Poder Oeste de Westeros

Chapter 8: Oeste e porto Real



No misterioso continente a Oeste de Westeros, além do Mar do Poente, o legado da antiga Valíria persiste, mas de forma fragmentada e ensanguentada. Das quarenta famílias que fugiram do apocalipse valiriano, restam apenas cinco, cada uma marcada por histórias de ambição, traição e sobrevivência. Essas casas, privadas de dragões, mas ainda portadoras de magia antiga, lutam pela supremacia em uma terra devastada pela guerra.

1. Casa Blads

Liderança Atual: Lord Blads

Especialidade: Magia de Fogo

A Casa Blads é temida por sua habilidade em manipular o fogo, canalizando a essência destrutiva que outrora alimentava os dragões valirianos. Lord Blads é astuto e implacável, determinado a restaurar a glória valiriana, mesmo que isso signifique queimar o continente.

2. Casa Nyrax

Liderança Atual: Senhora Velyra Nyrax

Especialidade: Magia de Sangue

Conhecida por seu domínio da magia de sangue, a Casa Nyrax usa rituais sombrios para fortalecer-se. Sacrificam prisioneiros e aliados para aumentar seu poder, criando guerreiros implacáveis, guiados por feitiços que lhes conferem força sobre-humana.

3. Casa Vhaelor

Liderança Atual: Arquimestre Kaevos Vhaelor

Especialidade: Conhecimento Arcano e Feitiços de Defesa

A Casa Vhaelor se tornou a guardiã do conhecimento valiriano, armazenando feitiços perdidos e segredos da civilização destruída. Kaevos acredita que a recuperação da antiga sabedoria é a chave para a supremacia, tornando seu território quase impenetrável.

4. Casa Morathys

Liderança Atual: Lorde Tyran Morathys

Especialidade: Alquimia e Venenos

A Casa Morathys prospera através de estratégias engenhosas, usando venenos letais para debilitar seus inimigos antes do confronto. Tyran é conhecido por sua paciência, esperando anos para executar seus planos.

5. Casa Elyrion

Liderança Atual: Princesa Sareya Elyrion

Especialidade: Domínio sobre Bestas e Magia da Natureza

A Casa Elyrion tem uma conexão profunda com o ambiente ao redor. Seus magos podem controlar as criaturas selvagens do continente, transformando a natureza em uma arma. Princesa Sareya governa com compaixão e ferocidade, mas enfrenta ameaças de inimigos que desprezam sua abordagem "primitiva".

Após meses de trabalho, Jon, Rhaella e Daenerys estavam prontos para partir. O navio a vapor — uma criação que mescla o engenho moderno com o antigo conhecimento valiriano — finalmente estava pronto. Com uma fuselagem de metal brilhante e adornos de obsidiana, o navio era robusto, projetado para suportar os desafios de um mundo desconhecido.

O porto de Assahi, à beira-mar no extremo sul de Essos, estava tranquilo quando o navio foi colocado na água. As velas flutuavam ao vento, enquanto o vapor impulsionava a embarcação com velocidade impressionante. Os homens que ajudaram na construção observavam em silêncio, cientes de que este navio poderia ser o início de algo grandioso… ou uma maldição.

Jon, com o cabelo mais longo e o semblante marcado pela responsabilidade, olhou para o vasto mar à frente. Ao lado dele, Daenerys parecia em paz, embora pensativa. Rhaella caminhava pela ponte com uma postura de liderança, já se acostumando com a ideia de que essa jornada era mais do que uma fuga — era uma missão.

— Estamos prontos? — perguntou Daenerys, sua voz suave, mas firme.

Jon olhou para o horizonte azul profundo.

— Sim. Não há mais nada aqui para nós. O Oeste nos aguarda, e com ele, o que restou dos dragões… o que restou da nossa história.

Rhaella colocou a mão sobre o ombro de Jon.

— Não vou deixar você sozinho. Nenhum de nós estará. Fiquemos juntos.

Jon sorriu, cheio de gratidão.

— Obrigado, avó. Isso significa mais do que você imagina.

O vento aumentava enquanto a embarcação começava a se mover suavemente para longe da costa. O som do vapor se misturava ao estalo das velas, criando uma sinfonia de movimentos. O navio parecia dançar sobre as águas, e a partida estava oficialmente em andamento.

À medida que se afastavam de Assahi, o trio sentia um misto de colapso e apreensão. Não sabiam o que o Oeste traria — ou se encontrariam alguma terra além do mar. Mas sabiam que a verdade e os segredos de Valíria estavam lá, esperando para serem desvendados.

Rhaella olhou para o céu à noite, a lua cheia iluminando o caminho à frente, refletindo nas águas calmas.

— O que será que realmente encontramos no Oeste, Jon? O que a história antiga ainda pode nos mostrar?

Jon olhou para o horizonte novamente, a chama da curiosidade e da determinação refletida em seus olhos.

— Vamos descobrir, avó. Acredito que o passado nos chamará. E nós vamos atendê-lo.

A embarcação continuava sua jornada, o som do vapor e o balançar das ondas criando uma melodia que parecia já anunciar o que viria: um novo capítulo para os Targaryen, para os dragões e para o legado que estavam prestes a reviver.

Jon olhou para o horizonte em Assahi, mas sua mente estava nos Sete Reinos. Uma dúvida o atormentava desde que descobriu as intrigas que cercavam sua origem. Ele só poderia encontrar respostas com um homem: Eddard Stark, o homem que acreditou ser seu pai durante toda a vida.

— Antes de navegarmos para o Oeste, preciso voltar para Westeros — anunciou Jon, quebrando o silêncio na ponte do navio.

Daenerys e Rhaella se entreolharam, surpresas.

— Por quê? — perguntou Daenerys. — Já deixamos aquele lugar para trás.

Jon respirou fundo, os olhos sombrios com determinação.

— Porque ainda há algo que preciso entender. Eddard Stark está preso na cela negra em Porto Real. Ele sabe a verdade sobre mim… e eu quero ouvir da boca dele.

Rhaella cruzou os braços, pensativa.

— E você acredita que ele lhe dará essas respostas? Porto Real está cheio de inimigos.

Jon balançou a cabeça.

— Não espero que ele facilite, mas preciso ouvir a verdade. Além disso, há mais coisas em Westeros que precisamos recuperar antes de seguirmos em frente. Os crânios de dragões no Fosso dos Dragões, os ovos que ainda podem estar escondidos, e os tomos da Cidadela. Não deixarei que esses tesouros de nossa casa sejam esquecidos.

Daenerys concordou lentamente, confirmando a importância do que Jon dizia.

— Então é isso. Vamos invadir Porto Real, o Fosso dos Dragões e a Cidadela. Uma última incursão antes de deixarmos Westeros para sempre.

— Sim — respondeu Jon. — Isso não é apenas sobre respostas. É sobre justiça.

A Viagem ao Norte e a Verdade de Eddard Stark

Na calada da noite, o navio moveu-se furtivamente da costa de Westeros, ancorando em uma baía isolada próxima a Porto Real. Jon, Daenerys e Rhaella vestiram mantos escuros para se camuflar nas sombras. Com Fúria, Esmeralda e Sol sobrevoando como sentinelas, o trio entrou na cidade, guiando-se até as celas negras.

Ao descer os degraus úmidos e sombrios das prisões, Jon encontrou Eddard Stark, magro e enfraquecido, mas com os mesmos olhos que ele lembrava de Winterfell.

— Jon? — A voz de Eddard estava rouca, mas cheia de surpresa.

— Não me chame assim — disse Jon, mantendo a voz firme. — Você sabe quem eu sou de verdade. Diga-me, pai… ou devo chamá-lo de tio? Quem sou eu?

Eddard respirou fundo, o peso da verdade finalmente chegando ao ponto de ser revelado.

— Você é o filho da minha irmã, Lyanna Stark, e de Rhaegar Targaryen. Eu ocultei para protegê-lo. Se Robert ouvisse um boato sobre sua existência, ele teria te matado sem hesitação.

Jon ficou em silêncio, absorvendo as palavras que confirmavam suas suspeitas. Finalmente, ele falou:

— Por que você nunca me contou?

Eddard olhou com dor nos olhos.

— Porque sua segurança era mais importante do que a verdade.

Jon hesitou, o peso da revelação misturando-se com raiva e tristeza. Ele tinha as respostas que procurava, mas sua próxima missão em Westeros era ainda mais crucial.

— Isso não importa mais, tio. O mundo mudou, e nós com ele. Agora, preciso recuperar o que foi roubado da minha família.

O Roubo dos Tesouros Targaryen

Com as informações que possuíam, Jon, Daenerys e Rhaella se moveram rapidamente.

No Fosso dos Dragões, encontraram os crânios antigos dos dragões, um símbolo da glória passada da Casa Targaryen. Juntamente com os ovos de dragão, Jon os colocou em seu colar de rubis e partiu em direção à Fortaleza Vermelha. Na Fortaleza Vermelha, localizaram câmaras secretas onde estavam escondidos outros ovos, há muito considerados perdidos. Com a ajuda de Fúria, que incinerou os guardas, conseguiram escapar antes de serem detidos.

Quando a missão foi concluída, Jon, Daenerys e Rhaella retornaram ao navio, agora carregados com os tesouros de sua família.

O Encontro com Eddard Stark

A Fortaleza Vermelha estava envolta em uma inquietante escuridão quando Jon desceu mais uma vez às celas. O cheiro de umidade e ferrugem era sufocante, e cada passo ecoava como um lembrete do quanto um homem pode ser reduzido. Rhaella o acompanhava, seus olhos brilhando sob a luz vacilante das tochas.

Eddard estava sentado na cela, magro e abatido, mas sua postura mantinha um vestígio de dignidade. Ele extraiu os olhos quando viu Jon e, ao lado dele, Rhaella. Sua respiração ficou presa por um momento.

— Rhaella… — murmurou ele, quase sem acreditar.

Ela parou à frente da cela, o olhar perfurando o de Ned.

— Lord Stark — começou Rhaella, sua voz firme, mas cheia de emoção. — Você sabia. Você sabia o que meu primo, seu amigo, fez. E o que fez? Ficou calado enquanto Robert pisoteava suas memórias.

Ned baixou o olhar, a vergonha evidente em seu rosto.

— Eu… eu não pude evitar, Rhaella.

— Não poderia evitar?! — ela falou, a voz ecoando nas paredes. — Você era o Senhor de Winterfell! E escolheu o silêncio! Você, que sempre falou sobre honra, escolheu a omissão enquanto o sangue inocente da minha família manchava o chão daquela sala maldita!

Jon observava em silêncio, mas a tensão visível em seu corpo mostrava que as palavras de Rhaella eram verdadeiras.

Ned finalmente travou os olhos, enfrentando a fúria de Rhaella com um semblante grave.

— Você acha que não sofri por isso? Que não passei noites em claro, atormentado por arrependimento? Eu falhei com Elia, com seus filhos. Falhei com todos.

— E agora usa sua dor como desculpa? — Rhaella retrucou. — Suas noites de reclamação não devolveram os filhos dela. Não restauraram a honra que você deixou ser pisoteada.

Jon deu um passo à frente, sua voz cortando o ar.

— Tio, o que ela diz é verdade. O que você fez foi covardia. Eu sei que tentou me proteger, mas e quanto aos outros? Você ficou parado enquanto sua amizade com Robert pesava mais do que a justiça.

Eddard suspirou, cada palavra de Jon parecendo arrancar pedaços de sua alma.

— Eu fiz o que pude para proteger aqueles que ainda podiam ser salvos.

— E o que isso mudou? — retrucou Jon, com um tom frio. — Nada. Robert continuou seu reinado, riu das cinzas das crianças mortas e usou o Trono como palco para seus excessos.

Rhaella deu um passo à frente, seu rosto agora a poucos centímetros das barras.

— Eu espero anos para perguntar isso, Ned Stark. Olhe nos meus olhos e me diga: você realmente acredita que suas ações honraram os mortos? Você acredita que eles descansam em paz sabendo que você os abandonou?

Ned hesitou, sua voz quase um sussurro.

— Não.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Rhaella se afastou lentamente, como se estivesse processando cada palavra. Jon se virou para Eddard, mais calmo, mas ainda decidido.

— Você quer redenção? Me ajude. Me dê os nomes dos que tramaram contra minha casa. Contra minha mãe. Contra mim.

Eddard olhou para Jon, e em seus olhos havia uma mistura de vergonha, resignação e, talvez, esperança de expiação. Ele concordou lentamente.

— Eu te ajudo.

Jon deu um passo atrás, seu semblante firme.

— Então comece a falar. Vamos acabar com isso.

Rhaella permaneceu em silêncio, mas seus olhos não deixaram Ned por um segundo. Ela sabia que nenhuma palavra dita ali traria seus netos de volta, mas poderia ser um início — por menor que fosse.

Eddard olhou para Jon através das barras da cela.

— Você quer recuperar o Trono de Ferro? Por que agora?

Jon cruzou os braços, mantendo a postura firme, mas havia uma intensidade em seus olhos.

— Porque o Trono de Ferro não pertence aos usurpadores. Ele é da minha família. Do sangue Targaryen.

Eddard o encarou, seu silêncio mais carregado do que palavras poderiam ser.

— E o que você faria com esse poder, Jon?

Jon inclinou-se levemente para frente.

— Restaurar a ordem. Acabar com as intrigas que destroem o reino. Fazer com que ninguém mais tema por sua vida apenas por nascer do sangue errado.

Ele fez uma pausa, como se calculasse o impacto de suas próximas palavras.

— Eu preciso saber, tio… você ficará ao meu lado? Ou escolherá mais uma vez a lealdade a um Baratheon?

Eddard hesitou. Jon percebeu que as palavras do sobrinho mexiam com algo profundo dentro dele, mas ainda havia hesitação.

Jon segurou um sorriso frio. Ele queria saber até onde Eddard, que sempre pregou a honra, estava disposto a ir quando confrontado com um dilema tão claro.

— Ele escolherá o sobrinho que cresceu sob seu teto ou o irmão de seu amigo, Stannis?

Rhaella, que havia permanecido em silêncio até então, deu um passo à frente.

— Eddard Stark, não se trata apenas de Jon. Trata-se de sua lealdade à verdade, algo que você sempre jurou proteger. A Casa Targaryen foi capturada, mas aqui estamos prontos para reerguê-la. Se você realmente preza sua honra, saberemos a escolha que fará.

Eddard fechou os olhos por um instante. Ele sabia que sua próxima decisão poderia definir seu legado, para o bem ou para o mal.

Eddard parecia abalado, sua expressão marcada pela culpa. Ele abriu a boca, mas Jon o interrompeu.

— Me proteger? — Jon deu um passo à frente. — Foi por isso que me deixou crescer como bastardo? Enquanto os outros me olharam como se eu fosse menos? Foi por isso que você me mandou para a Patrulha da Noite, para uma vida de exílio?

Rhaella observava em silêncio, seus olhos queimando com uma fúria semelhante à de Jon. Mas ela deixou que ele falasse, sabendo que essas palavras estavam guardadas há anos, sufocando-o.

Eddard tentou intervir.

— Jon, eu...

— Não, escute! — Jon o interrompeu novamente. — Você prometeu proteger minha mãe, mas nunca se disse se estava me protegendo de verdade.

Rhaella, fria como gelo, disse:

— Você prometeu proteger Lyanna, mas falhou com ela assim como falhou com Jon. A honra que você carrega é apenas um escudo para esconder sua vergonha.

Jon olhou para ela e assentiu levemente. Ele se virou novamente para Eddard, agora mais calmo, mas não menos determinado.

— Vou seguir meu caminhoo, tio. Não preciso do seu apoio. Mas lembre-se disso: o mundo está mudando, e aqueles que se apegam ao passado serão deixados para trás.

Sem esperar uma resposta, Jon subiu as escadas, sua capa balançando atrás dele. Rhaella o seguiu em silêncio, mas antes de desaparecer, lançou um último olhar para Eddard, misturando desprezo e pena.

Quando as portas se fecharam, Eddard ficou sozinho, o peso das palavras de Jon esmagando-o mais do que qualquer corrente poderia fazer.

FIM


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