Chapter 120: Capítulo 119.2: Bem na hora!
A missão começou.
Os caminhões cortavam o terreno árido, levantando poeira enquanto avançavam em alta velocidade. Nos céus, os dois helicópteros acompanhavam a formação, suas hélices rugindo como se fossem os gritos de guerra da tropa. Dentro deles, os pilotos ajustavam as rotas, atentos, enquanto os atiradores nas laterais seguravam as metralhadoras pesadas, prontas para abrir fogo ao menor sinal de ameaça.
Não demorou para a ameaça se revelar.
Os ghouls, percebendo que os humanos estavam fora de suas bases e longe dos civis, partiram para o ataque, confiantes de que poderiam aniquilá-los.
— "Abram fogo!" — ordenou Joana, pelo radio.
As armas dos helicópteros rugiram, cuspindo rajadas de balas no ar. Os primeiros ghouls foram atingidos em cheio, despencando como marionetes com as cordas cortadas. No entanto, os mais rápidos desviavam, esquivando-se das balas e avançando com ferocidade.
— "Mini Ghoul, é com você!" — a voz da Joana ecoou pelo campo de batalha.
O mini ghoul lançou-se no ar, movendo-se como um borrão. Ele voava entre os ghouls com uma agilidade impressionante, rasgando asas, quebrando pescoços e derrubando os que escapavam das balas dos helicópteros.
— "Eles estão aprendendo rápido demais!" — comentou um dos atiradores, impressionado com a resistência dos ghouls.
Os ataques continuaram. Os helicópteros abriram fogo até o último cartucho de munição. No solo, os soldados mantinham suas armas prontas, mas, para sua sorte, os ghouls não conseguiam ultrapassar a defesa aérea. Quando os helicópteros ficaram sem munição, a tropa já estava próxima ao instituto.
A chegada ao instituto trouxe uma nova surpresa.
De longe, eles avistaram mais ghouls se aproximando rapidamente, voando em formação. A tensão cresceu, mas antes que os soldados pudessem reagir, a voz do chefe do instituto soou pelo rádio:
— "Não se preocupem com eles. Deixem conosco."
Os soldados e pilotos olharam à frente e viram algo surpreendente: armas gigantes começaram a emergir das paredes do instituto. Elas se alinharam como sentinelas, preparadas para defender a instalação.
— "Eles são bons..." — comentou Himitsu, com um sorriso satisfeito, segurando firme a maleta com as armas.
Os ghouls avançaram em alta velocidade, confiantes de que poderiam invadir o instituto. No entanto, assim que entraram no alcance das armas, o cenário mudou.
As torretas dispararam com precisão mortal, derrubando os ghouls antes que pudessem chegar perto. Cada disparo parecia calculado, atingindo pontos vitais ou incapacitando-os para que os outros fossem eliminados. Alguns ghouls, ao perceberem a carnificina, recuaram, voando desesperadamente para longe.
— "Mini Ghoul!" — chamou Joana pelo rádio.
Sem hesitar, o mini ghoul lançou-se à perseguição. Ele voou como uma bala, alcançando os ghouls em retirada. Com movimentos rápidos e certeiros, ele finalizou os sobreviventes, garantindo que nenhum retornasse para relatar o que havia acontecido.
Enquanto isso, no instituto, a área de pouso, que antes era aberta, agora era coberta com uma placa grossa de noxium que começou a deslizar para dentro do instituto, abrindo um espaço seguro para os helicópteros pousarem.
Os helicópteros desceram suavemente, enquanto os caminhões chegavam logo atrás, estacionando com precisão.
Missão cumprida.
A tropa desembarcou rapidamente, e os soldados, embora confiantes, estavam alertas. Mira, acompanhando tudo pela transmissão na sala de Fernanda, soltou um suspiro de alívio ao ver que todos haviam chegado em segurança.
— "Eles fizeram um excelente trabalho," — comentou Rem, orgulhosa.
— "Mas isso foi só o começo. Ainda há muito a fazer." — Mira respondeu, com os olhos fixos na tela, enquanto o instituto se preparava para o próximo passo.
No interior do instituto, a recepção calorosa contrastava com a tensão da missão.
— "Para quem nunca esteve aqui, sejam muito bem-vindos!" — disse Aiko, com um sorriso radiante, ao recepcionar os soldados.
Assim que o último deles entrou, as placas grossas de noxium se moveram novamente, selando completamente a área de pouso e isolando o instituto do mundo exterior.
— "A garotinha gênio!" — exclamou Himitsu, com um leve tom de provocação.
— "Sou eu mesma!" — respondeu Aiko, com bom humor, fazendo um gesto de paz e amor com as duas mãos.
De repente, Emilia correu até ela, abraçando-a com força.
— "Prima!"
— "Opa!" — Aiko quase perdeu o equilíbrio, rindo. — "É bom te ver também, mas não temos tempo para bater papo. Me acompanhem!"
Com passos apressados, ela liderou o grupo até uma sala maior, onde o chefe do instituto os aguardava ao lado de outros cientistas.
— "Sejam bem-vindos, soldados da sexta divisão!" — saudou o chefe, em um tom respeitoso.
Joana avançou e apertou sua mão firmemente.
— "Obrigada pelo árduo trabalho do instituto."
— "Somos nós que agradecemos!" — respondeu o chefe, enquanto os soldados se curvavam em respeito. — "Embora não seja apropriado dizer, aqui dentro estamos seguros. Enquanto os generais ou o monarca não nos atacarem, os outros ghouls não têm força suficiente para atravessar essas paredes. Vocês, por outro lado, estão se arriscando pelo reino. O mínimo que podemos fazer é apoiar!"
Joana assentiu, os olhos sérios mas cheios de gratidão.
— "O apoio de vocês é inestimável, e certamente essas armas nos ajudarão a virar o jogo."
Aiko tomou a palavra, ajustando os óculos com determinação.
— "Sobre isso, como mencionamos antes, as armas que preparamos são de fato mais potentes que as que vocês já usam. Porém, sem um corpo de um general inteiro, não conseguimos criar as mais poderosas. Não temos garantias de que funcionarão contra eles."
— "O material usado veio daqueles ghouls de Mineforde?" — perguntou Ryuji, surpreso.
— "Exatamente!" — confirmou Aiko. — "Eram os mais fortes que tínhamos. Infelizmente, o resto do corpo do general que o mini ghoul não devorou acabou sendo transformado em um traje."
Ela se aproximou, pegando uma maleta escura e entregando-a para Joana.
— "Confio que escolherão alguém à altura para usar tudo o que esse traje oferece."
Joana segurou a maleta com firmeza.
— "Encontraremos alguém apropriado."
Aiko assentiu e apontou para um caminhão estacionado ao lado.
— "Sem mais enrolação, esse caminhão está cheio de armas. A Lavel pode controlar tudo nele, então basta vocês o protegerem."
Himitsu sorriu.
— "Isso facilita muito as coisas para nós."
— "Ah, e aquele caminhão ali é para vocês. Enchemos o tanque de combustível e adicionamos alguns suprimentos médicos, especialmente para as gravidinhas."
— "Obrigada!" — disse Joana, sincera.
— "Não foi nada. Mas, um aviso: como as armas são feitas de carne de ghoul, os outros ghouls podem tentar devorá-las. Protejam-nas a todo custo."
Joana estendeu a mão para Aiko.
— "Pode deixar. Vamos cuidar bem delas."
Aiko apertou a mão de Joana, o olhar carregado de emoção.
— "Vamos para um futuro onde não precisaremos mais usar armas."
— "Sim!" — respondeu Joana, com convicção.
Aiko olhou para Emilia, um brilho melancólico nos olhos.
— "Foi um desafio e tanto construir tudo isso. Quanto mais eu conheço o Kay, mais percebo o quão incrível ele era. Mira tinha razão... Eu o amaria ainda mais se tivesse tido a chance."
— "Eu te falei!" — respondeu Emilia, com um sorriso afetuoso.
— "Não se atreva a morrer, olhos de águia."
— "Eu não vou," — prometeu Emilia, sorrindo confiante.
A cena mudou.
Os soldados já estavam no caminho de volta para a base. A tensão no rosto de cada um era evidente. A reserva de munição dos helicópteros havia se esgotado, e qualquer novo ataque dependeria exclusivamente deles.
Os caminhões seguiam pela estrada desolada, enquanto os helicópteros voavam acima, em silêncio agora. O mini ghoul, sempre vigilante, mantinha-se próximo, como uma sombra protetora.
— "General!" — gritou o mini ghoul, a tensão na sua voz ecoando pelo rádio.
No painel do caminhão, Lavel reagiu de imediato
— "Era esperado, mas este é um dos piores cenários que poderiam acontecer!"
Joana se manteve firme, mesmo com a ameaça iminente.
— "É por isso que estamos nessa formação. Continuem com o plano!"
Os soldados dos outros veículos, conscientes do perigo, ofereceram suas últimas palavras de apoio.
— "Boa sorte!" — disseram, batendo continência antes de acelerar.
Dentro do caminhão carregando a fumaça, estavam os portadores das armas criadas por Kay — aqueles preparados para enfrentar qualquer coisa, até mesmo um general.
Himitsu, com olhos fixos no horizonte, perguntou rapidamente:
— "Qual direção ele está vindo?"
Sem hesitar, o mini ghoul se moveu para a retaguarda do comboio.
Joana ergueu a voz, sua autoridade incontestável.
— "Não importa o que aconteça, apenas sigam em frente!"
Os soldados, obedecendo com firmeza, responderam em uníssono:
— "Certo!"
Os veículos aceleraram.
O caminhão carregando a fumaça, no entanto, desacelerou, preparando-se para o confronto iminente.
A tensão aumentava conforme a distância entre os que ficavam para lutar e os que avançavam para cumprir a missão se alargava. Era como um ato de equilíbrio: um lado sacrificando tudo para garantir o sucesso do outro.
O general avançava, sua presença esmagadora crescendo a cada segundo.
— "O general já adentrou o reino e continua voando na nossa direção. Ele estará visível em dois minutos!" — avisou Lavel pelo painel, sua voz grave e carregada de urgência. O caminhão parou com um leve solavanco.
Os soldados, treinados e preparados, desceram rapidamente do veículo, suas expressões um misto de concentração e determinação. O caminhão avançou alguns metros à frente, para evitar ser um alvo direto, enquanto eles se posicionavam na estrada desolada.
— "Tinha que ser justo aquele cuja habilidade nós não conhecemos..." — murmurou Ravena, segurando firmemente sua arma, sua voz carregada de um nervosismo que ela tentava esconder.
No céu distante, a figura do general se aproximava rapidamente, sua presença se tornando mais palpável a cada segundo. Ele parecia uma tempestade personificada, cortando o ar com asas imponentes e uma aura que emanava poder avassalador. Mesmo assim, ele não desacelerava, ignorando completamente os soldados à sua frente.
Himitsu observava atentamente, os olhos fixos no inimigo que vinha como um predador implacável. Ela estreitou os olhos, o tom de sua voz firme e carregado de provocação.
— "Vai querer nos ignorar?"
Os soldados agiram como um só, abrindo rapidamente as malas que carregavam. Cada um revelou uma arma feita de ghoul, o cheiro emanando para os ghouls com uma intensidade ameaçadora.
Os soldados armados com noxium recuaram para dar espaço aos portadores das armas especiais, criando uma formação estratégica enquanto a tensão no ar se tornava quase insuportável.
Então, sem aviso, o general, que parecia prestes a simplesmente atravessá-los como se fossem insignificantes, desceu em um movimento abrupto e violento. Ele pousou com um impacto ensurdecedor, rachando o solo sob seus pés, criando uma nuvem de poeira ao redor. Sua presença era avassaladora, e a fúria em seus olhos faiscava como chamas.
— "O que vocês fizeram?" — perguntou ele, sua voz grave e repleta de indignação.
Himitsu deu um passo à frente, segurando seu martelo com firmeza, um sorriso desafiador surgindo em seus lábios.
— "Nivelamos o jogo."
O general lançou um olhar para as armas que os soldados empunhavam.