power ranger das dingy

Chapter 1: capítulo 1



Tá de brincadeira com a minha cara, bem que achei essa merda estranha.

Vendo as botas sumirem como em um passe de mágica. Olhei para os lados e saí de baixo da cama do quarto de hospital, encontrando o Rocky deitado como se fosse uma múmia.

— Achei que vocês iriam morar aí embaixo. — brincou, ele me fazendo virar e sorrir.

— O Justin não pode vir, então trouxe seu Walkman e alguns livros. — agindo naturalmente, como se não tivesse visto nada ou ouvido, coloquei a sacola de papel na mesinha.

— Sei que ouviu tudo. — comentou.

— Não se preocupe, eu não vou sair por aí falando nada.

— Sei disso. Se não, teria revelado que está aí no momento em que meus companheiros entraram.

— Conheço esse olhar, é o mesmo que a minha irmã faz quando tá querendo algo. — vendo seu olhar ansioso, ele não vai me pedir pra ir lutar com alienígenas destruidores de mundos no lugar dele não, né?

— Bem, já que comentou... nesse momento eles precisam de ajuda e você é a única pessoa que pode fazer isso.

— Acho que existam outras pessoas por aí. Tipo, umas bilhões de pessoas? Não me leve a mal, mas sinceramente isso aí é furada. Tipo, eu só tenho 14 anos, não sou nada inteligente e nem sei lutar...

— A Terra tá em perigo. Sei que tô pedindo muito, mas realmente aqueles quatro precisam de ajuda, Ethan. — ele me encarou da cama, e eu passei a mão nos meus cachos os jogando pra trás, deveria ligar pro Justin? O desgraçado teve que gripar logo nesse momento?

— Se negar, a Terra por acaso vai sobreviver? — perguntei, vamos ser realistas Ethan, se os Power caíram, as chances são de 99% de destruição e 1% de escravidão. — Tá, eu aceito, não é como se tivesse escolhas. — Cadê os direitos humanos? Ou universais de proteção a menor?

— Desculpas por te colocar nessa, Ethan. — sorriu, sem opção, não querendo enviar esse garoto para essa situação, mas sem outra escolha. Tirando o que parecia uma pulseira dourada do pulso, ele me entregou o que me fez levantar o braço e pegar relutante. — Você precisa ir pra base, lá o Alpha vai te explicar tudo. O morfador está lá, não se preocupe, os outros vão te proteger. — olhando pra ele igual a uma maldita múmia, quase acreditei se não fosse pelo seu estado miserável. Apertando o botão do bracelete, uma voz robótica fraca apareceu.

— Rocky, você tá bem? Os outros acabaram de sair para resgatar o Lerigot e...

— Escolhi alguém para me substituir e ajudá-los, Alpha. O teleporte para a base, não podemos perder tempo.

— Certo... só um momento, Rocky. — informou.

— Se cuida e tenha cuidado.

— Cara, você me deve uma depois dessa. — respondi, enquanto uma luz começou a me envolver me fazendo fechar os olhos. Os abrindo em uma sala, dentro de uma caverna, computadores, painéis de luzes e um tubo grande branco.

— Olá? — falou um ser com vermelho e preto, me fazendo gritar.

— Puta merda! Que susto. — colocando a mão no peito, olhei para o ser mais baixo que eu.

— Aí, aí, aí, aí... uma criança? — perguntei, ele também assustado.

— Adolescente. Já deixei de ser uma criança, Alpha 4, não é... — olhando em volta dou um passo pra trás ao ver uma cabeça aparecendo no tubo grande.

Esse é o Zordon? Nunca imaginei um dia me encontrar com ele, talvez na minha outra vida quando assisti pela TV.

— Vejo que o Rocky escolheu seu sucessor. — falou a cabeça.

— Não. Sou substituto de última hora. Sem sucessor, tô fazendo meio período aqui. O Rocky me falou por alto, não vou contar nada do que acontece aqui e esse lance de Power.

— Aí, aí, aí, aí, Zordon, tem certeza que é uma boa ideia?

— Alpha, não temos tempo. Se o Rocky o escolheu é porque confia nele.

— Certo, Zordon. — concordou, balançando a cabeça. Bem, até esse robô sabe que isso é uma má ideia. Por favor, isso aqui não é um filme ou série! É a maldita realidade.

— Nesse momento, enquanto conversamos, Divatox, uma pirata maligna, está a caminho da Ilha do Triângulo de Nemesis. Ela busca libertar um antigo ser que está selado lá, um ser conhecido como devorador de estrel...

— O Rocky me falou do tal transformador, ou melhor, morfador. Já entendi, precisamos salvar esse Lerigot e impedir essa tal de Divatox, e impedir que essa coisa lá acorde e resolva fazer um lanche com a Terra. Bem... a Terra não é uma estrela, mas vai que a fome tá demais.

— Alpha, entregue o morfador Turbo pra ele. — mandou, me fazendo olhar para o bracelete metálico robusto, base de titânio polido negro com linhas vermelhas energizadas, no centro uma ranhura em forma de chave.

Ao redor da ranhura, pequenos glifos emitem um brilho azul sutil.

O pegando, o coloquei no pulso, parando os olhos em uma chave com o cabo azul.

— Para se transformar você precisa encaixar a chave, girar e falar "Turbo ativar". — explicou Zordon. — E esse é o seu carro. — abrindo a boca, olhei para o SUV blindado. Cara, olha o tamanho dessa máquina! — Pneus resistentes a perfuração, compartimentos ocultos para armamento e ferramentas. Guerreiro, tenha cuidado na batalha.

— Ok, vou tentar voltar vivo. — disse, caminhando até o carro. Ao ver a porta abrir sozinha, entrei e senti o cheiro de couro novo invadir meu nariz.

Colocando o cinto, a chave dele é a mesma da transformação. Até que é prático e confortável também. Colocando a chave, girei, vendo o painel acender com as coordenadas dos outros carros.

— Hein, a saída é pra trás? — perguntei botando a cabeça pra fora do vidro, colocando a mão no volante ao ver o Alpha balançar a cabeça.

Não vamos perder tempo. Pisando no acelerador, saí com pressa. Por que diabos tô fazendo isso ainda era a questão.

Sinceramente.

Não tinha necessidade, mas aqui estou, indo salvar o mundo. Não tinha como o que lembrava do que assisti fosse real, aquilo era uma série antiga pra criança, nela pessoas não morrem.

Aqui não. Os hospitais estavam lotados de pessoas feridas e até mesmo dez delas morreram.

Será que a minha mãe tá bem? Só espero que ela não surte quando perceber que não estou em casa.


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