Chapter 117: Capítulo 118: Monarca e Generais!
Como o traje estava dentro de uma cápsula de vidro no laboratório, a fumaça rapidamente tomou toda a visão. Kay tossiu, tentando cobrir o rosto com o braço, e tirou o traje apressadamente, deixando-o onde estava.
— Eu senti... iluminação! — disse ele, tossindo enquanto tentava recuperar o fôlego. — Pode levar essa cápsula embora. Não faz sentido usá-la se minha mãe não está aqui para me ajudar!
Parte do teto do laboratório começou a se abrir com um som mecânico e preciso. Uma estrutura metálica desceu lentamente. Era uma garra robótica articulada, feita de material brilhante e reforçado, como se tivesse sido construída para suportar imensas cargas.
A garra se moveu suavemente, prendeu-se à cápsula de vidro e a ergueu com precisão, subindo pelo teto até desaparecer completamente. Ficou claro que havia outra sala acima, conectada por mecanismos ocultos que trabalhavam em perfeita sincronia.
— Tudo que é controlado de forma semi ou automática já foi integrado ao sistema. Se algo não estiver funcionando, me avise para corrigir. Vou implementar mais coisas na casa depois! — disse Kay, ajustando algumas configurações no painel.
— Tudo em perfeitas condições! — respondeu Lavel, sua voz artificial carregando um tom animado.
Kay assentiu, pensativo.
— Preciso de materiais para construir outras salas. Faça uma estimativa do que será necessário e, se tivermos dinheiro suficiente, faça o pedido ao reino. Deixe no local de sempre. Vai ser uma área de testes para as armas, então não precisa ser tão grande!
— Pedido enviado. Também concluí o pedido anterior feito pelo seu pai. — informou Lavel.
Kay parou por um instante, processando a informação.
— É verdade... — murmurou ele. — Já temos os materiais. Meu pai não chegou a construir a área que ele queria.
— Posso cancelar o novo pedido, se preferir. — sugeriu Lavel, com uma carinha atenta aparecendo na tela.
— Não precisa. — Kay sorriu levemente, os olhos brilhando com uma nova ideia. — Vou construir um túnel até a casa da Mira. Já que vou morar lá, é melhor ter uma sala de pesquisa por lá também.
Lavel piscou na tela, como se aprovasse o plano.
No tempo atual:
A gravação mudou para uma área afastada dentro do reino, onde dois ghouls conversavam em tom baixo, mas com uma aura de urgência.
— O general informou que o monarca vai fazer uma visita. Parece que os humanos já têm as vinte fêmeas grávidas que ele queria! — disse um dos ghouls, sua voz carregada de desprezo.
— Vou avisar os outros! — respondeu o segundo ghoul, voando dali com urgencia
— Aquele maldito está vindo de novo... — murmurou Mira, pensativa, enquanto observava o horizonte. — "Espera, talvez dê para enfrentá-lo com aquelas armas!"
— Não faça isso! — alertou Aiko, aproximando-se rapidamente. — Deixe o instituto pesquisar sobre elas primeiro. É melhor termos mais munição e armamento quando for a hora de revidar.
— Se ele vier com intenções de nos atacar, não vai dar para segurar. Mas não vamos tomar a iniciativa! — respondeu Mira, firme.
— Obrigada! — disse Aiko, respirando fundo antes de se virar para Lavel. — Lavel, quero os dados apenas do processo de construção das armas. Me envie isso!
— Tá! — respondeu Lavel prontamente.
— Vamos ficar ausentes por alguns dias. Vou colocar todo o instituto para trabalhar. Então, não se preocupe se não ouvir notícias nossas. — Aiko tentou tranquilizar Mira, enquanto ajeitava os papéis em sua prancheta.
— Boa sorte. — disse Mira, em tom sério.
Lavel, de forma eficiente, ocultou o vídeo do instituto, garantindo sigilo absoluto.
— As munições são feitas com carne de ghouls como material principal. Depois que são disparadas, levam pouco tempo para virar pó! — informou Lavel, sua voz mecânica ressoando na sala.
— Então, podemos usar sem correr o risco de eles descobrirem que as armas são feitas de ghoul... O problema é que as próprias armas ainda têm o cheiro de ghoul. Isso não adianta muito. — disse Fernanda, cruzando os braços enquanto pensava em uma solução.
— O caminhão agora pertence à divisão do exército. Não me importo se o levarem para as suas guerras. — comentou Lavel, indiferente.
— Isso deve resolver o problema do cheiro, mas não podemos deixar nenhum ghoul vivo para informar os outros sobre as armas. — pontuou Mira, séria.
— O monarca e dois generais estão vindo. Não vão demorar! — alertou o mini-ghoul, nervoso.
— Ele tem mais dois? Além daquele que esteve aqui antes? — exclamou Mira, surpresa.
— Sim! — confirmou o mini-ghoul.
— As armas são mais adequadas para aqueles que têm maior compatibilidade com o traje. Baseando nos dados dos soldados, recomendo que sejam distribuídas dessa maneira quando forem usadas. — informou Lavel, projetando os dados na tela.
— Você pulou muitos soldados com compatibilidade maior. Por quê? — perguntou Rem, franzindo a testa.
— Baseei-me no desempenho em lutas anteriores, na capacidade de usar as armas de ghouls, na vontade de lutar mesmo contra inimigos mais fortes e no potencial de crescimento. — respondeu Lavel de forma precisa.
— Então tá. — respondeu Rem, aceitando os critérios.
— Mais alguma informação importante? — perguntou Mira, voltando sua atenção para Lavel.
— Recomendo que instalem sensores em áreas importantes para identificar ghouls. A habilidade daquele general pode permitir que ele mimetize humanos também. — disse Lavel, projetando na tela uma imagem capturada pelo sistema de segurança do general que atacou anteriormente.
— Nisso, ela tem razão. Por que não pensamos nisso antes?! — exclamou Fernanda, frustrada.
— Deixo isso com vocês. Agora, vamos lá receber esse monarca. — disse Mira, determinada.
A cena muda.
Na entrada da base, o monarca se aproximava, um sorriso cínico estampado em seu rosto.
— Isso que é uma bela recepção! — disse ele, com um tom que misturava sarcasmo e aprovação.
Os soldados estavam posicionados estrategicamente dentro e em cima da base, prontos para qualquer eventualidade. Do lado de fora, estavam o monarca, três generais e um grupo de ghouls que o acompanhavam.
Mira estava à frente do exército, ladeada pelos líderes e por sua mãe.
— O que você quer? — perguntou Mira, firme, encarando o monarca.
— Vim parabenizá-los. Não esperava que também tivessem grávidas do lado de vocês. Atingiram a meta de dois meses. Humanos são mesmo impressionantes! — comentou o general, com um sorriso de escárnio.
— Não pra você. — rebateu Mira, fria.
O monarca riu, desinteressado.
— Estou ciente. Mas não vim aqui só por isso. Ouvi falar sobre um ghoul que está com vocês. Ele conseguiu chamar minha atenção e a de um dos meus generais. Depois, fomos informados de que havia o cheiro de um general neste reino, mas que desapareceu de repente. Quero perguntar se viram esse general. Tenho certeza de que esse ghoul que está com vocês saberia diferenciar os níveis dos ghouls.
Mira cruzou os braços, mantendo o olhar fixo nele.
— Ouvimos sobre isso, mas não vimos nenhum general... além desse aí do seu lado.
O general que havia atacado anteriormente riu, balançando a cabeça. (vou dar um titulo temporario para ele: General Preguiçoso)
— Não guarde rancor contra mim. Lidar com humanos é um tédio.
— Você, pequeno ghoul, jure lealdade a mim e eu farei de você um general! — declarou o monarca, sua voz grave e autoritária reverberando pelo campo.
— Faça aquilo que eu te ensinei! — disse Himitsu, lançando um olhar firme ao mini-ghoul.
O pequeno ghoul hesitou por um momento, como se ponderasse as palavras do monarca. Então, de forma surpreendente, ergueu o dedo médio e gritou:
— Vai se f****!
Um silêncio pesado tomou conta do lugar por alguns segundos, até que o general caído exclamou, confuso:
— O que significa isso?!
— Ele está recusando a oferta do monarca... de uma forma bastante rude. — explicou o executor, com um tom quase divertido.
O monarca arqueou uma sobrancelha, intrigado.
— Por que vai ficar ao lado dos humanos, sabendo qual será o destino deles? — questionou, com uma ponta de incredulidade.
— Porque eu quero! — respondeu o mini-ghoul, sem hesitar.
— É uma batalha perdida, e você sabe disso. — disse o monarca, sua voz carregada de convicção.
— Humanos podem surpreender. — rebateu o mini-ghoul, firme, enquanto sua pequena figura emanava uma determinação desafiadora.
O monarca sorriu, mas seus olhos refletiam algo entre desprezo e curiosidade.
— Estou interessado nesse tal capitão da primeira divisão. Os humanos estão dizendo que ele é mais forte do que aquele humano que enfrentei no passado. Vocês também acreditam nisso? — perguntou ele, olhando para os líderes humanos à sua frente.
— Claro que não! — respondeu Rem, com frieza. — O Alpha Zero com certeza era mais forte.
— Eu queria testar isso, mas é uma pena que esse humano esteja no território de outro monarca. — disse o monarca, fingindo um suspiro de lamentação. — Vocês não conseguem trazê-lo para cá? Em troca, eu garanto que não vamos impedir o tráfego de vocês, como fizemos ontem.
— Isso até seria bom, mas ele já deixou claro que não vai se envolver em outros reinos. — respondeu Himitsu, mantendo a compostura. — Então, se quiser enfrentá-lo, vá até lá pessoalmente.
O monarca fixou seus olhos em Himitsu, com um sorriso enigmático.
— Seu cheiro, humana... — disse ele, aproximando-se levemente. — Você parece ter alguma relação com o humano que matei. E essa sua intenção de matar... está claramente direcionada a mim. Vejo potencial em você, mas, pelo que sinto, ainda é fraca.
Himitsu deu um passo à frente, o olhar em chamas.
— Me enfrente, e eu te mostro quem é fraca! — desafiou ela, sua voz carregada de provocação.
O monarca riu, como se o desafio fosse um entretenimento passageiro.
— Parece estar com dificuldade, humana. E eu não tenho interesse em enfrentar alguém ferido. — disse ele, desviando o olhar com desdém. — Os humanos deste reino, começaram a se reproduzir como animais famintos. Talvez vocês devessem aceitar seu destino e fazer o mesmo... mas confesso que isso seria entediante.
Ele então deu um passo atrás, com um sorriso predatório.
— Continuem resistindo. Mostrem-me o futuro que aquele humano almejava. Vamos ver se vocês conseguem fazer jus a ele.