Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 151: Capítulo 151



"É meu fim!" pensaram ambas, o mesmo pensamento cruzando as mentes das duas generais. O ar estava denso, as respirações pesadas, e a tensão entre elas quase palpável. Quando os golpes das duas iriam atingir seus pescoços, o som das armas cortando o ar foi interrompido por algo completamente inesperado.

O céu se fechou em um instantâneo, um feixe de luz que fez as duas pararem abruptamente. Kay surgiu entre elas, suas mãos erguidas, parando os ataques de Ravena e Yumi com uma força inimaginável. O chão ao redor parecia tremer, a energia que ele emanava era avassaladora.

As duas se afastaram rapidamente, surpresas, sem entender o que acontecia. No campo de batalha o portal que Kay havia usado para chegar ali se fechava lentamente.

— Por que você está aqui? Não pode ser... o monarca perdeu? — Yumi exclamou, seus olhos arregalados em choque. A dúvida e o medo estavam claros em sua voz. Ela não esperava que Kay aparecesse naquele momento.

Kay, com os olhos transbordando de raiva, não respondeu imediatamente. Sua presença era esmagadora, como se o próprio peso da fúria e do passado estivesse prestes a se libertar.

Yumi, em um impulso, largou a corrente que segurava com força e começou a manifestar suas asas, preparando-se para fugir. A tentativa foi rápida, mas Kay foi ainda mais rápido. Em um piscar de olhos, ele apareceu na frente dela, bloqueando sua fuga. Sem dar tempo para ela reagir, Kay tocou seu rosto com a palma da mão. O toque, era suave, mas a energia em suas mãos eram imensas.

Yumi ficou paralisada, os olhos se arregalaram de medo. O toque de Kay fez seu coração bater mais rápido, não por amor, mas por uma sensação fria que ela não sentia há anos.

— É você! Que bom que eu pude te ver novamente! — Kay disse com um sorriso que deveria ser acolhedor, mas o sorriso de Kay não transmitia afeto algum. Ele estava cheio de raiva, e a maneira como seu sorriso se alargava fazia com que Yumi sentisse uma onda de terror.

Yumi tentou se afastar, levantando o punho e socando o rosto de Kay com toda a sua força. O impacto foi brutal, mas algo estava errado. A dor percorreu a mão dela como se tivesse batido em uma parede de ferro. Kay não se moveu, como se a força do golpe fosse irrelevante.

— Me solta! — Yumi gritou, tentando se desvencilhar da mão de Kay, mas ele a segurava com uma força inquebrantável.

Kay a olhou, seu olhar penetrante, e a raiva que ele sentia era quase palpável. Ele inclinou a cabeça levemente, como se estivesse apreciando aquele momento.

— Amor, já se esqueceu do seu noivo? — disse Kay, a voz cheia de dor, e seu olhar fixo nos olhos de Yumi.

Yumi ficou paralisada. Noivo? Ela não compreendia. A palavra reverberava em sua mente como um golpe.

— Noivo? — ela exclamou, tentando se soltar novamente, sua expressão de pânico visível enquanto ela tentava entender o que estava acontecendo.

Kay, com um sorriso ainda mais frio e cruel, não a soltava. O toque dele era forte demais, o poder que ele possuía emanava de seu corpo com uma intensidade que ela não conseguia ignorar.

A batalha ao redor parecia ter desaparecido. O que estava em jogo agora era muito mais pessoal. A raiva de Kay era o que dominava o campo de batalha, e ele não estava ali para brincar.

— Você realmente não lembra? — Kay murmurou, mais para si mesmo do que para ela, sua mão ainda no rosto de Yumi. Ele não a soltaria tão fácil.

Kay olhou para Ravena, sua expressão carregada de determinação. O cabelo dele começava a perder a cor, ficando branco como a neve, enquanto seus olhos ficavam ainda mais vermelhos, brilhando intensamente. Sua pele agora parecia a de um ghoul, com um ar sombrio que transbordava poder.

— Amor, desmaia ela pra mim! — disse Kay, sua voz firme, mas carregada de um tom estranho de serenidade.

— Tá! — respondeu Ravena, sem hesitar, enquanto guardava sua arma.

— Me solta! — gritou Yumi, debatendo-se ferozmente nos braços dele, tentando escapar com toda a força que possuía.

Kay ignorou seus protestos e a segurou com cuidado, passando os dedos em seus cabelos em um gesto delicado. — Eu vou matar aquele monarca... e vou devolver suas memórias. Só espera mais um pouco! — disse ele, enquanto fazia carinho nela com uma ternura que contrastava com a raiva que queimava dentro de si.

Yumi arregalou os olhos. Um sentimento familiar percorreu seu corpo, mas antes que pudesse processar, Ravena se aproximou e, com um golpe preciso no pescoço, a deixou inconsciente.

— Ela pode acordar a qualquer momento. Prenda ela para que não se mova! — disse Kay, com os olhos fixos no horizonte.

— Tá! Toma cuidado, por favor! — respondeu Ravena, preocupada.

Kay assentiu. — Eu vou tomar! — disse ele, enquanto abria um portal à sua frente. Assim que o portal se formou, um ataque de fogo veio em sua direção, mas Kay, prevendo isso, abriu outro portal rapidamente. O fogo foi atraído e redirecionado para o campo de batalha onde os monarcas estavam, emergindo do segundo portal e atingindo o Monarca de Fogo.

Kay saiu do portal com calma, finalmente mostrando toda sua presença. — Não consegue esperar para morrer? — exclamou ele, liberando uma aura que parecia distorcer o próprio ar ao seu redor.

Os dois monarcas estavam em pé, mas era visível que haviam se curado há pouco tempo.

— Fugiu no meio da batalha? Você é um lixo! — provocou a Garota Mágica, sua voz carregada de desprezo.

O portal atrás de Kay se fechou lentamente.

— Eu fui reencontrar minha noiva. Foi só um pulinho ali. Agora vamos recomeçar! — disse ele, sem paciência, mas com um sorriso quase predatório.

As cópias da Garota Mágica ainda estavam ao redor dela, mas algo parecia diferente. Ela estreitou os olhos, sentindo a energia de Kay.

"Tem algo errado com ele. A energia dele está maior... É por causa da transformação?" — pensou ela, enquanto se preparava para o próximo ataque.

— Eu ainda não testei essa habilidade... Mas vocês terão a honra de serem minhas cobaias! — declarou Kay, sua voz ecoando como um trovão.

— Tente o que quiser! — gritou a Garota Mágica, enquanto suas cópias começavam a acumular energia. Ao mesmo tempo, o Monarca de Fogo se preparava para atacar Kay.

O ar ao redor tremia.

"Estou tremendo? O que está acontecendo com ele?" — pensou a Garota Mágica, reunindo energia freneticamente.

Kay sorriu, frio como o gelo. — Por quê? Por que eu estava escondendo isso antes? É simples... As pessoas que eu amo estão assistindo, e eu queria manter minha aparência humana.

— "Amor?" — pensou a Garota Mágica, confusa.

Os dois monarcas lançaram seus ataques com tudo o que tinham. O Monarca de Fogo lançou uma onda de chamas tão quente quanto lava, enquanto a Garota Mágica e suas cópias combinaram seus raios em um ataque de poder destrutivo absoluto.

— Buraco Negro! — gritou Kay.

— O quê?! — exclamaram os dois monarcas, confusos.

Um pouco longe dali, um enorme buraco negro começou a se formar, girando em espiral, sugando tudo ao redor com uma força esmagadora. A magia de fogo foi imediatamente atraída para o buraco, retornando contra o Monarca de Fogo. Ele perdeu o equilíbrio por um momento, quase sendo arrastado para dentro, mas estabilizou-se, cravando seus tentáculos no chão. Kay, então, abriu um portal e redirecionou o raio da Garota Mágica. O raio saiu pelo outro lado, atingindo o Monarca de Fogo em cheio. Ele foi completamente obliterado, seu corpo sendo lançado no buraco negro.

A Garota Mágica ergueu barreiras com suas cópias, lutando para resistir à força do buraco negro. Seu olhar se fixou em Kay, que permanecia parado, sorrindo tranquilamente.

— Jure lealdade a mim, e eu pouparei você. — disse Kay, com frieza.

— Por que estava escondendo isso, maldito?! — gritou a Garota Mágica, furiosa.

— Jure lealdade a mim, e eu te pouparei. — repetiu Kay, sua voz carregada de uma autoridade avassaladora.

— Vai se foder! — respondeu ela, rangendo os dentes.

Kay ergueu a mão novamente. — Isso é algo natural mas que não pode ser afetado tão rapido, portando como tem uma desordem na ordem natural agora... e isso me permite fazer isso! Gravidade Zero!

Uma esfera envolveu a Garota Mágica e suas cópias, fazendo seus corpos flutuarem no ar. Elas foram imediatamente atraídas para o buraco negro, incapazes de resistir.

— Maldito! — gritou a Garota Mágica, enquanto ela e suas cópias eram arrastadas para a destruição iminente.

Mas, no último segundo, o buraco negro desapareceu. Kay o desfez com um gesto casual.

— O que...?! — exclamou a Garota Mágica, chocada.

— Eu não sei para onde isso leva. É melhor não te jogar lá... por enquanto. — disse Kay, sorrindo. — Já consegui o que queria.

— Tá brincando comigo?! Eu vou te matar! — gritou ela, preparando um novo ataque.

Kay sorriu ainda mais. — Eu avisei que vocês seriam cobaias. Se eu alterar um pouco a ordem da natureza... Posso usar habilidades bem interessantes.

— Gravidade Zero! — gritou a Garota Mágica.

Uma esfera envolveu Kay, fazendo-o flutuar no ar.

— Está copiando minha habilidade? Você é cheia de truques. — disse Kay, com uma risada despreocupada.

— Minhas cópias fortalecem a magia. Nem se compara à sua! — respondeu ela, rindo confiante.

Kay estreitou os olhos. — Ah, é? Tente copiar isso. Gravidade Cem!

O corpo da Garota Mágica e de suas cópias foi lançado ao chão com uma força esmagadora, pressionando-as contra o solo.

— Gravidade Cem! — gritou a Garota Mágica, lançando Kay ao chão.

— Consegue continuar? — provocou Kay, sua voz firme.

— Isso não é nada! — gritou ela, com dificuldade.

Kay sorriu sombriamente. — Que tal Gravidade Mil? — perguntou ele, ampliando o peso sobre ela.

O chão rachava sob a pressão enquanto a Garota Mágica lutava para respirar. — Interessante... Ainda viva aí? — perguntou Kay, com diversão.

— Isso... não é nada! — disse ela, ofegante.

Kay deu um sorriso quase piedoso. — Que tal... Dez mil?

— Tá brincando? Cinco mil é meu limite, mesmo com toda a minha energia! — gritou ela, desesperada.

— Eu me tornei o conceito de destruição. Eu controlo a natureza... E gravidade é algo natural. — disse Kay, levantando-se do chão como se nada tivesse acontecido. Ele se sentou casualmente, olhando para ela com desdém. — Quer tentar cinco mil de novo?

A Garota Mágica tremeu antes de abaixar a cabeça. — Eu... me rendo.

Kay ergueu uma sobrancelha, inclinando a cabeça. — E...? — perguntou ele, esperando a submissão completa.

— Eu juro lealdade a você! — disse ela, sua voz carregada de relutância, mas firme.

Kay sorriu, um sorriso frio e calculista, enquanto também desfazia a magia que pairava no ar. Com passos lentos e pesados, ele caminhou até ela. Ao parar diante da garota, cortou o próprio dedo sem hesitar e o ofereceu a ela, uma prova de um pacto sombrio.

— Então jure sua lealdade a mim e me sirva com todo o seu ser! — ordenou ele, sua voz tão afiada quanto uma lâmina.

A Garota Mágica hesitou por um breve momento antes de pegar o dedo ensanguentado. Mas algo brilhou em seus olhos: uma centelha de traição.

— Nunca! — gritou ela, tentando atacar Kay com toda a força que restava.

No entanto, antes que pudesse concluir o movimento, o solo sob seus pés cedeu repentinamente. Um buraco se abriu, e ela caiu nele, surpreendida. A queda foi interrompida por uma névoa púrpura que subiu do fundo.

— Tem resistência a veneno concentrado? — exclamou Kay, olhando para ela com um sorriso cruel.

— Maldito! Você sabia que eu recusaria! — gritou a Garota Mágica, tossindo enquanto lutava contra o veneno que queimava seus pulmões.

— Claro que sabia. Você se inspira nas Garotas Mágicas, e todas elas, mesmo diante da morte, nunca se rendem. É justamente esse lado de vocês que eu admiro! — Ele cruzou os braços, como se saboreasse o momento.

— "Por que...? Que sensação estranha é essa?" — pensou a Garota Mágica, confusa com o turbilhão de emoções que sentia.

Kay inclinou-se levemente, seus olhos vermelhos brilhando. — Vocês duas são uma só. Suas memórias vão se fundir, mas você continuará sendo a mesma pessoa. Aceite minhas condições, jure lealdade a mim, e juntos mataremos todos os ghouls que ousarem ser nossos inimigos! — disse ele, sua voz ecoando como um trovão.

A Garota Mágica ofegou, lutando para se levantar. — Eu... tenho uma condição! — exclamou, levantando o olhar desafiador.

Kay estreitou os olhos, sua expressão se tornando ainda mais sombria. — Acho que você não está em posição de impor nada! — rosnou ele.

De repente, o bastão da Garota Mágica começou a brilhar intensamente, sendo preenchido por raios que estalavam como chicotes no ar. Ela apontou a ponta do bastão para o próprio peito, os olhos brilhando com determinação.

— Se não aceitar minha condição... Eu me mato! E levo minha hospedeira junto comigo! — ameaçou, pressionando o bastão contra si.

— Maldita! — rugiu Kay, sua expressão carregada de raiva e frustração.

A cena muda.

A Garota Mágica corria em direção aos humanos no campo de batalha, seu corpo movendo-se com a mesma graça mortal de um raio.

Kay a observava de longe, seus olhos analisando cada movimento dela. Ele estreitou os olhos, focando no campo devastado.

"Todos os ghouls inimigos estão mortos... Aquele é... um general que se rendeu?" — pensou Kay, desconfiado.

Kay voltou sua atenção para Julius e Maria, que se abraçavam após o caos da batalha. A cena era tocante, mas carregada de tensão.

— Desculpa por ter atacado vocês! — disse a Garota Mágica, agora Maria, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.

— Tudo bem, Maria. Bem-vinda de volta, irmãzona! — respondeu Julius, com um sorriso sincero.

Kay estreitou os olhos, curioso. Mas foi um dos soldados quem deu voz à dúvida que pairava no ar.

— Ela é sua irmã mais velha? É sério isso? — exclamou o soldado, incrédulo.

— Hein? O que você quis dizer com isso?! — respondeu Julius, ofendido.

Kay ergueu uma sobrancelha, sentindo uma pontada de curiosidade. Mas então algo lhe ocorreu, e sua mente começou a processar a situação.

"Espera aí... Se ela é a irmã mais velha dele, isso significa que ela deve ter mais de 30 anos. Ou seja, ela é ve... ve...!" — o pensamento de Kay foi interrompido por uma dor aguda em sua cabeça, como se algo o estivesse reprimindo.

Maria percebeu sua expressão e se aproximou, olhando-o com atenção.

— Que interessante... — disse ela, pensativa. — Uma sugestão foi imposta a você! — Seus olhos brilharam com determinação. — Quem fez isso? Foi aquela garota na chamada, aquela que pediu para você me aceitar? — exclamou Maria, intrigada.

Kay afastou-se um passo, pressionando a mão contra a cabeça. — Me deixa quieto! — respondeu ele, a voz carregada de desconforto.

Maria estreitou os olhos, avançando um pouco mais. — Por que deu tanta liberdade a essa pessoa? Ela é sua imperatriz, não é? Você não pode ir contra as ordens dela. Para alguém que desafia as leis da natureza, como você, muitas coisas podem ser manipuladas. Por exemplo... Ela poderia ordenar que você matasse alguém que ama, e você não seria capaz de desobedecer!

— Se afaste! — gritou Kay, a mão ainda segurando a cabeça, como se tentasse afastar a pressão interna.

Maria recuou imediatamente, arrependida. — Me desculpa... Eu falei demais! — disse ela, com a voz baixa, enquanto se afastava.

Kay respirou fundo, tentando recuperar o controle. Seus pensamentos eram um turbilhão de imagens e palavras desconexas. — "Tem algo importante faltando... O que é?" — murmurou ele, pensativo, enquanto sua mente parecia buscar uma resposta que permanecia fora de alcance.

Ele fechou os olhos por um instante, focando sua respiração. Quando os abriu, sua determinação retornara. Sem hesitar, caminhou até o general que havia se rendido, sua presença imponente fazendo o monarca derrotado tremer.

— Jure sua completa lealdade a mim e me sirva! — disse Kay, sua voz carregada de autoridade.

— Sim, meu monarca! — respondeu o general sem hesitação, ajoelhando-se diante dele.

Kay cortou seu dedo e ofereceu ao general, que o engoliu com reverência. Em poucos segundos, o general sentiu um leve aquecimento percorrer seu corpo, como uma chama sendo acesa.

— Ótimo. Obedeça meus generais até segunda ordem! — ordenou Kay, antes de se virar e se afastar.

— Sim, meu monarca! — respondeu o general, inclinando a cabeça.

Kay caminhou na direção de Yumi, que agora estava acordada, mas ainda presa pelos tentáculos de Ravena. Seus olhos encontraram os dela, e a tensão no ar era palpável.


Tip: You can use left, right, A and D keyboard keys to browse between chapters.