Tetsu no Chikara: Saigo no Kibō

Chapter 124: Capítulo 124: Treino dos recrutas!



Ravena, olhando para ela com um sorriso gentil, respondeu:

— "Vamos fazer uma pausa. O treino de vocês começa depois do almoço!"

— "Tudo bem!" — respondeu a recruta, embora sua expressão ainda mostrasse apreensão.

Depois do almoço, o Quinto Esquadrão estava reunido no pátio. Os novos recrutas, vestindo os trajes de combate, caminhavam em direção ao grupo. O constrangimento era visível em seus rostos, enquanto os veteranos do esquadrão lutavam para conter risadas diante da cena.

— O que é isso? Isso é pra ser uma piada? — exclamou uma novata, franzindo a testa, visivelmente incomodada.

Ravena deu um passo à frente, cruzando os braços e encarando os recrutas com seriedade.

— Infelizmente, não. — Ela fez uma pausa, observando os trajes. — Esses trajes foram projetados por um gênio... que infelizmente já não está entre nós. O que esperamos deles é que liberem mais poder do que os trajes que usamos.

— Tem certeza de que não estão tirando uma com a nossa cara? — insistiu a novata, sua voz carregada de desconfiança.

Ravena arqueou uma sobrancelha, claramente irritada, mas respondeu com firmeza:

— Você parece ser do tipo certinha, igual ao Kratos. Mas vou te lembrar de algo: não estamos vivendo uma época boa para piadas. Agora, diga seus nomes e as porcentagens de compatibilidade.

A novata hesitou, mas respondeu.

— Kaori Minami, 40%.

Os outros recrutas seguiram, um a um, informando suas porcentagens:

— Akira Takeshi, 44%.

— Hiroshi Tanaka, 30%.

— Riku Fujimoto, 29%.

— Souta Ishikawa, 28%.

— Meiko Yamada, 26%.

— Taro Suzuki, 25%.

— Haruto Kuroda, 24%.

— Yuna Nakagawa, 22%.

— Ryota Nakamura, 21%.

— Shiori Matsuda, 20%.

Ravena balançou a cabeça, avaliando as informações, antes de perguntar:

— Perfeito. Agora, me digam: já tocaram em alguma arma antes? Algum estilo de luta que praticam?

— Espadas, — responderam todos, quase em uníssono.

Ela apontou para um canto do pátio, onde armas de treino estavam dispostas.

— Entendo. Ali estão as armas de treino. Escolham uma espada que se adeque ao estilo de vocês e sigam o Slayer. Vamos testar o que sabem!

Slayer, que estava próximo a um banco no pátio, sorriu de canto e fez um gesto chamando-os.

— Estarei esperando ali!

Os recrutas, ainda com olhares nervosos, foram até as armas e escolheram as espadas. Cada um parecia procurar algo que os fizesse sentir mais confiantes. Assim que terminaram, reuniram-se perto de Slayer, que empunhava uma espada de treino com a destreza de um veterano.

— Basicamente, vocês irão me enfrentar. — Ele olhou para os recrutas com um sorriso desafiador. — Vamos identificar os defeitos no estilo de vocês durante o combate. Mas relaxem, é só treino. Ninguém vai se ferir... muito.

Slayer ajustou a postura, assumindo uma posição de combate.

— Primeiro, Shiori Matsuda. Depois, sigam a ordem pela porcentagem!

A jovem Shiori arregalou os olhos, claramente preocupada.

— Sério que eu vou ser a primeira? — perguntou, hesitante.

— Venha! — chamou Slayer, firme e confiante, balançando a espada de treino como se fosse um brinquedo.

Shiori respirou fundo, avançando para o centro do pátio. "Eu consigo. É só treino", pensou, tentando controlar o nervosismo.

— Quando quiser! — disse Slayer, com um tom que misturava paciência e provocação.

Shiori se posicionou, ajustando sua postura com cuidado. Os olhares do Quinto Esquadrão e dos outros recrutas estavam todos sobre ela. O silêncio do pátio era quase ensurdecedor.

O treino estava prestes a começar.

Querem assistir também? — exclamou Ravena, olhando para os líderes que se aproximavam. Com eles estavam Mira, Rem, Himitsu, Fernanda e o ex-capitão, caminhando com passos calmos, mas atentos. Mais ao longe, os outros soldados observavam a movimentação com curiosidade.

— Parece que todos estão curiosos sobre os trajes! — comentou Mira, lançando um olhar na direção dos soldados à distância.

— Esses trajes são, no mínimo, chamativos! — disse Lena, com um sorriso contido, analisando o design peculiar.

Himitsu estreitou os olhos, cruzando os braços e falando em tom baixo:

— Acha que é só isso? — Ela apontou discretamente para cima da base. Lá, o mini ghoul estava observando a cena.

— Espero termos uma boa luta, veterano! — disse Shiori, encarando Slayer com determinação enquanto apertava o cabo de sua espada de treino.

Slayer sorriu de canto, mantendo a postura relaxada.

— Certo, venha!

Shiori respirou fundo, assumindo posição. A tensão no ar era palpável. O silêncio foi quebrado quando ela deu o primeiro passo.

De repente, Shiori desapareceu.

Como um borrão, ela passou ao lado de Slayer, sua velocidade tão intensa que parecia desafiar os olhos dos espectadores. O som de algo colidindo ressoou pelo pátio.

— Ela é rápida! — pensou Slayer, surpreso.

A confusão tomou conta de todos quando Shiori estava, agora, no chão ao lado da parede mais próxima.

— Isso doeu... — disse ela, mas sua expressão mudou rapidamente, como se percebesse algo estranho. — Ué... doeu não!

Antes de atingir a parede, a capa de seu traje havia reagido de maneira instintiva, girando o corpo dela e amortecendo o impacto como um colchão invisível.

Os líderes, que observavam de perto, ficaram perplexos.

— O que foi isso? — exclamou Mira, dando um passo à frente, os olhos arregalados de surpresa.

Entre os recrutas, Kaori Minami apertava os punhos, a tensão evidente em seu rosto. "Estamos sendo usados como cobaias para testar esses trajes! Que frieza!" — pensou, encarando Ravena com um misto de indignação e admiração.

Slayer deu alguns passos para Shiori, estendendo a mão para ajudá-la a se levantar.

— Nada mal. — Ele olhou para a capa do traje dela, claramente impressionado. — Parece que esses trajes têm mais do que imaginamos.

Shiori pegou a mão de Slayer e se levantou com um sorriso um pouco sem jeito.

— Acho que fiz algo sem querer, veterano.

Joana sorriu de canto, observando tudo com os braços cruzados.

— Interessante... — murmurou ela, enquanto a curiosidade nos rostos ao redor só aumentava.

— "Ok, mudanças de planos. Para acostumar o corpo de vocês com os trajes, vão correr na pista. Só parem quando estiverem acostumados com os movimentos... ou cansados de correr!" — ordenou Ravena, com um tom firme.

— "Certo!" — responderam os recrutas, caminhando para guardar as espadas com certa hesitação.

Shiori, ainda um pouco confusa, aproximou-se de Ravena, com a testa franzida.

— "Eu fiz alguma coisa errada?" — exclamou, ansiosa.

— "Não! Você foi muito bem!" — disse Ravena, cruzando os braços com um leve sorriso. — "Nosso antigo líder também fez algo assim na primeira vez que usou um traje desses."

— "O Alpha também?" — Shiori arregalou os olhos, surpresa.

— "Isso mesmo. Você tem potencial, Shiori. Só precisa de um pouco de treino para alcançar isso."

— "Obrigada!" — respondeu Shiori, sorrindo timidamente antes de correr para se juntar aos outros.

Quando os recrutas chegaram à pista, os líderes do exército começaram a se aproximar de Slayer. Mira, Rem, Himitsu, Fernanda, e outros veteranos do alto escalão formaram um pequeno círculo ao redor dele, suas expressões repletas de curiosidade.

— "E então, o que achou?" — perguntou Ravena, quebrando o silêncio.

Slayer esfregou o queixo, pensativo.

— "Aquela velocidade... Não é normal para alguém com 20% de compatibilidade. Me lembra o Kay nos primeiros dias."

Yan deu um passo à frente, cruzando os braços.

— "E aquela capa? Ela protegeu a garota como se tivesse vontade própria!" — disse, intrigado.

De repente, a voz de Lavel ecoou pelo comunicador no celular de Mira.

— "Surpresos?"

Ryuji revirou os olhos, cruzando os braços com um sorriso cínico.

— "Deixa eu adivinhar... Kay já sabia disso, não é?"

— "O conceito é diferente, Ryuji." — respondeu Lavel, com paciência. — "Esses trajes são uma criação única. E, sim, poderiam ser perigosos... se não fosse o meu criador quem os desenvolveu."

Rem franziu o cenho, confusa.

— "Perigosos? Como assim?"

— "Ao contrário dos trajes convencionais, que vocês controlam inteiramente, esses têm uma dinâmica compartilhada. Tanto o humano quanto o ghoul possuem certa influência. Se o equilíbrio falhar, o controle pode sair das mãos do humano."

Himitsu estreitou os olhos.

— "E como os trajes sabem o que é perigoso?"

— "Eles analisam as reações do corpo humano em situações extremas. Se o usuário reconhece o perigo, o traje reage por conta própria, como uma proteção automática."

Ravena levantou a sobrancelha, curiosa.

— "Então... é como um escudo instintivo, mas depende do humano perceber o risco antes que ele aconteça?"

— "Você está limitando demais o conceito, Ravena." — respondeu Lavel, em tom provocativo. — "Observe mais de perto. Você verá do que esses trajes são realmente capazes."

Enquanto isso, na pista de corrida, os recrutas tentavam se acostumar com os trajes. O desconforto inicial era evidente.

— "Tá todo mundo olhando pra gente... Que vergonha!" — murmurou Ryota Nakamura, 21%, coçando a nuca.

— "É, dá um pouco de vergonha mesmo!" — concordou Saori, olhando para os soldados mais experientes que assistiam de longe.

Kaori Minami, com 40% de compatibilidade, respirou fundo, tentando ignorar os olhares.

— "Não estamos tão distantes em porcentagem. Que tal uma corrida? Vamos ver quem é o mais rápido!"

— "Por quê? Isso é só um treino!" — protestou Akira Takeshi, 44%, com uma expressão assustada.

Kaori sorriu, confiante.

— "É só pra descontrair. Ou tá com medo de perder pra mim?"

Os recrutas trocaram olhares, e, aos poucos, um clima de competição começou a se formar. Mesmo relutantes, a ideia parecia ter animado o grupo, que começava a se posicionar na pista.

Ao longe, Ravena observava a cena, cruzando os braços e sorrindo de canto.

— "Eles têm espírito competitivo. Isso vai ser interessante..."

Os líderes continuaram a observar, enquanto os recrutas se preparavam.

— "Não vão ao mesmo tempo, vai um de cada vez!" — gritou Ravena, com autoridade.

— "Então eu vou primeiro!" — disse Kaori, caminhando para a posição inicial com determinação. — "Cronometra meu tempo!"

— "Tudo bem!" — respondeu Shiori, apressando-se para pegar o celular.

Kaori se preparou, ajustando a postura.

— "Deu certo aí?" — perguntou ela, ansiosa.

— "Sim, tá tudo pronto. É só avisar que começa!" — disse Shiori, concentrada no cronômetro.

Kaori respirou fundo. "É agora. Vamos lá!"

— "Pronta!" — gritou Kaori, dando o sinal.

Shiori apertou o botão no celular e gritou:

— "Vai!"

Kaori disparou. Sua velocidade era impressionante, tão rápida que o vento começou a levantar poeira ao seu redor. Um turbilhão se formava a cada passo. Os olhares se voltaram para ela, mas, antes que alguém pudesse comentar algo, Kaori desapareceu.

— "O quê?!" — exclamou Shiori, espantada.

Kaori surgiu novamente na pista, na curva mais difícil. De repente, algo incrível aconteceu: um par de asas emergiu de seu traje. As asas negras se abriram com força, levantando um vento ainda mais intenso. Ela fez a curva voando rente ao solo, como se tivesse controle absoluto sobre o movimento.

Todos ficaram atônitos. O som do vento e o impacto de sua aterrissagem suave ecoaram pela pista enquanto ela completava a volta.

— "Dez segundos!" — disse Shiori, olhando o cronômetro com expressão confusa. — "Dez... segundos?"

Kaori parou no fim da pista, ofegante, com um olhar tão surpreso quanto o dos que assistiam.

— "Eu volto para dar os trajes normais para eles!" — disse Lena, que observava a cena de longe, claramente incomodada.

— "Mas o que tem de errado com esses trajes?" — exclamou Ravena, franzindo o cenho.

Os líderes e recrutas estavam em silêncio, tentando processar o que acabaram de presenciar. Mira foi a primeira a se aproximar de Kaori.

— "O que aconteceu ali?" — perguntou Mira, com uma mistura de curiosidade e seriedade.

Kaori balançou a cabeça, ainda ofegante.

— "Capitã, para ser sincera... eu também não sei!"

Mira estreitou os olhos, analisando Kaori de cima a baixo.

— "Aquelas asas..." — começou Mira. — "Vocês sabem que isso foi uma descoberta recente nos trajes. As asas podem ser usadas, mas exigem um treinamento especial. O que você estava pensando quando fez aquela curva?"

Kaori engoliu seco antes de responder:

— "Eu fiquei surpresa com a velocidade. Vi que não conseguiria fazer a curva e achei que ia cair para fora da pista, mas, de repente, essas asas abriram e me levaram de volta para a pista... Foi como se o traje soubesse o que fazer."

Mira assentiu, pensativa, e voltou-se para os outros recrutas.

— "Vão andando. Quando sentirem que estão com controle dos movimentos, aumentem um pouco a velocidade. Repitam isso até conseguirem correr com fluidez."

— "Certo!" — responderam os recrutas, batendo continência.

De repente, a voz de Lavel surgiu pelos comunicadores dos líderes.

— "Eu tenho a resposta que vocês ainda não descobriram!"

— "Diga!" — exigiu Mira, cruzando os braços.

— "Todos que nunca usaram um traje antes e que vão usar esses pela primeira vez já começam com 100% de compatibilidade! Surpresa!"

— "Isso é sério?!" — exclamaram os recrutas, em choque.

— "Sério?" — perguntou Mira, igualmente surpresa.

Lavel continuou, empolgada:

— "E tem mais! Quando eles tocarem em uma das armas feitas de ghoul, ela será automaticamente ligada ao ghoul do traje. Ou, dependendo do caso, o general do traje devora o ghoul e ganha controle sobre ambos, mas ainda obedece ao humano. Meu criador é incrível, não é?"

Os recrutas se entreolharam, confusos.

— "É verdade!" — murmurou um deles, ainda tentando entender.

Mira ergueu a mão, chamando a atenção.

— "Então, por enquanto, eles só podem tocar na arma que será oficial deles. Até lá, mantenham-se longe das armas feitas de ghoul. Precisamos identificar a compatibilidade primeiro."

— "Certo!" — responderam os recrutas, visivelmente tensos.

— "Podem continuar o treino!" — disse Mira, afastando-se.

Os recrutas começaram a andar devagar pela pista, tentando se ajustar aos trajes.


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