Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 131: Capítulo 130: Por que você tem essa aparência?



Um ghoul parou na entrada de um cemitério, um sorriso maligno distorcendo seu rosto.

— Finalmente! Eu consegui entrar neste reino! — disse ele, em um tom triunfante, enquanto seus olhos varriam o local. — Se fosse outro general, ele teria me percebido entre os outros ghouls. Mas, felizmente, o executor é um ignorante! — riu, avançando com passos determinados. — Hoje é meu dia de sorte!

Ele levantou o olhar para uma câmera de segurança que monitorava o cemitério. Seus olhos brilharam com desprezo.

— Os humanos são impressionantes para desenvolver esses equipamentos inúteis. — murmurou ele, enquanto levantava o e destruía a câmera com um golpe brutal. — Foi graças a esse tal de celular que fiquei sabendo sobre essa pessoa. — um sorriso cruel se formou em seus lábios antes de virar-se para o portão e destruí-lo com um único golpe. O som do metal sendo retorcido ecoou como um grito.

O ghoul entrou, pisando sobre os escombros da entrada. Antes que pudesse avançar mais, um guarda humano apareceu, com a arma em punho.

— Você não pode destruir isso! — disse o guarda, aproximando-se com coragem, embora sua voz denunciasse o medo.

— Boa hora, humano. — respondeu o ghoul, seu sorriso predatório se alargando. — Me siga. — Ele caminhou para dentro do cemitério, ignorando completamente a ameaça do guarda

A cena muda novamente, desta vez para a base. Mira estava de pé diante do exército, seu olhar firme e autoritário pairando sobre os soldados. Ela segurava a atenção de todos, cada palavra carregada de peso e propósito.

— Fizeram um ótimo trabalho hoje. Todos os ghouls, exceto aqueles na capital, foram eliminados. Alguns fugiram, mas certamente irão voltar. — Sua voz era firme, mas havia uma nota de urgência que fazia todos os presentes endireitarem suas posturas. — Precisamos nos preparar, pois agora um monarca invadiu o território de outro. Isso não é bom para nós... — ela parou, olhando para os rostos atentos à sua frente. — Mas também pode ser uma oportunidade. Generais podem cair... e talvez até mesmo monarcas. Não sei como faremos isso ainda, mas precisamos tirar proveito da situação.

Mira respirou fundo antes de continuar, seus olhos ardendo com determinação.

— Por enquanto, preciso que todos fiquem prontos na muralha. Caso os ghouls retornem, estaremos preparados. Com a ajuda do instituto, vamos consertar as armas destruídas. Preparem suas próprias armas e mantenham a vigilância. Se o general retornar, não entrem em combate diretamente. Esperem os reforços!

— Sim, senhora! — responderam os soldados em uníssono, batendo continência com precisão.

O silêncio momentâneo foi quebrado pelo choro de um bebê. Mira desviou o olhar para Rem, que segurava o pequeno nos braços com uma expressão divertida.

— Era só isso. Estão dispensados! — disse Mira, sua voz agora mais suave, embora ainda firme.

— Tô começando a achar que ele não gosta de mim! — disse Rem, segurando o filho de Mira em um braço enquanto equilibrava sua própria filha no outro. Ela tentou manter o tom descontraído, mas o bebê chorando sem parar começava a testá-la.

— Ele só está agitado pelo barulho! — respondeu Mira, pegando a criança em seu colo com delicadeza.

Assim que sentiu o toque da mãe, o garoto parou de chorar quase instantaneamente. Rem estreitou os olhos para o bebê.

— Sei... — disse ela, com um toque de ironia.

— Se parar de encarar ele, talvez ele pare de chorar contigo também! — provocou Mira, com um sorriso leve.

— Sua irmã não chora comigo! Yuta é que é um garoto chorão! — retrucou Rem, ajustando a posição da própria filha nos braços.

Na manhã seguinte, perto da muralha... O céu já começava a clarear com os primeiros tons de um novo dia, mas o cansaço estava estampado nos rostos de todos.

— Que sono! — reclamou Lena, sentada no chão perto da muralha, esfregando os olhos enquanto soltava um bocejo.

— Virar a noite de vigia... fazia tempo que não fazíamos isso! — comentou um soldado do esquadrão dela, ajeitando a arma enquanto olhava para ela e com expressão cansada.

— Os outros esquadrões também estão de vigia, então não podemos reclamar! — disse Lena, espreguiçando-se como um gato preguiçoso. — Só que dormir no chão é ruim demais!

Antes que mais reclamações surgissem, um dos soldados apontou para algo no campo à frente.

— Líder, dá uma olhada! — alertou, sua voz carregada de preocupação.

Todos os olhares se voltaram para uma figura solitária que caminhava lentamente em direção à muralha. Era uma pessoa coberta por um manto escuro com um capuz que escondia o rosto. A figura parecia vir diretamente da direção da capital.

— Está vindo da capital... Será que é um civil que escapou? — perguntou Lena, franzindo o cenho. — Não baixem a guarda! — disse, avançando alguns passos na direção da figura, mas com cuidado.

Os soldados ajustaram suas posições, segurando as armas com firmeza, prontos para qualquer ameaça.

Quando Lena chegou a uma distância segura, ergueu a mão, sinalizando para a figura parar.

— Fique parado aí e se apresente! O que você quer? — exclamou Lena, sua voz firme cortando o ar.

A pessoa ignorou o comando e continuou caminhando lentamente, cada passo parecendo mais ameaçador.

— Fique parado aí! — repetiu Lena, com um tom mais severo. — Eu não queria fazer isso, mas você não está me dando escolha!

Lena levantou a mão em um gesto claro, e imediatamente o esquadrão inteiro apontou suas armas para a figura misteriosa.

— Não se mova ou vamos atirar! Vou perguntar de novo: o que você quer? — gritou ela, a tensão agora visível em seu rosto.

A figura continuou avançando, sem dizer uma palavra. Quando finalmente entrou no campo de visão completo de Lena, a líder parou abruptamente. Sua expressão mudou em um instante de autoridade para puro terror. Seus olhos se arregalaram, e ela deu um passo involuntário para trás.

— Atirem! — ordenou ela, sua voz carregada de urgência e medo.

Os soldados hesitaram por um breve segundo, confusos com a reação de Lena, mas o tom em sua voz não deixava espaço para dúvidas. Eles abriram fogo, as rajadas ecoando pela aréa.

O manto da pessoa estava completamente perfurado pelos tiros, mas, de forma surreal, ela permanecia de pé, imóvel, como se os disparos não tivessem tido qualquer efeito.

Os soldados, perplexos, cessaram fogo.

— Que tipo de piada é essa, malditos ghouls?! — exclamou Lena, tentando recompor-se.

— Morreu em pé... O que essa pessoa estava pensando? — disse um soldado, aproximando-se cautelosamente de Lena, sua voz carregada de incredulidade.

Lena estreitou os olhos, sentindo o ar ao seu redor pesar de forma opressiva. "Tem algo errado... Meus instintos estão gritando isso!" pensou ela, encarando a figura imóvel com crescente desconfiança.

De repente, como se seu corpo tivesse respondido sozinho, Lena soltou um grito:

— Desviem! Agora!

Mas era tarde demais. No instante em que Lena gritou, a figura manifestou um tentáculo grotesco que se moveu com uma velocidade absurda, cortando o ar como uma lâmina viva. Em um só golpe, todo o esquadrão de Lena foi eliminado. Gritos abafados e o som das armas caindo ecoaram pela muralha enquanto o sangue tingia o chão.

Lena conseguiu se abaixar no último segundo, o tentáculo passando a centímetros de sua cabeça.

— Por quê? — gritou ela, o pavor estampado em seu rosto enquanto observava a figura avançar lentamente em sua direção.

A criatura, ainda envolta pelo manto rasgado, parou de repente e ergueu o olhar para o céu. Por um breve momento, parecia contemplar algo distante, e então, sem dizer uma palavra, manifestou suas asas e alçou voo, desaparecendo rapidamente no horizonte.

Lena caiu de joelhos no chão, seu corpo tremendo enquanto olhava para os corpos de seus companheiros.

— Meu esquadrão! — sussurrou ela, sua voz entrecortada pelo choro. Lágrimas escorreram por seu rosto enquanto o peso da perda esmagava seu coração.

A cena muda para a base...

Na base, Mira ajustava os cobertores de seus dois pequenos — seu filho e sua irmãzinha, ambos deitados em carrinhos de bebê, inquietos e chorando.

— Vocês dois, esperem só mais um pouco! Eu vou pegar alguma coisa pra mim comer e já trago pra vocês também! — disse Mira, tentando acalmá-los.

Os dois bebês estavam cheios de energia, mas o choro de fome ecoava pelo refeitório. Mira suspirou, dando-lhes um olhar terno antes de caminhar apressada em direção à cozinha.

Enquanto ela estava ocupada pegando alimentos, uma sombra surgiu na entrada do refeitório. Era uma figura encapuzada que se moveu silenciosamente até a mesa onde os carrinhos de bebê estavam. A figura sentou-se à mesa, encarando os dois pequenos com uma postura estranhamente calma.

Os bebês, que até então choravam incessantemente, pararam de repente. Seus olhares se fixaram na figura encapuzada, e o silêncio tomou conta do ambiente.

— Eu já tô indo aí! Pode olhar os dois rapidinho! — gritou Mira da cozinha, ouvindo os passos da pessoa que havia entrado.

Ela estranhou que não houvesse resposta, mas continuou organizando a comida, incluindo algo para a pessoa misteriosa que parecia estar cuidando dos bebês.

Os pequenos permaneciam fixados na figura, sem emitir nenhum som. O refeitório, que há pouco estava cheio de choros e lamentos, agora parecia mergulhado em um silêncio quase sobrenatural.

A pessoa pegou a garrafa que estava sobre a mesa. Alguns segundos depois, Mira estava terminando de organizar a comida.

— Que barulho é esse? — exclamou Mira, confusa.

Carregando os alimentos, ela saiu apressada da cozinha. Assim que chegou lá fora, uma visão a paralisou. Por um instante, era como se o tempo tivesse parado. Kay estava sentado ali, tranquilamente tomando café e sorrindo enquanto observava as crianças deitadas nos carrinhos.

"Não pode ser... isso não faz sentido..."

O som de algo se partindo trouxe Mira de volta à realidade. Ela piscou os olhos, e a cena mudou. À sua frente, havia um ghoul. Ele tinha uma aparência assustadoramente semelhante à de Kay, mas era impossível ignorar os aspectos grotescos: a pele acinzentada, os olhos vermelhos brilhantes e os dentes afiados que rasgavam a garrafa junto com o café que estava dentro.

As mãos de Mira tremeram, e os alimentos caíram ao chão. Em um impulso, ela correu para os carrinhos, puxando as crianças para perto da entrada, tentando protegê-las.

Nesse instante, o alarme de ghouls ecoou por toda a base, um som estridente que fazia o coração acelerar.

A voz de Lena veio pelo rádio, carregada de urgência:

— Tem um ghoul que parece o Kay! Ele matou todos os meus soldados e depois voou para longe, na direção da base!

Mira respirava pesadamente. Memórias do passado e imagens do futuro que ela desejava vivenciar passaram em um turbilhão pela sua mente. Seus batimentos dispararam, e ela sentiu o peso de cada escolha que a trouxe até ali.

— Filha! — gritou Rem, entrando no local acompanhada pelo esquadrão de Joana.

Os soldados cercaram o ghoul, que ainda mastigava os restos da garrafa com calma assustadora.

— Que merda é essa? — exclamou Joana, apontando suas lâminas para a criatura.

— Leve as crianças e a Mira daqui! — ordenou o ex-capitão, aproximando-se da porta do refeitório.

Rem não hesitou. Agarrando Mira e os carrinhos, ela se retirou com pressa, protegendo os pequenos.

O ghoul terminou de devorar a garrafa, limpando a boca com as costas da mão. Então, pela primeira vez, levantou os olhos e fixou o olhar em Joana. Ele ignorou completamente os outros soldados, como se não fossem dignos de sua atenção.

— Se quer lutar, vamos lá para fora! — desafiou Joana, estreitando os olhos.

A voz de Lavel surgiu pelo celular de Joana, interrompendo o momento tenso:

— Ele só vai atacar se vocês atirarem. Foi isso que aconteceu com o esquadrão da Lena.

— O que é para fazer, então? — rosnou Joana, apertando ainda mais o cabo de suas lâminas.

— Esse ghoul deve estar no nível de um general. Prendam-no e levem-no para o instituto! — instruiu Lavel.

Joana riu, incrédula.

— Quer que eu arrisque meus soldados para capturar esse ghoul? Tá brincando! Isso deve ser obra do General Preguiçoso!

— Aqui não temos estrutura para prender um ghoul desse nível. E o cheiro dele vai atrair outros. Levá-lo para o instituto é a melhor opção. Lá eles podem estudar os poderes do general através desse ghoul! — argumentou o ex-capitão.

Joana rangeu os dentes, olhando ao redor.

— Tragam correntes, gaiolas ou qualquer coisa feita de noxium que impeça esse ghoul de se mover sem machucá-lo! — disse ela, sua voz carregada de frustração e determinação.

Alguns soldados saíram correndo para buscar os equipamentos necessários. Os restantes permaneceram em alerta, prontos para agir ao menor movimento do ghoul.

A criatura, no entanto, não fez nada. Continuava sentada, seus olhos fixos em Joana, como se a estivesse estudando. O silêncio era quase insuportável, uma pausa tensa que fazia até o ar parecer mais pesado.

"Isso não vai acabar bem..." Joana pensou, apertando ainda mais as lâminas.

Os soldados retornaram, arrastando correntes pesadas, e Joana se aproximou com cautela. O ghoul, no entanto, não se moveu, mas seus olhos, fixos nela, nunca deixaram de brilhar com uma intensidade inquietante.

Joana foi rápida. As correntes se encaixaram com precisão, prendendo os braços do ghoul com um estalo seco. Num movimento ágil, ela o derrubou no chão com uma força brutal. Outro soldado rapidamente prendeu as pernas do ghoul, e assim, em uma ação coordenada e sem falhas, um general foi capturado.

— Por que não alertou antes? — exclamou Joana, a irritação evidente em sua voz.

— Ele estava com capuz e, pela silhueta humana, me fez acreditar que fosse alguém usando um traje! — explicou Lavel, com um tom de desculpas, mas a tensão ainda pairando no ar.

— Como devemos levar ele? — indagou Joana, seus olhos fixos no prisioneiro, que permanecia inerte no chão.

— Vão voando. Tudo indica que o general consegue usar os ghouls que cria como antenas para perceber o que está acontecendo ao redor deles! — respondeu Lavel, já formulando planos.

Joana manifestou um tentáculo que se enrolou ao redor do corpo do ghoul, erguendo-o com facilidade. Ela se retirou do local, o ghoul suspenso pelo tentáculo, enquanto os soldados mantinham a guarda alta, ainda desconfiados de qualquer movimento.

A entrada se abriu, e o som do metal rangendo parecia cortar o silêncio da noite.

— Avise para a Mira que estamos levando o ghoul como prisioneiro para o instituto! — ordenou Joana, sem desviar o olhar do ghoul.

— Vão com cuidado! — avisou o ex-capitão, sua voz grave e tensa.

Com um gesto, Joana manifestou suas asas e, com um impulso poderoso, alçou voo. Os soldados seguiram sua liderança, voando ao seu redor

Alguns minutos depois...


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