois! Vamos indo! — exclamou Rem, revirando os olhos.
Kay e Mira ficaram corados enquanto Sarah entrava no helicóptero.
Já a bordo, Kay tirou a camisa da prisão. Ravena, ao perceber, virou o rosto rapidamente.
— Seu idiota! Avisa antes! — reclamou ela, cobrindo os olhos.
As garotas se viraram, deixando Kay se trocar em paz.
— Já terminei! — anunciou ele, enquanto guardava as roupas velhas.
Ravena apontou para uma caixa no canto.
— Suas armas estão aqui também. O capitão ordenou que você treinasse as divisões antes de retornar. Sem gracinhas, ouviu?
— Certo! — respondeu Kay, rindo. — Aproveitando, eu vou treinar você também, Rem!
— Obrigada! Eu quero ter asas também! — disse Rem, animada.
— Isso foi... aleatório — comentou Kay, confuso.
Rem fez um bico frustrado, o que o fez suspirar.
— Sem drama — disse Kay.
— Só estou brincando! — respondeu Rem, rindo.
Mira devolveu o celular dele, chamando sua atenção.
— Tem muitas mensagens aí! — disse ela.
Kay deu uma olhada e sorriu.
— São da Emilia e da Yumi! — respondeu ele.
O helicóptero continuou seu voo. Ele pousou no aeroporto.
— Ainda não acabou, são muitas mensagens mesmo! — disse Ravena, olhando para o celular de Kay.
— A maioria é da Yumi, mas as mais longas são da Emilia. Ela falou sobre o treino que tiveram e disse que achou a Rem um pouco estranha, mas divertida! — respondeu Kay, sorrindo levemente.
— Só toquei nela um pouco... garotas criam opiniões muito rápido! — disse Rem, com um sorriso travesso.
Kay olhou para ela, pensativo.
— De toda forma, elas estão felizes — comentou ele.
— O primeiro namorado delas, dá para entender por que estão agitadas! — disse Rem, rindo, mas com um toque de nostalgia em sua voz.
Sarah, observando a conversa, não conseguiu esconder a surpresa.
— Que relação confusa vocês estão criando! — exclamou ela, com uma expressão cética.
— Também acho! — respondeu Ravena, com um sorriso divertido.
Kay pegou suas armas, preparando-se para descer do helicóptero.
— Você também está no meio dessa relação! — disse Kay, rindo enquanto olhava para Ravena.
Ravena revirou os olhos e, com uma expressão provocante, respondeu:
— Não me provoque!
Os três saíram do helicóptero. Brenda e Alex começaram o processo de abastecimento.
— Vamos cuidar do helicóptero, vamos no avião depois — disse Brenda, verificando o combustível.
— Deixa comigo — respondeu Alex, enquanto se movia para a parte traseira do helicóptero.
Eles terminaram o abastecimento e, com cuidado, trancaram o helicóptero, certificando-se de que tudo estivesse seguro para a decolagem.
— Agora, vamos ao avião — disse Alex, acenando para Brenda.
Brenda fez uma última verificação no helicóptero, antes de seguir com Alex até o avião.
O abastecimento do avião foi rápido, embora um pouco mais complexo. Primeiro, uma mangueira de combustível foi conectada à entrada do tanque do avião, permitindo que o combustível fosse transferido de um caminhão especializado para as reservas do avião. Durante o processo, Alex e Brenda supervisionaram atentamente, ajustando os controles e garantindo que tudo fosse feito com segurança.
Com o abastecimento finalizado, os soldados começaram a embarcar no avião. Alex assumiu o controle no cockpit, com Brenda ao seu lado, como copiloto.
— Preparada? — perguntou Alex, ajustando os controles do avião.
— Sempre! — respondeu Brenda, com um sorriso confiante.
O motor do avião rugiu, e, após uma breve aceleração na pista, o avião levantou voo. Se direcionou ao aeroporto da quinta divisão, cortando o céu rumo ao destino.
— Terminei de responder as duas — disse Kay, soltando um suspiro cansado.
— Mas já estamos chegando ao aeroporto da quinta divisão! — anunciou Mira, apontando para as luzes da pista que se aproximavam.
— Eram muitas mensagens, e eu não podia responder de qualquer jeito! — justificou Kay, com um sorriso exausto.
— Aprendeu direitinho. Bom trabalho com as garotas! — brincou Rem, rindo.
— Eu não ensinei nada disso para ele! — retrucou Mira, cruzando os braços.
Kay olhou pela janela, observando o avião pousar suavemente. — Eu não sabia que Alex e Brenda sabiam pilotar um avião! — comentou, surpreso.
— Parece que eles aprenderam lendo manuais nos tempos livres, quando não estavam em combate — explicou Sarah, ajustando o cinto.
— Foi a primeira vez que eles pilotaram um avião? — perguntou Rem, arregalando os olhos.
— Sim! — confirmou Sarah.
— Que doideira! — exclamou Rem, rindo.
O avião aterrissou com precisão no aeroporto da quinta divisão. Assim que desembarcaram, o grupo avistou um helicóptero da base já preparado para a próxima etapa.
— E aí, vamos usar as máscaras? — perguntou Mira, ajustando o cabelo preso.
— Não. Eles já sabem meu nome, e o capitão deve ter informado sobre vocês. Além disso, sabem que estou em liberdade provisória. Melhor evitar essa imagem para o líder do quinto esquadrão e, claro, para o pai da Mira — respondeu Kay, sério.
— Está pensando no meu pai também? — perguntou Mira, com um sorriso.
— Ele mudou mesmo! — disse Rem, fingindo estar emocionada.
— Que bela atriz você é! — debochou Kay.
— Gostou da minha atuação? — provocou Rem, piscando para ele.
— Aliás, Mira, você não vai pedir permissão para pousar na base deles? — lembrou Ravena.
— É mesmo! Obrigada, Ravena! — disse Mira, apressando-se a pegar o rádio.
Mira ajustou o rádio na primeira faixa. (Lembrando que o radio se conecta automaticamente na frequencia do país)
Na base da quinta divisão
— Entendido. Eles já estão chegando! — disse o Capitão Haruki, desligando o rádio. Ele pegou outro transmissor para falar com sua equipe.
— Aqui é o Capitão Haruki. Permissão concedida para pouso! — comunicou ele, com firmeza.
— Entendido, Capitão! — respondeu Mira pelo rádio.
Haruki voltou-se para os soldados no refeitório. — Terminemos de comer rápido. Vamos receber os convidados! — ordenou.
— Sim, senhor! — responderam os soldados em uníssono.
Poucos minutos depois
O helicóptero pousou com precisão no pátio da base. Assim que as hélices desaceleraram, Kay foi o primeiro a descer.
— Que viagem rápida! — comentou ele, esticando os braços para aliviar a tensão.
— Da outra vez, fomos da sexta para a quarta divisão. Foi muito mais demorado. De divisões próximas, é tudo bem mais prático — explicou Mira, descendo logo atrás dele.
Os outros soldados, incluindo Alex e Brenda, também desceram e alinharam-se enquanto o Capitão Haruki se aproximava, acompanhado por seus líderes de esquadrão.
O capitão da quinta divisão bateu continência, acompanhado por todos os soldados da base. — Sejam bem-vindos! — saudou Haruki com seriedade.
Mira e seu grupo retribuíram o gesto em perfeita sincronia. — Obrigada por nos receber! — respondeu Mira.
Haruki sorriu levemente, quebrando a rigidez da apresentação. — Eu que agradeço por terem vindo tão rápido.
— Eu não sei exatamente como será isso, então vou deixar essa parte com vocês para decidirem — disse Mira, com diplomacia.
Kay deu um passo à frente e estendeu a mão. — Finalmente nos encontramos pessoalmente. Sou Kay, é um prazer conhecê-lo!
Haruki apertou sua mão com firmeza. — Sou Haruki. O prazer é todo meu em tê-los aqui. Espero que possamos trabalhar bem juntos!
— Consigo perceber... Esses seis são líderes de esquadrões. Junte seus soldados afastados da base. Vamos começar o treino! — ordenou Kay, com firmeza.
— Agora? — exclamou o Capitão Haruki, surpreso.
— O treino é rápido, então é melhor acabar o quanto antes — respondeu Kay, direto.
— Mas vocês acabaram de chegar! Tem certeza? — insistiu Haruki, ainda relutante.
Kay desviou o olhar para Mira, buscando confirmação.
— Se é isso que ele está dizendo, então podemos começar agora — disse Mira, com um aceno confiante.
Kay cruzou os braços e encarou Haruki. — É o que nossa vice-capitã decidiu. O que vocês querem fazer? — desafiou.
Haruki respirou fundo, aceitando a situação. — Tudo bem. Estamos disponíveis agora, de qualquer forma.
— Não precisam levar suas armas. Apenas certifiquem-se de que todos estejam usando os trajes! — disse Kay, gesticulando para os soldados.
— Vai precisar dos caminhões? — perguntou Haruki, indicando os veículos estacionados.
— Essa base de vocês é maior do que a nossa. Acho que usar os caminhões é uma boa ideia. Cansa menos. — Kay respondeu com um leve sorriso.
— Tudo bem. Todos estão prontos com os trajes, mas acabamos de comer. Então, por favor, não seja tão rígido nos movimentos do treinamento! — Haruki pediu, um pouco preocupado.
Kay deu um meio sorriso, transmitindo confiança.
— Não se preocupe.
Os líderes dos esquadrões se movimentaram rapidamente, organizando seus grupos. Ordens eram emitidas e os soldados, já trajados, marchavam em direção aos caminhões estacionados na base.
A eficiência e a disciplina eram evidentes, mas a excitação para o treino trazia um toque de descontração no ar.
— Aqui é grande mesmo. Só para andar por aqui levaria um bom tempo! — comentou Sarah, observando a vastidão da base.
— Se fosse tudo igual, seria entediante — respondeu Rem, com um sorriso travesso.
Um dos caminhões se aproximou, reduzindo a velocidade até parar ao lado do grupo. Um soldado na cabine inclinou-se para fora e disse:
— Tem espaço para vocês aqui!
Kay avançou, estendendo a mão para ajudar as garotas a subirem no caminhão. Rem subiu com agilidade, seguida por Mira e Sarah. Ravena e Brenda hesitou por um momento antes de aceitar a ajuda.
Quando todas estavam acomodadas, Alex se aproximou, estendendo a mão para Kay com um sorriso sacana.
— Que cavalheiro! Vai me ajudar também? — brincou Alex.
Os soldados riram, e Kay, suspirou antes de puxar Alex para o caminhão.
— Só sobe logo — murmurou ele.
Alex gargalhou enquanto se acomodava. Com um último suspiro, Kay subiu e fechou a traseira do caminhão. O motor rugiu e, aos poucos, o veículo ganhou velocidade, deixando a base para trá
Os soldados nos caminhões trocavam olhares curiosos com os membros da unidade visitante.