The return of villainess

Chapter 12: Bait



Lisa olhou para Alec, ainda um pouco desconectada da realidade enquanto tentava entender o que estava acontecendo.

Outro homem se virou para ele, Teo, com quem ele havia discutido no dia anterior.

"Onde você estava? Perdemos dois tentando matar este lobo. Se você estivesse aqui, teríamos conseguido sem nenhuma baixa."

Alec suspirou, exasperado.

"Olha você reclamando, Teo! Não vê potencial nisso?" Ele apontou para o macho. "Um lobo de duas listras, muito melhor que um leão, né?"

Ele se virou para os outros homens.

"Qual de vocês absorverá a energia da alma dele?" ele perguntou.

"Eu vou!"

"Você já fez isso antes, agora é a minha vez!"

Vários homens começaram a discutir até que finalmente foi decidido que Teo faria isso.

Lisa só pôde observar, incrédula, enquanto o macho se mantinha sobre o cadáver do lobo e se concentrava. Lisa não sabia exatamente o que ele fazia, mas logo uma espécie de névoa branca emergiu do cadáver, fluindo em direção ao outro macho.

Em instantes, Teo, que tinha apenas uma listra no pescoço, formou outra. Sorriu, animado, enquanto admirava as duas listras que agora estavam em sua pele.

"Somos iguais agora, Alec", ele disse arrogantemente. "Ambos com duas listras."

Alec não disse nada, apenas sorriu enquanto observava a cena.

"Eu te disse, não disse? Com ​​a fêmea aqui para atrair os machos, matar será mais fácil de agora em diante. Este lobo foi apenas o primeiro, outros virão, e nós ficaremos muito mais fortes."

Todos, sem exceção, comemoraram com entusiasmo a notícia. Mas Lisa, observando de lado, sentiu uma onda de horror tomar conta dela enquanto tudo começava a fazer sentido em sua mente, trechos de conversas e eventos de repente faziam sentido.

Os coelhos viviam apenas entre os seus até que a vila se abriu para outros homens-fera.

Os machos deixaram de ser desejados e gradualmente perderam seu lugar entre as fêmeas para espécies mais fortes.

Alec e um grupo de homens-fera partiram para ficarem mais fortes.

Os coelhos estavam atrás do leão listrado no dia em que Lisa seria vendida. O que eles poderiam querer com o leão em uma vila onde só viviam animais selvagens?

A resposta era simples, quase óbvia: eles também eram selvagens.

Cada criatura viva neste mundo possuía energia da alma. Os machos absorviam a energia de alguns desses seres para se tornarem mais fortes. Monstros, colossos, todos deixavam sua energia para trás ao morrer, e os machos a absorviam após uma batalha para se tornarem mais poderosos.

Mas havia aqueles que não extraíam energia dessa forma: os selvagens. Machos sem aldeias ou afiliações que viviam de forma selvagem, sequestrando fêmeas e se fortalecendo de uma maneira mais simples: matavam outros machos e absorviam sua força.

Era isso que os homens-coelho planejavam fazer com o leão antes de Lisa aparecer.

Lisa nunca tinha pensado nisso antes porque, pelo que sabia, os coelhos selvagens viviam sozinhos, não em grupos. Pelo menos era assim no livro. Mas esses coelhos eram fracos demais para matar outros machos sozinhos, não eram?

Ela olhou para Alec, que parecia satisfeito com a carnificina.

Esses machos seguiam um líder, atacando presas maiores em bandos, e então um deles absorvia a energia da alma para ficar mais forte.

Agora o papel de Lisa nessa história ficava mais claro. Por que Alec parecia tão satisfeito com ela? Os machos queriam fêmeas neste mundo, era o seu maior desejo, mas fêmeas eram raras.

Por que um homem a ajudaria sem esperar algo em troca se ele não a desejasse?

A cena de hoje deixou tudo mais claro. Lisa seria a isca, atraindo os machos, um por um, para que o grupo de coelhos pudesse emboscá-los como fizeram hoje.

Era tudo uma armadilha enorme, e ela era a isca perfeita neste mundo onde as mulheres eram tudo.

Lisa gostava de se considerar inteligente. Ela havia conquistado uma bolsa de estudos por conta própria, sem nunca ter frequentado cursos preparatórios ou pago por materiais de estudo. Estudando online, ela conseguiu entrar na faculdade dos seus sonhos e se manteve com um emprego de meio período. Ela sempre se orgulhou de sua inteligência e de estar sempre certa.

Pela primeira vez, ela desejou estar errada, que tudo o que pensava não fizesse sentido. Mas fazia. Fazia um sentido terrível.

Alec dissera que aquele homem morto era apenas o primeiro, não é? Seria esse o futuro dela, passar a vida guiando inocentes para a morte?

Lisa vomitou. Tudo aquilo era demais, aquele mundo, a violência gratuita que acontecia nele. Era tudo uma loucura.

Meu Deus, ajudei a assassinar alguém.

Alec, que ainda observava os outros coelhos, aproximou-se dela ao ouvir o som de vômito.

"O que houve, mulher?", ele teve a audácia de parecer preocupado.

O que houve? Lisa olhou para ele com ódio.

Ele a enganou, disse que a ajudaria a encontrar homens fortes, e agora o que ele fez? Usou-a para cometer assassinato. E teve a audácia de perguntar por que ela estava chorando?

Lisa não se considerava uma pessoa agressiva, mas investiu contra o homem com raiva e lhe deu um tapa no rosto com toda a força. Ele pareceu surpreso.

Como ele ousa?

Ela continuou, rosnando enquanto usava toda a sua força para acertá-lo.

"Mulher, o que houve?", ele pareceu alarmado. "Pare com isso!"

Ele agarrou os braços dela, procurando em seu rosto alguma razão para o ataque repentino.

Lisa lutou para se libertar. Usou toda a sua força, puxando os braços com todo o peso do corpo. Não adiantou. A facilidade com que ele a conteve só a deixou mais furiosa.

Como esse mundo pode ser tão injusto?!

Lisa o chutou, mas não pareceu surtir efeito. Então, como suas mãos estavam presas e seus chutes não causaram dano, ela usou a única coisa que conseguia mover. Lisa jogou a cabeça para trás, ganhando impulso, e então a jogou para frente, acertando a testa em cheio no nariz dele.

Ele a soltou, gemendo de dor, e Lisa correu. Ela não tinha ideia de para onde estava indo, apenas que precisava fugir. Ela não suportava ver todos aqueles homens comemorando ao lado do cadáver do homem inocente que ela ajudara a matar.

Só o pensamento foi suficiente para fazê-la quase vomitar novamente.

Ela correu para a floresta, ignorando a dor dos galhos arranhando-a ou dos tropeços. Ela só precisava se afastar de tudo.

Mas não havia para onde correr. Lisa parou quando o pensamento começou a se enraizar. Para onde ela iria, afinal? Não havia como sair daquele mundo e, se houvesse, ela não sabia como.

Para onde ela correria? Olhou ao redor. Só havia floresta. Uma extensão infinita de verde e mais verde. Lisa odiava ser racional naquele momento, mas a verdade era que não tinha para onde ir e nenhuma força para se proteger naquele mundo, onde coisas como magia e monstros eram reais.

E daí se Alec a usou para matar a sangue frio? O que ela poderia fazer? Rebelar-se? E então como ela sobreviveria? Como ela se alimentaria?

Sozinha naquela floresta selvagem, Lisa percebeu que poderia morrer de sede.

Não havia escapatória. E foi essa sensação de impotência que finalmente a fez cair de joelhos. Lisa viu um aglomerado de raízes e sentou-se sob elas, escondida da vista, e finalmente chorou, abraçando os joelhos e enterrando o rosto nos braços. Foi um choro feio, com soluços incontroláveis ​​que a deixaram sem fôlego. E Lisa simplesmente desabafou.

Quando foi a última vez que ela chorou assim? Provavelmente nunca desde que se tornou adulta. Sentada ali, ela finalmente notou a sujeira em seu corpo, o sangue seco que fedia e grudava em sua pele, e de alguma forma isso só a fez chorar mais.

Ela ouviu o som de passos pouco depois.

"Mulher?" Era Alec, ele a havia encontrado.

Lisa não parou de chorar até senti-lo agachar-se ao seu lado.

"O que houve, mulher?" ele perguntou, um pouco sem fôlego.

Seu cabelo ruivo bagunçado, a preocupação e o leve desespero em sua expressão não combinavam com seus olhos vermelho-sangue, mas Lisa continuou chorando, ignorando tudo isso.

Ela acabara de entrar em um mundo cheio de assassinos, canibais e monstros, onde pessoas eram compradas, vendidas e sequestradas. Mas era a violência casual e a falta de consideração pela morte que mais a devastavam. Alec nem parecia entender o que havia de errado com toda aquela situação de assassinato que acabara de se desenrolar.

"Você queria aquele macho para você?" ele murmurou suavemente.

Ela virou a cabeça, recusando-se a encará-lo.

"Vou encontrar uma forte para você, como prometi, mas essa era muito fraca", justificou ele.

Lisa não lhe deu atenção. Aquela criatura cruel e egoísta que matava sem pensar duas vezes.

Ela ouviu um movimento, e logo Alec estava bem ao seu lado. Lisa sentiu uma mão acariciando suavemente seus cabelos.

"Não chore, mulher. Prometo que não farei isso na sua frente de novo."

Lisa queria gritar com ele. Ela não queria que houvesse uma próxima vez! Ela só queria ir para casa.

Ela sentiu braços a envolvendo, e logo uma cabeça descansou na sua.

Ele a abraçava, um abraço forte e firme. Seguro. E apesar de ele ser a principal fonte de sua raiva, Lisa aceitou, derretendo-se no gesto. Ela estava sozinha neste mundo, e este era o primeiro ato de gentileza que recebia desde que chegara.

Lisa sentiu-se como uma planta finalmente regada depois de tantos dias sem chuva. Ela simplesmente absorveu tudo o que pôde, esperando que fosse o suficiente. Gradualmente, seus soluços diminuíram. Alec passou o braço pelas costas dela, sussurrando que nunca mais a deixaria ver sangue, que sentia muito, que não queria assustá-la.

Ela não conseguia entender o homem que a segurava. Ele tinha acabado de matar alguém sem pestanejar, e agora, ao vê-la chorar, demonstrava preocupação e carinho? Não fazia sentido. Como alguém podia ser tão quente e tão frio ao mesmo tempo?

Lisa não fazia ideia, e parte dela se sentia um pouco louca com toda aquela situação. Mas, no fim, ela retribuiu o abraço. Afinal, naquele mundo vasto e perigoso, ela não tinha mais ninguém.


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